segunda-feira, 5 de maio de 2025

ARTE NA ESCOLA, UMA EXPERIÊNCIA

 

 

ARTE NA ESCOLA – Foi pelo início dos longínquos anos 1980, ocasião em que era empossado na presidência da recém-criada Fundação Casa da Cultura Hermilo Borba Filho (FFCHBF), o saudoso poeta Juareiz Correya, que recebi dele um convite. No projeto da criação constavam 3 coordenadorias: a de Imagem e Som, ocupada pelo fotógrafo e cineasta Givanilton Mendes; a de Artes, ocupada pelo artista plástico, Ângelo Meyer; e a de Estudos e Pesquisas que precisava ser preenchida. Eu não poderia ocupar o cargo formalmente, porque já me encontrava como integrante dos quadros do funcionalismo público estadual de Pernambuco, no Recife. Porém, voluntariamente aceitei e assumi a Coordenação de Estudos e Pesquisas, indo para Palmares duas vezes por semana para desempenhar ali, informalmente, aquela função, em 1983. O resultado disso foi a realização da minha palestra A atividade artística como alternativa para o desenvolvimento do Município, no auditório do Teatro Cinema Apolo, em 1984.


Por esta época já circulava A Região – Uma revista da nossa Terra!, na qual era eu um dos fundadores e intaregrante do Conselho Editorial, que registrou o evento da Coordenadoria, proporcionado, inclusive, a publicação dos meus artigos no período versando sobre a temática, a exemplo das partes I e II do artigo Arte: Instrumento de Transformação Social (A Região, 4 e 5, 1984) e Teatro: um caminho para libertação (A Região, 7, 1985), entre outros. Foi então, a partir daí que me engajei na difusão da Arte voltada para o ambiente escolar, por meio de estudos e pesquisas que se sucederam. Foi exatamente estes estudos e pesquisas que me levaram à publicação dos meus dois primeiros livros infantis, O reino encantado de todas as coisas (Bagaço, 1992) e Falange, falanginha, falangeta (Nascente, 1995), pelo quais passei a desenvolver o projeto Brincar com Arte, que consistia na realização de contação de história e recreações educativas que foram realizadas em escolas e espaços culturais e artísticos, de município pernambucanos e alagoanos.

A partir disso tomei a iniciativa de criar o tabloide Nascente – Publicação Lítero-Cultural, a partir de 1996, e com isso a criação do Prêmio Nascente de Arte Infanto-Juvenil, culminando com a publicação das antologias Brincarte, edições de 1998 e 1999, juntamente com a publicação dos meus livros infantis O lobisomem zonzo (Nascente, 1998) e O cravo e a rosa (Nascente, 1999). Com isso passei a ter experiência e contato com a Educação Infantil e o primeiro ciclo do Ensino Fundamental.

Dando continuidade ao projeto publiquei o livro infantil Alvoradinha (Nascente, 2001). E, a partir de 2002, com a criação do blog Brincarte do Nitolino, passei a desenvolver por anos seguidos, o Projeto Escola Arte Cidadã, com apresentações em escolas, espaços culturais e associações de classe.

A partir de 2008 passei a desenvolver o projeto Escola Arte Cidadã, que consiste em apresentações musicais autorais, palestras, contação de história e recreações pedagógicas, inicialmente realizadas no Sesc Poço - Jaraguá–, em Maceió, Alagoas, tendo, por consequência a realização de apresentações em escolas, associações de classe, festas literárias, feiras de livros, bienais e seminários universitários por todo país, prolongando-se até meados de 2017.

Dando continuidade ao projeto, ocorreu a experiência da Escola Estadual Josefa Conceição da Costa, em 2008, na qual realizei recreações pedagógicas para a Educação Infantil e primeiro ciclo do Ensino Fundamental, e a palestra-espetáculo Tataritaritata: Vamos aprumar a conversa, para os estudantes do segundo ciclo do Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA). Nesta ocasião lancei os meus livros infantis Turma do Brincarte (Nascente, 2008) e Frevo Brincarte (Nascente, 2008), e também o meu folheto de cordel Tataritaritatá (Nascente, 2008). Esta atividade na escola estadual serviu para o desenvolvimento de atividades acadêmicas, entre as quais, a que foi desenvolvida no Grupo de Pesquisa Psicologia Social & Formação Humana, no curso de Psicologia do Centro Universitário Cesmac, sob a orientação do professor Cláudio Jorge de Morais.

Em 2010 lancei o livro Nitolino no Reino Encantado de Todas as Coisas (Nascente, 2010), ocasião em que montei um espetáculo teatral e poético-musical homônimo, com encenação e contação de história, no palco do Teatro Linda Mascarenhas, em Maceió – AL, ocasião em que foi filmado e transformado em DVD.

É por esta época em que se deu a criação da Cooperativa da Música de Alagoas (COMUSA), em Maceió, Alagoas, na qual atuei no processo de criação e ocupando o grupo de pesquisa de Educação Musical, desenvolvendo atividades em parceria com os compositores Ibys Maceioh e Naldinho. E como iniciativa da Comusa realizei duas temporadas do espetáculo teatral infantil Nitolino no Reino Encantado de Todas as Coisas, realizadas no palco do Espaço Cultural Linda Mascarenhas, em Maceió – AL, gratuitamente e destinadas ao público estudantil da rede pública de Alagoas. A primeira ocorreu entre os meses de maio e junho de 2010 e, a segunda, entre os meses de abril e maio de 2011.

A partir de então desenvolvo simultaneamente o projeto Brincar para Aprender, que resultou na realização do trabalho acadêmico sob a denominação Contribuição do Teatro no Desenvolvimento da Linguagem Infantil: uma abordagem acerca da teoriade Vygotsky, sob orientação da professora e psicóloga Fátima Pereira, do Centro Universitário Cesmac, e que foi apresentado no IV Congresso Brasileiro de Psicologia: Ciência e Profissão, em 2014, na Uninove, na cidade São Paulo. O estudo faz uma abordagem acerca da contribuição do cientista e psicólogo russo Lev Vygotsky (1896-1934) por meio da atividade artística, notadamente a atividade teatral articulada com música e literatura, para o desenvolvimento da linguagem da criança.

