KARL MARX:
ALIENAÇÃO POLÍTICA - O economista,
filósofo e revolucionário alemão, Karl Marx (1818-1883), também foi
historiador, jornalista e teórico político filiado à esquerda hegeliana, foi o
fundador da doutrina comunista moderna. Como autor de diversas obras, tais como
O Capital, As lutas de classes na França, Introdução Crítica à Filosofia do Direito de Hegel, entre outras, introduziu o conceito de alienação a
partir das óticas religiosas, filosóficas, social, econômica e política.
A
alienação religiosa, para Marx, é a alienação modelo representando a perda do
ser humano e tornando-se a expressão suprema da alienação humana. Está baseada
na sua afirmação de que “O homem faz a religião, a religião não faz o homem”,
pretendendo abolir toda e qualquer forma de religião que justifica todas as
explorações capitalistas e burguesas, acusando especificamente o cristianismo
de anestesiar humildes e deserdados por meio de prêmios na sua pregação das
injustiças sociais, sendo, portanto, a religião uma das formas de exploração
capitalista.
A alienação
filosófica, para Karl Marx, é aquela que se nutre do pensamento ou da reflexão,
em detrimento da ação e do real. Por isso, condena ele aqueles filósofos que se
refugiam no pensamento, desligados da consciência da realidade.
A
alienação social é vista por Marx como resultado da existência de classes que
são divididas de forma oposta e hostil, determinando a existência de classes
dominantes e dominadas, numa luta constante e identificadas por seus interesses
e culturas. Nesse sentido, ele reforça a necessidade de consciência de classe,
denominando a classe burguesa de dominante que explora a classe dominada, o
proletariado que é despossuído de bens, famílias e direitos. Nasce daí a eterna
luta dos dominados contra a burguesia que se baseia na alienação econômica.
A
alienação econômica, para Marx, é a fonte de todas as alienações, defendendo
que o trabalhador, quanto mais trabalha e quanto mais fica pobre, produz mais
riqueza, tornando-se uma mercadoria barata. Essa forma de alienação só poderá
ser vencida com a revolução proletária. Por consequência dessa revolução, todas
as alienações serão abolidas.
Por fim,
a alienação política que é vista por Marx em razão da divisão da sociedade
civil em classes formada pelo Estado. Para ele, que o Estado representa a cisão
social determinada por uma classe, quando jamais terá a capacidade de conciliar
a divisão da sociedade. Observa o autor que a solução para a alienação política
tem dependência direta com a alienação social, ou seja, com a divisão da
sociedade em classes.
Observa-se,
portanto, que na ideia de alienação o autor pontua a questão que o homem, nesse
sentido, é visto como estranho a si mesmo, tornado outro e separado de seu
próprio ser, não realizando a sua identidade. Em vista disso, o ser humano
projeta-se para o mundo abstrato e ilusório, como no fato do processo de
trabalho no Capitalismo que separou o trabalhador dos meios de produção que
passaram a pertencer à burguesia, ou seja, à classe dominante. Com isso,
entendia ele que com a alienação ocorre a negação do poder de discutir as
políticas trabalhistas, levando o trabalhador à exclusão. Nesse sentido,
entendia Marx que para que o trabalhador sobrevivesse era obrigado a alugar sua
força de trabalho à classe dominante, resultando como recompensa a recepção de
um salário. Com isso, observava o autor que havia mais pessoas que emprego,
ocasionando a submissão do trabalho para acertar os valores impostos pelos
patrões para que pudesse desenvolver suas atividades profissionais. Vê-se,
portanto, com base nas ideia de Marx que a alienação é fruto da sistemática
capitalista de produção, sendo, com isso, apenas suprimida na sociedade sem
classes, qual seja: na sociedade comunista.
REFERÊNCIAS
CLARET, Martin, O Pensamento Vivo de Marx. São
Paulo: Martin Claret, 1990.
MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosoficos. São Paulo: Abril
Cultural, 1981.
MARX,
K.; ENGELS, F. O manifesto comunista. São Paulo: Paz e Terra, 1997.
WHEEN,
Francis. Karl Marx. Rio de Janeiro: Record, 2001.