GRUPO DE PESQUISA – Realizou-se na última sexta, dia 05 de
dezembro, mais uma reunião do Grupo de
Pesquisa Neurofilosofia & Neurociência Cognitiva, comandada pelos
professores Álvaro Queiroz e Janne Eyre Araújo de Melo Sarmento.
No primeiro momento foi efetuada a recepção
dos novos membros do grupo: Mauricio Gomes, Franciele Gusmão, Jalison Feijó e
Juliane Miranda de França, contando ainda com a presença dos membros Weverky
Farias, Danrley Tenório, Danielle Nunes e Sérgio Marques.
Em seguida, o professor Álvaro Queiroz fez
menção da necessidade de estudos a serem realizador para aprofundamento dos
estudos e produção de textos e trabalhos acadêmicos. Entre os autores
recomendados para leitura estão Antonio Damásio, Steven Pinker e Eduardo
Giannetti, além de Aristóteles, Kant, Hegel, Descartes, Locke, Jacques Maritain
e Pierre Rousselot. A distribuição das leituras será efetuada na próxima
reunião do dia 12 de dezembro.
A professora Janne Eyre ressaltou importância
da bibliografia apresentada por se tratar de fundamental embasamento para o
desenvolvimento das atividades de estudo. Nessa ocasião foi efetuado um balanço
das atividades realizadas durante o período letivo, registrando a participação
do grupo em diversos eventos, tais como a V
Reunião Anual do IBNec/Congresso Norte-Nordeste de Neurociências do
Comportamento, do IV Congresso Brasileiro de Psicologia: Ciência e
Profissão, do IV Encontro Científico e
Cultural de Alagoas (Enccult) e da I
Jornada Científica do GEPE.
O
pós-graduando e tesoureiro do grupo, Weverky Farias informou a manutenção de
estudos que se desenvolvem sob sua responsabilidade sobre a área de Equoterapia e, em parceria com
graduando Sérgio Marques, na área de Indisciplina
Escolar.
A
graduanda Daniele Nunes trouxe a informação de que em parceria com o também
graduando Marcos Henrique Costa, estão desenvolvendo de estudos na área da Terceira Idade & Gerontodrama.
Confira detalhes aqui.
O
graduando Danrley Tenório manifestou a manutenção dos seus estudos sobre RPG enquadrando em seus propósitos de
pesquisa as ideais de Jacob Levy Moreno sobre as técnicas do Psicodrama.
CAFÉ PSI – O
grupo também participou da décima edição do Café Psi, organizado pela psicóloga
Janaina Diniz Guedes, realizado no último dia 03 de dezembro, no Restaurante
Bodega do Sertão, em Maceió – AL, sobre a temática da Neuropsicopedagogia: o que isso tem a ver com escola, criança, pais e a
psicologia?, ministrada pela mestre em Ciências Aplicadas à Pediatria da
USP, Christiane Assumpção Couto, e o especializando em Neuroeducação e
especialista em Neuropsicologia, Aluizio Costa. Esse evento tem por objetivo debater temas do universo da
psicologia contemporânea.
DICAS DE LEITURA
O INSTINTO DA LINGUAGEM – A obra O
instinto da linguagem: como a mente cria a linguagem, de Steven Pinker
aborda questões acerca do instinto para adquirir arte, tagarelas, mentalês,
funcionamento da linguagem, palavras, os sons do silêncio, cabeças falantes, a
Torre de Babel, o bebê nasce falando, órgãos da linguagem e genes da gramática,
o Big Bang, os craques da língua, o design da mente, entre outros importantes
temas. No primeiro capítulo, denominado Um
instinto para adquirir uma arte, o autor aborda o poder de moldar eventos
no cérebro com precisão entre seres humanos no milagre da sociabilidade da
linguagem, por meio de combinações de ideais novas e precisas que surgem na
mente do outro no ato da combinação, entrelaçando a experiência humana e
destacando o instinto para aprender, falar e compreender a linguagem. Parte da
ideia básica de Darwin de que “A linguagem é uma arte” e dos propósitos
linguísticos de Noam Chomsky, propondo uma investigação das combinações das
palavras de uma gramática mental que faz parte da gramática universal inata,
abordando desde o DNA na construção do cérebro até a manifestação da linguagem
jornalística na contemporaneidade. Nessa parte do livro enfatiza o autor a linguagem
como a capacidade notável de moldar eventos no cérebro com precisão por meio
das combinações de ideias e palavras, destacando a língua falada como o motor
da comunicação verbal na rede trocas de informações. No segundo capítulo,
intitulado Tagarelas, o autor aborda
desde as algaravias, dialetos, línguas e falantes, até aos genes da gramática,