Em 2012 desenvolvo o projeto Brincar com Arte, atendendo convite da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e Biblioteca Pública do Estado de Alagoas, para realizar palestra durante a Bienal Internacional do Livro daquele ano, articulada com as atividades realizadas nas disciplinas de Psicologia Educacional, Social e do Desenvolvimento, bem como dos grupos de pesquisa tanto de Neurofilosofia & Neurociências do Comportamento, como de Psicologia Social e Formação Humana. As atividades culminaram com a participação no curso de Ludoterapia, ministrado pelo professor Silvino Ferro, no Centro Universitário Cesmac, em 2013; resultando na apresentação do artigo científico A criança, Vygotsky e o Teatro e no desenvolvimento do projeto de extensão Infância, Imagem & Literatura na comunidade do Jacaré – Marechal Deodoro (AL), sob orientação do professor Ms Cláudio Jorge Gomes de Morais, contando com a elaboração da escrita, montagem e apresentação da peça teatral autoral O jacaré de óculos e a Princesa do Recanto da Ilha, no Cesmac, 2015. Também foi base para o desenvolvimento da pesquisa Psicologia ambiental: a arte na educação e direitos das comunidades do Riacho Salgadinho – Maceió – AL, orientada pela professora Daniella Botti Rosa, no Centro Universitário Cesmac, em 2015. E na apresentação da palestra Brincar para Aprender, promovida pela EdUfal & Biblioteca Pública Estadual de Alagoas, durante as atividades da V Bienal Internacional do Livro de Alagoas, para professores e estudantes de Letras, Pedagogia e Psicologia, em 2015, além de diversas atividades realizadas no Grupo de Pesquisa Carl Gustav Jung e no Centro Acadêmico Martin-Baró, reunindo graduandos do curso de Psicologia, do Centro Universitário Cesmac, entre os anos de 2013 e 2016.

A partir de 2017 dão-se as articulações de criação em Palmares (PE), da Amigos da Biblioteca que, em Assembleia Geral teve aprovado seu estatuto e missão, definindo-se seus núcleos de atuação e atividades, a qual passei a presidir a partir de 2019, período pelo qual foram realizadas diversas palestras, oficinas, debates, encontros e eventos, bem como firmando parceria com a Biblioteca Fenelon Barreto, a partir de então. A parceria possibilitou a criação e execução de projetos, tais como Cineclube Literarte, Semana Ascenso Ferreira, Semana História de Palmares, Semana Hermilo Borba Filho, Semana Tunga, Semana Darel Valença Lins, entre outros.

Seguiam-se as atividades ininterruptas, até o advento da pandemia, em 2020, e só em 2021 foi firmada a parceria com a MJ Produções Artísticas, integrando as ações da cantora, compositora e instrumentista, Maria Joyce.

Em 2022 foi firmada a parceria com o Gabinete de Arte, integrando o trabalho da professora, artesã e artista Lucineia Silva.

Neste mesmo ano, durante a gestão do professor e poeta Admmauro Gommes, na Semed-Xexeu-PE, desenvolvi o projeto Arte na Escola, no qual participei da realização do Projeto Institucional de Incentivo à Leitura, apresentado pela Coordenação Pedagógica da Semed, na pessoa do professor Janilson Sales, de promoção da leitura entre os anos do 1º ao 4º anos, e do 5º ao 9º anos, com atividades tais como Leitura na Escola, Agente Democratizador da Leitura, Leitura no Ar, Biblioteca na Rua, Sarau, Caravana da Leitura, Literatura de Cordel, Feira do Livro, Clube do Livro, Teatro de Bonecos, Livro Virtual, Visitas às instituições literárias, Monólogo Dramatizado, Autofalantes da escola/Caixa amplificada, Dê vida à Biblioteca, Prêmio de Incentivo à Leitura, Crie um Cantinho da Leitura, entre outras metas e ações pelo período. Ainda neste período procedeu-se à inscrição da equipe Semed-Xexéu, ao Congresso Brasileiro de Educação, realizado no Rio de Janeiro, por meio do artigo intitulado Contribuições da arte para desenvolvimento da leitura, apresentado no evento, com as ações realizadas pela entidade para alunos da Educação Infantil, primeiro ciclo de Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos (EJA), na escola Maria das Mercês, em Xexéu. Coordenei o lançamento no auditório da Semed, a I Mostra de Pintura Du’arte, do artista plástico xexeuense DuArte, com exposição no hall de entrada da instituição. Participei da coordenação do Encontro de Aldravias, com a participação de 25 escritores de oito estados brasileiros, autoridades locais, profissionais da educação e estudantes da Rede Municipal de Ensino, com os artistas que estiveram presentes na comitiva nacional composta por Andreia Donadon, Arleni Portelada, Benedito Donadon, Eliane Santos, Elinalva Alves de Oliveira, Lenita Amorim, Madalena Oliveira, Maria Inês Gama, Pureza Amorim, Socorro Cavalcante, José Durán y Durán, Edilde Candido, Juçara Valverde, Rute Costa, Marcos Valverde, Zera Paim, Janilson Sales, entre outros. Participei da coordenação do Pintando na Praça, tendo a participação de diversos pintores profissionais, do Instituto de Belas Artes Vale do Una, estudantes e populares, culminando com a Exposição Itinerante IbaValeUna, na Prefeitura de Xexéu, contando com obras dos renomados artistas pernambucanos Isaac Vieira, Fabio Santos, Alexandre Freitas, Leo Luna, Vandrade, Leo Luna, Robertson Rodrigues, Marcia Gomes, João Brito e Alexandre Saraiva, bem como a artista xexeuense Ana Paula e os estudantes Carlos Daniel, Erick Benício e Míssila Feitosa. Em seguida foi a vez do envolvimento da comunidade escolar com as artes, com a realização da Oficina de Desenho & Pintura, ministrada pelo poeta e artista plástico Paulo Profeta, para os alunos da rede pública municipal, realizada no ginásio da Escola João Bezerra, Xexéu-PE. Também participei da coordenação do projeto Ler faz bem, do professor Janilson Sales, na Biblioteca Samuel Vasconcelos, em Xexéu, o projeto com apoio da SEMED-Xexéu e da Amigos da Biblioteca (ABI), com o objetivo do projeto de incentivar a Leitura e os gostos pelos livros, promovendo contato direto entre leitor/livro/escritor, fomentando a possibilidade de despertar novos leitores e mediadores de leitura. Participaram do evento por meio de visitas guiadas as escolas municipais EMPEG, Maria das Mercês, creche João Fogueteiro, Terezinha Barbosa, Arthur Barbosa, Maria dos Anjos, Etiene Lins, João Pereira Sobrinho, João Bezerra, Antonio Joaquim de Gouveia e João Pereira Sobrinho, desenvolvendo atividades de Leitura Privada, Sopa de Poesia, Banho de Palavras e de Letras, Geoteca, Carro de Livros, Guarda de Sol da Leitura, Balanço da Leitura, Chá Literário, entre outros expostos sob a rubrica Exposição, contando ainda com atividades paralelas e rol de colaboradores. Destinou-se, portanto, à promoção e difusão da leitura entre estudantes dos diversos níveis de ensino, bem como professores, pesquisadores e interessados do público em geral. Durante minha participação na instituição fui agraciado como destaque no Encontro de Escritores Aldravinistas em Pernambuco.

Ainda neste mesmo ano participei do curso Encontros com Arte, promovido pela Universidade de São Paulo (USP) e Museu de Arte Contemporânea (MAC-SP); e do curso Neurociências aplicada à Educação, do projeto Ciências da Vida na Escola, da USP\FFFCL, Ribeirão Preto-SP.  

