[...] Um determinado momento histórico-social
jamais é homogêneo, ao contrário, é rico em contradições. [...] Os escritores desta antologia, portanto, são
novos não porque tenha da arte uma ideia diversa da dos escritores que lhes
precederam. Ou, para tocar imediatamente no essencial, são novos porque
acreditam na arte, ao passo que aqueles acreditavam em muitas outras coisas que
nada tinham a ver com a arte. Esta novidade, por isso, pode permitir a forma
tradicional e o antigo conteúdo, mas não pode permitir desvios da ideia
essencial da arte. [...] Poesia não
gera poesia; a partenogênese não existe, é necessária a intervenção do elemento
masculino, do que é real, passional, prático, moral. Os mais altos críticos de
poesia aconselham, neste caso, a não recorrer a receitas literárias, mas sim –
como eles dizem – a refazer o homem. Refeito o homem, refrescado o espírito,
surgida uma nova vida afetiva, dela surgirá – se surgir – uma nova poesia. Esta
observação pode ser assimilada pelo materialismo histórico. A literatura não
gera literatura, etc., isto é, as ideologias não geram ideologias, as
superestruturas não geram superestruturas senão como herança de inércia e
passividade: elas são geradas, não por partenogênese, mas pela intervenção do
elemento masculino, a história, a atividade revolucionária que cria o novo
homem, isto é, novas relações sociais.
LITERATURA E VIDA NACIONAL – No livro Literatura e vida
nacional, o filósofo, cientista político e comunista italiano, Antonio
Gramsci (1891-1937), traz os Cadernos do Cárcere, abordando sobre arte e
cultura, a arte e a luta por uma nova civilização, a arte educativa, critérios
de crítica literária, Neolalismo, a língua e a linguagem, literatura funcional,
o teatro de Pirandello, caráter não nacional-popular da literatura italiana, a
literatura popular, conteúdo e forma, degenerescência artiítica, língua nacional
e gramática, linguística, observações sobre o folclore e crônicas teatrais.
REFERÊNCIA
GRAMSCI,
Antonio. Literatura e vida nacional. Rio de Janeiro: Cibilização Brasileira,
1978.
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