quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

LIBER AL VEL LEGIS, DE ALEISTER CROWLEY


[...] e em sua mulher chamada a Mulher Escarlate está todo o poder concedido. Eles agruparão minhas crianças dentro do seu cercado: eles trarão a glória das estrelas para dentro do coração dos homens. [...] Ó mulher das pálpebras azul-celeste, curva-te sobre eles! [...] Então disse o profeta e escravo da mais bela: Quem sou eu, e o que será o sinal? Então ela lhe respondeu, curvando-se para baixo, uma suave chama de azul, tudo tocando, tudo penetrando, suas adoráveis mãos sobre a terra negra, & seu corpo flexível arqueado por amor, e seus pés macios não ferindo as pequenas flores: Tu o sabes! E o sinal deverá ser meu êxtase, a consciência da continuidade da existência, a onipresença de meu corpo. [...] Mas ela disse: os ordálios eu não escrevo: os rituais deverão ser metade conhecidos e metade ocultos: a Lei é para todos. Isto que tu escreves é o tríplice livro da Lei. [...] Mas amar-me é melhor do que todas as coisas: se sob as estrelas noturnas no deserto tu neste momento queimas meu incenso perante mim, invocando-me com um coração puro, e a chama da Serpente aí dentro, tu virás a deitar um pouco em meu seio. Por um beijo tu então estarás querendo dar tudo, mas aquele que der uma partícula de pó perderá tudo nessa hora. Vós devereis juntar bens e provisões de mulheres e especiarias; vós devereis trajar ricas jóias, vós devereis exceder as nações da terra em esplendor & orgulho; mas sempre no amor de mim, e então devereis vir para a minha alegria. Eu vos ordeno seriamente a vir ante mim num robe único e cobertos com um rico adorno na cabeça. Eu vos amo! Eu anseio por vós! Pálido ou púrpura, velado ou voluptuoso, eu que sou toda prazer e púrpura, e a embriaguez do sentido mais profundo, vos desejo. Colocai as asas e despertai o esplendor enrodilhado dentro de vós: vinde até mim!
[...] Que a Mulher Escarlate se acautele! Se a piedade e a compaixão e a ternura visitarem seu coração; se ela deixar meu trabalho para brincar com velhas doçuras; então minha vingança será conhecida. Eu sacrificarei sua criança para mim: eu alienarei seu coração: eu a arremessarei para fora dos homens: como uma meretriz encolhida e desprezada, ela rastejará através das ruas escuras e úmidas, e morrerá gelada e faminta. Mas que ela se erga em orgulho! Que ela me siga em meu caminho! Que ela trabalhe a obra da perversidade! Que ela mate seu coração! Que ela seja escandalosa e adúltera! Que ela seja coberta de jóias, e ricos trajes, e que ela seja desavergonhada perante todos os homens! Então eu a elevarei aos pináculos do poder: então eu gerarei nela uma criança mais poderosa que todos os reis da terra. Eu a preencherei com júbilo: com minha força ela verá & golpeará na adoração de Nu: ela alcançará Hadit.


LIBER AL VEL LEGIS – A obra Liber al vel Legis (O Livro da Lei), de Aleister Crowley, pseudônimo do ocultista britânico Edward Alexander Crowley (1875-1947), trata no primeiro capítulo da manifestação de Nuit, o desvelar da companhia do céu, todo homem e toda mulher é uma estrela, todo número é infinito; não existe diferença, o esplendor nu de Nuit e ela se curva em êxtase a beijar, os ardores secretos de Hadit, entre outras. No segundo capítulo, o esconder de Hadit, eu sou a chama que queima em todo coração humano, e no âmago de cada estrela. Eu sou a Vida e o doador da Vida; entretanto o conhecimento de mim é o conhecimento da morte; eu sou o Mago e o Exorcista. Eu sou o eixo da roda, e o cubo no círculo. “Vinde a mim” é uma palavra tola, pois sou eu quem vai; eu sou a Serpente que dá o Conhecimento e a Delícia e a glória que brilha, e agito os corações dos homens com a embriaguez. Para me adorar toma vinho e drogas estranhas sobre as quais falarei ao meu profeta, & embebeda-te de todas ! Elas não te farão mal algum. Isso é mentira, essa tolice contra ti. A exposição da inocência é uma mentira. Sê forte, ó homem! Deseja intensamente, usufrui de todas as coisas dos sentidos e do arrebatamento: não temas que qualquer Deus venha a te renegar por isso; existem os rituais dos elementos e as festas das estações; eu estou erguido em teu coração; e os beijos das estrelas chovem forte sobre teu corpo, o fim do esconderijo de Hadit; e bênção & adoração para o profeta da adorável Estrela, entre outros. No capítulo três, Abrahadabra! a recompensa de Ra Hoor Khut, escolhei uma ilha!, Fortificai-a!, Meu altar é de latão trabalhado: queimai sobre ele em prata ou ouro! Este livro deverá ser traduzido para todas as línguas; mas sempre com o original na escrita da Besta; pois na forma casual das letras e suas posições de uma para outra: nisso estão mistérios que nenhuma Besta adivinhará . Que ele não procure tentar; mas um virá após ele, de que lugar eu não digo, que descobrirá a Chave de tudo. Então esta linha traçada é uma chave: então este círculo enquadrado em sua falha é uma chave também. E Abrahadabra. Será a criança dele & isso estranhamente. Que ele não vá atrás disso; pois desse modo ele pode cair sozinho. O fim das palavras é a Palavra Abrahadabra. O Livro da Lei está Escrito E oculto Aum. Ha.

REFERÊNCIA
CROWLEY, Aleister. Liber al vel Legis - O Livro da Lei. Phoenix Library, s/d.

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