Em 2023, em parceria firmada com o Observatório de Leitura da Semed-Palmares, deu-se o início das atividades da formação performática ArtExpressão, um trabalho desenvolvido com professores de Língua Portuguesa e Artes da rede pública municipal, desde março de 2023 até a presente data.

Neste ano participei do curso de extensão de Práticas e Estudos do Teatro do Oprimido da UFSC; do curso Arte & Direitos Humanos: caminhos para uma cultura de paz, promovido pela Lúmina - Universidade Federal do Rio Grande Sul (UFRGS); dos cursos de extensão universitária Direitos Humanos e Populações que Vivenciam Situações de Vulnerabilidade, e Arte urgente e insurreições estéticas: Arthur Danto e Jacques Rancière, na Universidade de São Paulo (USP); do Congresso Brasileiro de Educação (CBE), no Rio de Janeiro, apresentando como co-autor do paper Contribuição da arte no desenvolvimento da leitura escolar; do Congresso Internacional de Leitura, promovido pelo Observatório do Livro e da Leitura (SP); da 2ª Jornada da Leitura Afetiva, promovida online pelo Observatório do Livro e da Leitura. Participei com a exposição 40 anos de Arte Cidadã, com quadros, exibição de shows e clipes musicais, livros publicados e painéis de ativismo cultural, como integrante do grupo Gentamiga – Ateliê Virtual (SP), do projeto Solstícios Equinócios movimentos elípticos na arte contemporânea pós Covid-19 - pesquisa de Pós-Doutoramento do IA Unesp (SP), coordenado pelo professor e artista Evandro Nicolau, culminando com o lançamento da plataforma UBQUB (SP). Participei da Semana Tunga, promovido pelo Gabinete de Arte & Biblioteca Fenelon Barreto, com apoio do Instituto Tunga & Usina de Arte, com a palestra, pocket show autoral e exposição Tungando a Vida – ou o Anhangá Jaguadarte devorando o meu país. Ministrei a palestra História da arte de Palmares: do Club Litterario ao século 21, na Biblioteca Fenelon Barreto, durante o evento “Palmares, teus filhos contam a tua história”, promovida pela Semed-Palmares (PE), Amigos da Biblioteca (ABI) e blog Tataritaritatá. Ministrei a palestra A parnaso-simbolista & modernista poesia de Ascenso Ferreira, na Biblioteca Fenelon Barreto, promovida pela Semed-Palmares (PE) e Amigos da Biblioteca (ABI).

Ainda em 2023, envidou-se esforçor para a realização do projeto Arte na Biblioteca, por meio do qual foi possível realizara atividades em homenagem ao poeta Ascenso Ferreira, ao escritor e dramaturgo Hermilo Borba Filho, ao artista plástico Darel Valença Lins e ao artista Tunga.

Com a reeleição para o quadriênio 2023-2027, foram realizados diversos eventos e, pelas parcerias firmadas, quando foi criado o ItinerArte – Coletivo Artevista Multidesbravador, em janeiro de 2025.

Em 2024 participei da coordenação de cursos da Escola Libre Abya Yala, ministrando cursos de Escrita e a Arte da Poesia, culminando com a coordenação das publicações 11.645 indígenas e diversidade para a paz (Thydewa, 2024), na qual foi publicado o meu conto Curumim no meio da tarde, também da publicação Cosmovisões de amor (Thydewa, 2024), na qual foi publicado o conto Canção para outroutantos & todos. Além disso participei como organizador, palestrante e coordenador do 4º Encontro de Indígenas da Mata Sul de Pernambuco, promovido pelo Movimento Mata Sul Indígena, na Biblioteca Pública de Escada, e do II Seminário A Presença Indígena na Zona da Mata, em Palmares – PE.

Neste ano participei dos módulos I, II, III, IV e V do curso de Introdução à Arte Conemporânea da Fundação Stickel (SP), do curso de Produção Cultural da UFRGS; da Arte da Palavra na Promoção da Equidade - Ação das Palavras - Formação Cultural de Mediação de Leitura, promovido pelo Sistema de Bibliotecas Públicas de Pernambuco; dos cursos de Extensão Universitária Difusão sobre as temáticas O conceito de estilo nas artes e ciências; Cinema e teatro: dramaturgia, encenação e gesto; Diálogos freireanos por meio da arte: possibilidades de educação linguística; todos promovidos pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), entre outros. Participei também da equipe de coordenação da publicação Palmares: terra de cultura e de grandeza (Trato, 2024) e fui co-autor do livro Registros Mágicos de Palmares (Trato, 2024).

Durante toda esta jornada realizei outros estudos e muitas pesquisas em diversas obras, destacando as referências a seguir.

 

REFERÊNCIAS

BARBOSA, Ana Mae (org). Inquietações e mudanças no ensino da arte. São Paulo: Cortez, 2003.

______. A imagem no ensino da arte. São Paulo: Perspectiva, 1991

BENJAMIN, Walter. O narrador: considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994.

______. A obra de arte na época de suas técnicas de reprodução. São Paulo: Brasiliense, 1994.

BERTAZZO, Ivaldo. Espaço e Corpo - Guia de reeducação do movimento. São Paulo: SESC, 2004.

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BUENO, S. Manual de califasia, califonia, calirritmia e arte de dizer. São Paulo: Saraiva, 1958.

BUSQUETS, M.D et alli. Os temas transversais. São Paulo: Bertrand Brasil, 1998

CAINZOS, Manoel et alli. Temas transversais. São Paulo: Ática, 1998

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COURTNEY, R. Jogo, teatro & pensamento. São Paulo: Perspectiva, 1980.

DANTO, Arthur C. O abuso da beleza: a estética e o conceito de arte. São Paulo:

WMF Martins Fontes, 2015.

FONTERRADA, Marisa Trench. De tramas e fios: um ensaio sobre música e educação. São Paulo: UNESP, 2005.

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GIL, José. Movimento Total. O corpo e a dança. Lisboa: Relógio D’Água, 2001.

GLUSBERG, Jorge. A arte da performance. São Paulo: Perspectiva, 1987.

HERNANDEZ, Fernando. Cultura Visual, mudança educativa e projeto de trabalho. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000

IAVELBERG, Rosa. Para gostar de aprender arte: sala de arte e formação de professores. Porto Alegre, RS: Artmed, 2003

KATZ, Helena. Um, dois, três: a dança é o pensamento do corpo. Belo Horizonte: FID Editorial, 2005.

KOUDELA, I. Jogos teatrais. São Paulo: Perspectiva, 1984.

MATEIRO, Teresa; SOUZA, Jusamara (org). Práticas de Ensinar Música. Porto Alegre: Sulina, 2009.

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MONTEIRO, Aline F. F. Artes Integradas: a Arte na construção do conhecimento. Disponível em: https://repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/12323/3/Tese%20-%20Aline%20Folly%20Faria%20Monteiro%20-%202022.pdf. Acesso em: 20 mar 2025.

MORENO, Montserrat. Temas transversais: um ensino voltado para o futuro. In: Temas transversais. São Paulo: Ática, 1998

OSINSKI, Dulce. Arte, história e ensino: uma trajetória. São Paulo: Cortez, 2001.

OSTROVER, Fayga. Universos da Arte. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1983.

PENNA, Maura. Música(s) e seu ensino. Porto Alegre: Sulina, 2012.

SOUZA, Jusamara. Aprender e ensinar música no cotidiano. Porto Alegre: Sulina, 2008.

SPOLIN, V. Improvisação para o teatro. São Paulo: Perspectiva, 1979.

 



domingo, 15 de maio de 2022

TEMAS DE EDUCAÇÃO

 

 ...É claro que a maioria dos estudantes ainda anseia fortemente por encontrar significado. Mas essa busca não é mais o principal motor de sua formação... No entanto, as culturas que dão à vida um significado positivo podem ajudar as pessoas a crescer e levar uma vida mais saudável. A vida é bela e há fontes de significado ao nosso redor que podemos explorar. As pessoas que se mostraram mais resilientes diante das adversidades são aquelas que construíram suas vidas em pilares que lhe dão sentido.

Pensamento da escritora, psicóloga e jornalista estadunidense Emily Esfahani Smith.

 

APRENDER A APRENDER

ARTIGO: AO LER, LEMOS A NÓS MESMOS, GRAÇA LINS

CONTRIBUIÇÃO DA ARTE NO DESENVOLVIMENTO DA LEITURAESCOLAR

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

EDUCAÇÃO DE JOVENS & ADULTOS

EDUCAÇÃO, DIREITO & MEIO AMBIENTE

EDUCAÇÃO, ESTUDOS & PESQUISAS

EDUCAÇÃO & ENSINO FUNDAMENTAL

EDUCAÇÃO & ESCOLA

EDUCAÇÃO & OUTRAS APRENDIZAGENS

EDUCAÇÃO NO BRASIL

EDUCAÇÃO SEXUAL

EDUCAÇÃO, TEMAS & ESTUDOS EDUCACIONAIS

ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM

LIVROTERAPIA

NEUROEDUCAÇÃO & PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

PAULO FREIRE & A ESCOLA TRANSFORMADORA

PSICOLOGIA NA FORMAÇÃO DOCENTE

SOCIEDADE DA MENTE DE MARVIN MINSKY

VOCABULÁRIO TÉCNICO DE LITERATURA DE ASSIS BRASIL

URBANIZAÇÃO, ENCHENTES & EDUCAÇÃO AMBIENTAL



 


segunda-feira, 9 de maio de 2022

CONTRIBUIÇÃO DA ARTE NO DESENVOLVIMENTO DA LEITURA ESCOLAR – ESCOLA MUNICIPAL MARIA DAS MERCÊS – SEMED XEXEU-PE.

 

 

Educação Básica e Inovação/Educação de Jovens e Adultos

 

CONTRIBUIÇÃO DA ARTE NO DESENVOLVIMENTO DA LEITURA ESCOLAR*

 

CONTRIBUTION OF ART IN THE DEVELOPMENT OF SCHOOL READING

 

Admmauro Gommes

Walmir de Melo Ferreira

Janilson Sales

Greici Kelly Belloso

Antônio de Souza Júnior

Luiz Alberto Machado

Secretaria Municipal de Educação (SEMED – Xexéu-PE)

 

RESUMO

 

Tendo em vista que a arte proporciona maior desenvolvimento da atividade criativa e a maior integração com a vida e o meio do indivíduo, o presente estudo pretende analisar a contribuição das atividades artísticas para o melhor desempenho da leitura entre alunos da Educação Infantil, anos iniciais do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Escola Municipal Maria das Mercês, Xexéu – Pernambuco. Justifica-se pela elaboração de projeto para promoção da leitura por meio das artes, desenvolvida em ação conjunta da Secretaria Municipal de Educação com os gestores e a comunidade do Bairro da Boa Vista, daquele município, realizando uma série de ações pedagógicas para este fim. Objetiva analisar a importância das artes para o melhor desenvolvimento da leitura por parte do aluno, observando a aplicação das atividades artísticas para êxito com resultados obtidos, possibilitando análise acerca da contribuição da arte para a prática educativa. Os resultados demonstraram a evolução do processo criativo individual entre os alunos em contato com a arte, tendo-se observado a valorização da identidade e da autoestima com a afirmação e descoberta da capacidade criativa por meio da expressão de cada um dos estudantes que participaram das atividades realizadas.

 

Palavras-chave: Arte. Educação. Prática Pedagógica.

 

ABSTRACT

 

Bearing in mind that art provides greater development of creative activity and its greater integration with the life and environment of the individual, the present study intends to analyze the contribution of artistic activities to the better performance of reading among students of Early Childhood Education, early years of the Elementary School and Youth and Adult Education (EJA) at Maria das Mercês Municipal School, Xexéu – Pernambuco. It is justified by the elaboration of a project to promote reading through the arts, developed in joint action by the Municipal Department of Education with the managers and the community of Bairro da Boa Vista, in that municipality, carrying out a series of pedagogical actions for this purpose. It aims to analyze the importance of the arts for the better development of reading by the student, observing the application of artistic activities for success with results obtained, enabling analysis about the contribution of art to educational practice. The results showed the evolution of the individual creative process among students in contact with art, having observed the appreciation of identity and self-esteem with the affirmation and discovery of creative capacity through the expression of each of the students who participated in the activities carried out.

 

Keywords: Art. Education. Pedagogical Practice.

 

INTRODUÇÃO

 

O estudo ora apresentado trata acerca da temática da contribuição da arte para o desenvolvimento de atividades de leitura no âmbito escolar, envolvendo práticas artísticas entre os estudantes da Educação Infantil, dos anos iniciais do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e Adultos (EJA), da Escola Municipal Maria das Mercês, do Município de Xexéu, Estado de Pernambuco.

Pretende com isso enfatizar a importância da articulação artística com a prática pedagógica, no sentido de identificar a sua contribuição para o ensino-aprendizagem, especificamente no desenvolvimento da leitura pelo alunado.

 

AS ARTES E A LEITURA

 

A arte estimula a criatividade e o universo lúdico individual, seja da criança, adolescente, jovem ou adulto, razão pela qual proporciona importantes subsídios aos docentes para encaminhamento e busca do melhor aprimoramento de sua atuação na área profissional, sobretudo no processo de ensino-aprendizagem.

Levando em consideração Freire (2022, s/n):

A arte tem que participar da escola como ela mesma, como fim. Ela pode até ser meio, mas ela tem que ser respeitada como atividadefim. A arte tem que ter um lugar de respeito na escola. [...] Na medida que a prática escolar considerar a expressão artística como algo substantivo, como algo tão necessário quanto saber matemática, para a vida; no momento em que a escola testemunha isso ao aluno, no momento em que respeita a expressividade criadora do aluno, em que a escola respeita as práticas fazedoras de boniteza dos meninos e das meninas.

 

A partir dessa expressão passou-se a observar que a arte contribui de forma esplêndida para o desenvolvimento individual, tendo em vista ofertar condições de aprimoramento do aprendizado e do fazer.

Assim sendo, a arte contribui para o processo educacional por meio de uma proposta instrumental teórico-metodológica capaz de proporcionar uma postura crítica e reflexiva a respeito das práticas educativas voltadas tanto para crianças, como adolescentes, jovens e adultos, preparando-os para a reflexão e observação das mais diversas experiências. Além do mais observa Freire (2013, p. 361): “A educação é já essa arte, apesar de se poder fazer pela arte também. Ela é em si uma proposta artística, ela já tem arte [...] O que faz da educação uma arte é precisamente quando a educação é também um ato de conhecer”.

Tanto é o objetivo da Educação Artística, conforme anotado por Machado (2022) e Silva e Abraão (2022), procurar o desenvolvimento da capacidade de percepção estética e do pensamento artístico, influenciando o ordenamento e o sentido da vida do estudante.

No caso da Educação Infantil, segundo Santos e Costa (2022, p. 4), a compreensão das artes passa pelo sentido de “[...] espaço de experimentação, de jogo, onde a criança possa construir uma análise pessoal das suas construções [...]”. Para os autores é com a realização de atividades artísticas que a criança pode desenvolver a autoestima e sentimentos, bem como obter a “[...] capacidade de representar o simbólico, analisando, avaliando e fazendo interpretações, desenvolvendo habilidades específicas da área das artes [...]” (SANTOS, COSTA, 2022, p.4).

Desta forma observa-se que o ensino da arte para as crianças da Educação Infantil possibilita o desenvolvimento da competência artística e estética na produção de trabalhos individuais ou grupais e, a partir disso, de forma progressiva desenvolver a apreciação, o desfrute, a valorização e o julgamento dos bens artísticos ofertados.

No Ensino Fundamental, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) traz a proposta de articulação das linguagens artísticas com as dimensões do conhecimento na aprendizagem dos alunos, dimensões essas identificadas na criação, na crítica, na estesia que é a experiência sensível dos sujeitos; na expressão, na fruição e na reflexão. Quer dizer então que estas dimensões do conhecimento e a abordagem das linguagens de forma simultânea e indissociável possam caracterizar a singularidade atinente à experiência artística (BRASIL, 2022).

Para os anos iniciais do Ensino Fundamental a BNCC estabelece o desenvolvimento de competências específicas que se encontrem na exploração, conhecimento, fruição e análise crítica das práticas e produções artísticas e culturais; compreensão das relações entre as linguagens artísticas e as práticas integradas; a pesquisa e conhecimento das distintas matrizes estéticas e culturais; a vivência experiencial do lúdico, do perceptivo, da expressão e da imaginação por meio de ressignificação dos espaços escolares e do seu entorno; mobilização de recursos tecnológicos para registro, pesquisa e criação; estabelecimento das mais diversas relações sociais entre a arte e a mídia, consumo e mercado; problematização de forma diversificada com exercícios artísticos das questões que transitam pelas relações humanas; o desenvolvimento da autonomia, da autoria, da crítica e da ação colaborativa e coletiva artisticamente; e análise e valorização do patrimônio artístico com suas diferentes visões de mundo (BRASIL, 2022).

Neste sentido, observam Ângelo (2020), Pinto (2022) e Garcia e Lopes (2022), que a utilização da arte em sala de aula proporciona a criação de uma sinergia peculiar e mais ampla entre alunos e professores, traduzindo com isso o papel importante da arte no desenvolvimento do dialógico e do lado emocional, além de preparar o educando para a vida e para o trabalho.

Com relação à Educação de Jovens e Adultos (EJA), em conformidade com o expresso por Santos (2022), Aguiar e Andrade (2022), Araújo e Oliveira (2022), dadas as especificidades desta modalidade educacional, a arte e o aprendizado da prática artística proporciona a ampliação do relacionamento entre o estudante jovem ou adulto com a escola, desenvolvendo, com isso, a expressão e criatividade. Observa-se que o dimensionamento da EJA com relação ao paradigma estético possibilita o desenvolvimento de sujeitos imbuídos da curiosidade pela criatividade, sensibilidade e intuição, ampliando-se a autonomia e a relação com o mundo entre uns e outros e consigo próprio.

Observa Santos (2022) e Aguiar e Andrade (2022) que o conhecimento artístico entre alunos da EJA oportuniza o desenvolvimento da expressão e da criatividade, ampliando a comunicação e promoção de vivências.

Acrescenta Araújo e Oliveira (2022) que a utilização da arte com a mediação pedagógica da leitura traz a promoção de desafios cognitivos que são capazes de fomentar o desenvolvimento da autonomia, da criação e da imaginação no aprendizado.

Em vista disso, tanto na Educação Infantil, como nos anos iniciais do Ensino Fundamental e da EJA, observa-se que a arte tem muito a contribuir para a leitura face o aguçamento da curiosidade para as descobertas.

Neste sentido Freire (2003, p. 261) observa que:

Ler é uma operação inteligente, difícil, exigente, mas gratificante. Ninguém lê ou estuda autenticamente se não assume, diante do texto ou do objeto da curiosidade a forma crítica de ser ou de estar sendo sujeito da curiosidade, sujeito da leitura, sujeito do processo de conhecer em que se acha. Ler é procurar buscar criar a compreensão do lido; daí, entre outros pontos fundamentais, a importância do ensino correto da leitura e da escrita. É que ensinar a ler é engajar-se numa experiência criativa em torno da compreensão. Da compreensão e da comunicação.

 

Mediante o exposto, observa-se que o ato da leitura consequentemente traz o significado de afirmação do sujeito e como produtor da linguagem e singularidade interpretativa da sua história e o que o rodeia, uma vez que se trata do processo pelo qual o aluno efetua uma ativa forma de construir significados, por meio do processo psicológico que compreende operações cognitivas e utiliza estratégias diversificadas no sentido sociocultural e linguístico, na interação e mobilização de muitos níveis de conhecimento.

Desta forma, entendem Aguiar e Andrade (2022) que o ato da leitura é constituído pela interação entre conhecimentos que emergem do texto e os já de posse do estudante, com o acréscimo das possibilidades de interpretação na identificação do que se encontra expresso tanto no texto como no processo comunicacional com o outro.

É neste sentido que se articula as práticas artísticas ao processo de ensino-aprendizagem, compreendendo o envolvimento de alunos da Educação Infantil, dos anos iniciais do Ensino Fundamental e da EJA, para promoção da leitura e, consequentemente, da escrita.

 

MÉTODOS

 

O trabalho ora realizado obedece aos critérios de pesquisa descritiva e bibliográfica, tratando a respeito das atividades desenvolvidas entre os alunos da Educação Infantil, dos anos inicias do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Escola Municipal Maria das Mercês, localizada no Bairro da Boa Vista, em Xexéu, Pernambuco.

A base teórica para desenvolvimento do presente estudo está situada a partir das obras de Paulo Freire e nas proposições efetuadas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), além dos estudos desenvolvidos por Pinto (2022), Santos (2022), Ângelo (2020), Machado (2022), Santos e Costa (2022), Aguiar e Andrade (2022), Garcia e Lopes (2022), Araújo e Oliveira (2022) e Silva e Abrão (2022).

As atividades aplicadas no recinto escolar foram realizadas entre os dias 1 de março e 20 de abril, executadas diariamente em sala de aula, depois da abertura ocorrida em solenidade no dia inaugural, apresentando o planejamento de todo o projeto.

Estas atividades ocorreram no recinto escolar e envolveram 11 alunos da Educação Infantil, 145 alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental, e 72 alunos da Educação de Jovens e Adultos, perfazendo um total de 228 alunos que participaram diretamente das tarefas  realizadas para promoção da leitura utilizando linguagens artístcias.

Todo trabalho foi dividido em 3 partes, a primeira executada de 1 a 18 de março; a segunda de 21 a 31 de março; e a terceira, de 4 a 20 de abril, conforme especificadas nos resultados deste estudo.

 

RESULTADOS

 

Durante os meses de março e abril foram desenvolvidas atividades planejadas pela equipe de gestores, professores e comunidade da Escola Municipal Maria das Mercês, situada no bairro da Boa Vista – Xexéu - PE, para promoção da leitura, reunindo inicialmente alunos da Educação Infantil, posteriormente incluindo os das séries iniciais do Ensino Fundamental e, em seguida, incluindo alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Este projeto recebeu inicialmente o nome de “Quem escreve um livro cria um castelo, quem lê mora nele”, baseado na obra de Monteiro Lobato e levando à reflexão por meio das artes, sobretudo da Literatura, para a prática da leitura e escrita como elementos essenciais para a alfabetização.

Desenvolveu-se, portanto, tarefas que levassem em consideração práticas lúdicas com utilização de uma diversidade de recursos para os alunos ampliarem a leitura e o aprendizado de habilidades.

Tendo-se por base o que dissera Freire (2013, p. 189) “Ensinar significa provocar a curiosidade do educando a tal ponto que ele se transforme em sujeito da produção do conhecimento que lhe é ensinado”, as atividades foram desenroladas diariamente no recinto escolar.

Procurou-se a partir de então criar uma série de espaços próprios para o cultivo e acesso à leitura entre os alunos, dentro da própria sala de aula e em outros diversos locais no espaço escolar, mantendo-se por base as ideias de Freire (2000).

Tencionou-se com isso cultivar o hábito da leitura e, por consequência, a transformação do mero espectador em agente transformador ativo, propiciando-se, então, ambientes estimulantes para a prática da leitura, com o objetivo de dar bom desenvolvimento das aptidões com ações contextualizadas e interdisciplinares interligadas com a vida e o contexto social dos estudantes, visando, enfim, proporcionar através da leitura o alargamento dos horizontes pessoais e culturais, com elo na linguagem formal e informação.

A introdução da arte para promoção da leitura se deu por meio de apresentação do projeto de leitura aos professores e estudantes com a proposta pedagógica e exposições teatrais com música e literatura, além de práticas lúdicas, tais como brincadeiras, jogos, contação de histórias, representações e recitais, atividades de pintura e confecções de materiais.

A segunda parte do projeto de leitura englobou a vivência em sala de aula com as leituras de um lugar dedicado para esta prática, cujo ambiente específico proporcionasse aconchego e relaxamento, harmonia com decoração a partir de ilustrações produzidas pelos próprios alunos e professores, contribuindo para a imaginação e criatividade.

Neste espaço foram depositados os livros paradidáticos disponibilizados pela instituição escolar, para que os alunos passassem a ter contato direto com as obras de escritores da Literatura brasileira.

A terceira parte compreendeu a disponibilização em cada espaço de leitura em sala de aula, de caixas de leitura contendo uma variada tipologia de textos, tais como: poesia, contos, receitas, manuais, bulas, notícias, narrativas ficcionais, textos teatrais, partituras, letras de músicas, piadas, trava-línguas, fábulas, quadrinhos, entrevistas, memes, notícias, panfletos, convites, colagens, cartas, biografias, cordéis, diários, pesquisas, entre outros materiais.

Exemplo dessa atividade é a caixa de Matemática contendo gêneros textuais contextualizados com a matemática presente nas obras literárias e noutros gêneros artísticos.

Elaborou-se a partir de então espaço no ambiente específico com a introdução de teatro de fantoches e deboches, como elemento para desenvolver a criatividade, imaginação e verbalização dos estudantes, além da exposição de contos e histórias utilizadas como recursos pedagógicos.

Também foram introduzidas maletas e aventais com o objetivo de expandir a leitura na sala de aula para o domicílio dos alunos com recolhimento diário, contribuindo para integração e participação dos pais e responsáveis no âmbito escolar, adotando-se na sala de aula a utilização de um “leitômetro” para classificar a participação dos alunos.

A culminância desta etapa se deu com a presença do Secretário e dos assessores da Secretaria Municipal de Educação de Xexéu, para aferir o desempenho das atividades realizadas, ocasião em que foram efetuadas diversas apresentações, a exemplo de saraus, cantorias, jograis e representações artísticas promovidas pelos professores com os alunos da Educação Infantil, anos iniciais do Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos (EJA) do educandário em apreço.

As atividades desenvolvidas nesta primeira etapa continuam nas práticas regulares em sala de aula, com o objetivo de despertar o potencial cognitivo e criativo, promover o vocabulário favorecendo estabilização de formas ortográficas, possibilitar a vivência de emoções por meio de fantasia, criatividade e imaginação; incentivar o desenvolvimento da oralidade, estabelecendo e ampliando relações sociais, além de garantir a formação crítica e emancipadora, bem como a integração afetiva entre professores e estudantes no ambiente escolar, enfim, procurando estimular e incentivar os estudantes a desenvolver gosto pela leitura.

 

QUADRO DAS ATIVIDADES

Fonte: Secretaria Municipal de Educação (SEMED-XEXÉU), 2022. Referente as atividades desenvolvidas no Projeto da Escola Municipal Maria das Mercês, Xexéu – PE.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

O presente estudo atendeu ao objetivo temático de analisar a importância das artes para o melhor desenvolvimento da leitura por parte do aluno, observando a aplicação das atividades artísticas para êxito com resultados obtidos, possibilitando analise acerca da contribuição da arte para a prática educativa.

Observou-se que a arte visa proporcionar o processo de criação no indivíduo, levando-o a desenvolver sua criatividade e raciocínio, melhorar o seu potencial de pensamento e realização de exposição e solução de problemas em situações sociais e cotidianas.

Constatou-se que o aparato de ações no educandário em estudo, tanto envolveu alunos, como professores, gestores, familiares e a comunidade do Bairro da Boa Vista, de Xexéu-PE, proporcionando uma integração entre a escola, a família e a comunidade, fato que coroou de êxito a iniciativa proposta.

Como realizações futuras, o projeto de promoção da leitura pretende, entre outras ações, promover um concurso de Poesia de Cordel com sarau e premiações, além de outros gêneros literários e artísticos, como exposição de pintura e de fotografia, apresentações teatrais e musicais, realizando exposição de todos materiais criados que possibilitem a expressão artística e o melhor aprendizado dos alunos por meio da leitura de mundo.

Espera-se que com a temática abordada possa favorecer a mobilização para debates, discussões, reflexões e pesquisas que contribuam para amplitude da dimensão que o tema exige, fortalecendo a democratização educacional com uma atividade pedagógica articulada com a expressão artística que comprove e reafirme a importância da arte no desenvolvimento de práticas para o hábito da leitura entre os alunos da escola.

 

REFERÊNCIAS

 

AGUIAR, I.; ANDRADE, N. A importância da leitura na educação de jovens e adultos: de que tipo de leitura estamos falando? Revista de Educação Ciência e Tecnologia. Disponível em: https://periodicos.ifrs.edu.br/index.php/tear/article/download/1890/1455. Acesso em 20 abr 2022.

ANGELO, J. Reflexões da arte na educação infantil. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 11, Vol. 08, pp. 23-36. Novembro de 2020.

ARAÚJO, G.; OLIVEIRA, A. O ensino de arte na educação de jovens e adultos: uma análise a partir da experiência em Cuiabá (MT). Educação & Pesquisa. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ep/a/4MBN46G4pZTzHjBgKybtrzG/?format=pdf&lang=pt. Acesso em 20 abr 2022.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em 18 abr 2022.

FREIRE, P. Pedagogia da tolerância. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013.

______. Pedagogia da indignação: Cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: UNESP, 2000.

______. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez, 2003.

_______. Arte e educação nos 21 anos da Pedagogia do Oprimido. Paulo Freire entrevistado por Joana Lopes, no Departamento de Artes Corporais da UNICAMP, Campinas, Brasil, 1990. Disponível em: de http://www.acervo.paulofreire.org:8080/jspui/handle/7891/1882. Acesso em: 20 abr 2022.

GARCIA, J.; LOPES, L. A importância da arte nos anos iniciais. Disponível em: http://uniesp.edu.br/sites/_biblioteca/revistas/20170602124521.pdf. Acesso em 20 abr 2022.

MACHADO, L. Brincar para aprender. Tataritaritatá. Disponível em: https://blogdotataritaritata.blogspot.com/2015/09/martin-baro-clara-domitila-antonio.html. Acesso em 20 abr 2022.

PINTO, M. O ensino de arte nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Escola de Belas Artes da UFMG. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-A9GGCP/1/mariane___monografia_artes__.pdf. Acesso em 20 abr 2022.

SANTOS, M. O ensino de arte na educação de jovens e adultos. Disponível em: https://spo.ifsp.edu.br/images/phocadownload/DOCUMENTOS_MENU_LATERAL_FIXO/POS_GRADUA%C3%87%C3%83O/ESPECIALIZA%C3%87%C3%83O/Educa%C3%A7%C3%A3o_Profissional_Integrada_%C3%A0_Educa%C3%A7%C3%A3o_B%C3%A1sica_na_Modalidade_EJA_-_Proeja/PRODUCOES/2014/O_ENSINO_DE_ARTE_NA_EJA_2014_Maria_de_Jesus.pdf. Acesso em 20 abr 2022.

SANTOS, M.; COSTA, Z. A arte na educação infantil: sua contribuição para o desenvolvimento. XV Seminário Internacional de Educação – FEEVALE. Disponível em: https://www.feevale.br/Comum/midias/325d6200-a6f7-420b-8192-7f3fade7ee4d/A%20arte%20na%20educa%C3%A7%C3%A3o%20infantil%20sua%20contribui%C3%A7%C3%A3o%20para%20o%20desenvolvimento.pdf. Acesso em 20 abr 2022.

SILVA, J.B.; ABRÃO, K.R. O processo do ensino e aprendizagem da arte e sua contribuição para a formação da criança na educação infantil. Revista Humanidades e Inovação, v. 6, n. 13, 2019. Disponível em: https://revista.unitins.br/index.php/humanidadeseinovacao/article/view/708. Acesso em: abr,2022.

 

* Artigo aprovado e apresentado durante o Congresso Brasileiro de Educação, promovido pelo Instituto Escrever, em maio de 2022.

 

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sábado, 30 de abril de 2022

AO LER, LEMOS A NÓS MESMOS, DE GRAÇA LINS

 

 

AO LER, LEMOS A NÓS MESMOS

 

“Há realidades que só a ficção suporta. Precisam ser inventadas para ser contadas”. Eliane Brum.

 

 

Graça Lins*

 

De todas as competências culturais, a leitura é, com certeza, a mais valorizada socialmente, uma vez que favorece a circulação do indivíduo, em todas as ambiências da sociedade, conferindo-lhe um empoderamento e um saber que o diferencia dos demais.

O que lemos, quando lemos? O que denunciamos quando nos referimos aos nossos autores preferidos? O que nos leva a indicar determinadas obras literárias em detrimento de outras legitimadas pela mídia e referendadas pelo senso comum?

A leitura do texto ficcional permite ao leitor a interpretação de sua própria vida, num encontro em que ocorre a leitura de si mesmo, ajudando-o a lidar melhor com seus conflitos psíquicos. É dessa forma que a psicanálise considera que apenas a competência leitora não dá conta de perceber os efeitos que o texto literário provoca no leitor.

Ao ler, o leitor compactua com o que está posto e encoberto pela fantasia, pelo imaginário e pelo simbólico proposto pelo autor e resgata através da leitura fragmentos de vida que constituem vestígios de seu inconsciente.

É natural que depare-se com algo que o desestabilize emocionalmente, ocasionando um estranhamento diante da ficção. Assim, ao tempo em que o texto provoca um prazer estético pode evocar lembranças remotas, memória de um passado distante revestido pela fantasia que o texto significa.

A citação de Brum, no início do artigo, nos reporta a um romance de Cristovão Tezza, O filho eterno, em que o autor trata da angústia de um pai ao receber a notícia do nascimento de um filho com síndrome de Down. Toda a construção do texto narra a repulsa ao filho indesejado. Posteriormente, em eventos de lançamento do livro, o autor confessa que utilizou-se da ficção para discorrer sobre a  sua própria experiência pessoal com seu  filho Down, então personagem do romance.

Trata-se de uma narrativa em que situações do cotidiano são narradas provocando no leitor sentimentos de medo, indiferença, dúvida com relação ao amor do pai, estranheza diante da falta de afeto, enfim, um bom livro para refletir sobre como o leitor se presentifica no texto e os efeitos da leitura numa perspectiva psicanalítica.

Podemos ainda formular outras indagações inquietantes: a leitura da ficção, enquanto experiência estética, busca a satisfação de um desejo? Pode ter um caráter especular, espaço em que o leitor se encontre na figura de uma personagem ou mesmo em algum cenário da narrativa? O leitor pode ficar vulnerável a transferir para o mundo da ficção os seus conflitos psíquicos, de forma consciente ou inconsciente, identificando-se com uma personagem em cuja imagem projeta o seu afeto ou hostilidade?

Algumas dessas indagações encontram respostas em exemplos colhidos nos  próprios textos da Literatura, os quais consideramos metáforas, para compreender os efeitos que a ficção pode provocar no leitor. Assim, percebemos o caso de Madame Bovary, do escritor francês Gustave Flaubert, cuja personagem vivia um relacionamento desgastado e entregava-se ao devaneio no ato da leitura, criando um universo paralelo, transferindo para um mundo idealizado os desejos que habitavam o seu psiquismo.

A respeito dessa forma envolvente de leitura realizada por Emma Bovary, Daniel Pennac, em seu livro Como um romance, sugere os Direitos imprescritíveis do leitor, sendo o 6º, o direito ao bovarismo, descrevendo com toques de humor que trata-se de uma doença textualmente transmissível. Pennac nos fala da necessidade de lembrarmos nossas primeiras efervescências de leitores e da importância de montarmos um pequeno altar a nossas antigas leituras, inclusive as mais bobas. São elas que nos levam a nos emocionar com aquilo que fomos, rindo daquilo que nos emocionava.

Outro personagem da Literatura clássica, universal, D. Quixote de La Mancha, de Cervantes, envolvia-se de tal forma no mundo dos livros, que passou a não estabelecer limites entre o real e o imaginário. A exemplo, no capítulo XXVI, D. Quixote assiste a um espetáculo de marionetes e passa a crer que se tratava de uma luta real entre mouros e cristãos, chegando a lançar mão da espada, destruir todos os bonecos, acreditando estar em combate contra os mouros para salvar uma princesa.

Essas ocorrências figurativas dos efeitos da leitura no leitor nos levam a entender que são comportamentos aproximados a alguns conceitos psicanalíticos, a identificação, a transferência, a projeção considerados mecanismos de defesa que  podem também ocorrer com o leitor real. Ao ler-se a si mesmo através do texto ficcional o leitor passa a ser interpretante e interpretado pela obra, é o que nos diz a Literatura e a Psicanálise que dialogam com as subjetividades do indivíduo.

Os estudos psicanalíticos se voltaram inicialmente para a criação literária, investigando os impulsos que operam no interior do processo de criação literária, revelando que nem sempre a escrita tem aspectos restauradores, ou seja, a obra de arte pode ter impulsos destrutivos ocasionados pelo confronto do artista, não só com a criação estética, mas com a falta, o sofrimento e finitude.

Freud em seus estudos sobre Dostoievski afirma que diante dos problemas que o artista criador consegue sublimar, através da criação artística, a Literatura chegou antes da Psicanálise com seus métodos analíticos. O artista recorre à simbolização da dor através da arte com funções de restabelecer a cura psíquica para seus males.

De outro modo, o artista também pode substituir a busca da cura de sintomas e sofrimentos pela pulsão de morte, a exemplo de casos de suicídio das poetisas Florbela Espanca (portuguesa) e Ana Cristina Cesar (brasileira).

Freud era, na verdade, um apreciador da Literatura e quando foi agraciado com o prêmio Goethe, em Frankfurt, pelo conjunto de sua obra científica, também foi acusado de tê-la escrito em forma de romance. Ao que se sabe, Goethe, antes de Freud, percebeu a importância dos sonhos, dos primeiros afetos e da necessidade do autoconhecimento, chegando a tratar da necessidade de que cada pessoa fosse capaz de conhecer a si mesmo e de julgar a si mesmo.

Enquanto leitor, ele também foi um profundo conhecedor da obra de Shakespeare, notificando a capacidade literária desse escritor em apresentar várias referências sobre o inconsciente. Daí a escolha de nomes da obra shakespeariana para nomear conceitos psicanalíticos: Complexo de Édipo, etc.

Estudos psicanalíticos consideram que todo grande escritor, utiliza-se de seus personagens como porta voz do seu desejo inconsciente. Isto não reduz a obra literária a simples esquemas interpretativos, o artista sabe dar uma forma particular às suas fantasias e alivia o leitor da carga maléfica das suas. Dessa forma, o leitor pode realizar de forma simbólica, seus desejos insatisfeitos encontrando prazeres compensatórios substitutivos através da criação artística. Isto porque a obra permite uma identificação do leitor com personagens do enredo, estabelecendo laços afetivos como uma das formas que o ego utiliza para atender ao desejo pulsional.

É dessa forma que o leitor constrói uma cadeia de representações que lhe pertencem e não mais ao texto que lê. A exemplo, tratando do conto A cartomante de Machado de Assis, quando o texto trata de um personagem e da sua ação num conflito, como seja, “Camilo saiu aflito da casa da cigana”, trata-se de um Camilo e de uma cigana que só o leitor reconhece a partir da representação que faz desses personagens.

É possível dizer que, são referências conscientes e inconscientes que lhe ocorrem durante a leitura, instaurando um momento de identificação com o texto capaz de mobilizar investimentos afetivos, num ato de quase-amor, tão bem exemplificado no conto Felicidade Clandestina de Clarice Lispector, quando a menina abraça com afeto o livro de difícil aquisição por empréstimo, nomeando-o de seu amante. A obra literária sempre irá remeter o leitor a uma outra realidade extraliterária.

Enfim, podemos dizer que a Leitura é fundante e tem o poder de desvelar o que está oculto, abrindo espaços para uma consciência reflexiva e transformadora.

Ao entender a singularidade do ato de ler o texto ficcional, numa perspectiva psicanalítica, consideramos da maior importância que nossas escolas através das práticas de letramento literário, possam garantir que habilidades e procedimentos de leitura sejam prioridades para a formação do leitor proficiente, capaz de ler-se a si mesmo como interpretante de sua própria vida.

 

*GRAÇA LINS - Graça Lins é escritora e pesquisadora da Literatura Infantil e Juvenil, graduada em Letras, pós-graduada em Literatura Brasileira e em Políticas Culturais, mestre em Psicanálise, e crítica literária pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (RJ). É autora do livro Ozybil engole letras (Bagaço, 1995) do conto De amores e de Livros (Entre Laços), e articulista da Revista Brazilcomz (Espanha). Coordenou as ações culturais da biblioteca do Porto Digital e atualmente é professora dos cursos de pós-graduação em Literatura da FAFIRE/PE, integrante da Oficina de Criação Literária Clarice Lispector, desde 2018. Artigo apresentado no Mestrado de Psicanálise e Educação, pela aluna Maria das Graças Vieira Lins/ 2014.

 

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