demonstrando que a linguagem complexa é universal porque as crianças a
reinventam de geração em geração e destacando a flexibilidade da inteligência
humana para estratégias de aprendizagem geral, a partir do mamanhês, dos
pidgins e sua crioulização, a Língua de Sinais, até a metáfora da Torre de
Babel. No terceiro capítulo, Mentalês, ele inicia a abordagem a partir da
Novalingua e da Antilingua da obra de George Orwell para desenvolver suas
ideias acerca dos tipos de processadores e de representações contidas no
cérebro humano. No quarto capítulo, Como
a linguagem funciona, o autor esboça ideias acerca do pensamento de
Ferdinand Saussure sobre a arbitrariedade do signo, a língua como uso infito de
meios finitos de Wilhelm Von Humboldt, Mark Twain e o nonsense do séc. XIX, o
Jaguadarte de Lewis Carroll, a teoria dos princípios e parâmetros e o conceito
de estrutura falante de Noam Chomsky para, a partir dessa abordagem apresentar
o dicionário e a gramática mentais dentro de um design de gramática formado a
partir da vastidão da linguagem baseada nos autores William Faulkner, James
Joyce e Bernard Shaw, e o código autônomo em relação à cognição, fazendo um
comparativo com os princípios da combinação gramatical com os princípios da
combinação genética dentro de sistemas aglutinantes. Passa então a tratar sobre
os mecanismos de cadeias de palavras do modelo de estudos infindos de Markow e
a interdependência agregativa indutiva a partir dos poemas de Stephane
Mallarmé, para esboçar a ideia de que a língua humana baseia-se numa enorme
cadeia de palavras armazenadas no cérebro ao considerar que a mente humana foi
desenvolvida para usar estruturas de dados e de variáveis abstratas, razão pela
qual afirma que a aprendizagem é causada pela complexidade da mente. No quinto
capítulo, Palavras, Palavras, Palavras,
Pinker vai demonstrar que a gramática é a capacidade de transmitir uma
quantidade infinita de ideias com número finito de regras: as pessoas são
criativas com as palavras, vez que as possuem uma regra mental para produzir
palavras novas, propondo, portanto que a língua é um sistema combinatório
discreto. Passa então a abordar sobre gramática, morfemas e fonemas, sistemas de
regras vocabulares e sintagmáticas, morfologia, sintaxe, a psicologia das
regras linguísticas, a teoria da estrutura vocabular, listema, memorização,
truques mnemônicos, onomatopeias, habilidades miméticas, homônimos e sinônimos.
Aborda, ainda, as ideias de gramática de Marguerite Yourcenar, a psicologia do
desenvolvido de Peter Gordon, o signo arbitrário de Ferdinand Saussure e o
escândalo da indução de Quine. Com isso, entende o autor que a palavra é
construída a partir de partes morfológicas, sendo, pois, um objeto linguístico
e um fragmento memorizado da sequencia de material linguístico arbitrariamente
associado a um significado particular. Para ele, a palavra é o símbolo
quitessencial e bidirecional compartilhado para transformar significa em som ao
falar e som com significado ao escutar. Ou seja, a vinculação da palavra ao
conceito: rotulando um tipo de coisa. No sexto capítulo, Os sons do silêncio, fala do aparelho fonador, diapasão,
ressonância, sistema emergencial de radiodifusão, o simbolismo fonético, das
ondas senoidais, o efeito Mcgurk, orônimos, a percepção e decodificação da
fala, o mecanismo físico e neural da fala, a dualidade de padrões de Charles
Hockert, onda sonora, algaravias, glossolalia, padrão sonoro, regras
fonológicas, acústica, ambiguidade, redundância e conjunto de ressonâncias, a
teoria da percepção da fala, a escrita e a língua. Destaca a observação de
Bernard Shaw ao mencionar que “Há duas tragédias na vida. Uma é não realizar
seu desejo mais profundo. A outra é realizá-lo”. Para o autor as sentenças e
sintagmas compõem-se de palavras, as palavras de morfemas e morfemas de
fonemas. O fonema corresponde ao ato de produzir um som. Entende, então, que a
fala é uma matriz multidimensional e que o som falado é uma combinação de gestos. A língua funciona
por meio de um sistema combinatório, as regras fonológicas facilitam a
articulação. No sétimo capítulo, Cabeças
falantes, trata dos temores da sociedade acerca da substituição humana pela
máquina inteligente capaz de roubar seus postos de trabalho, desde a lenda
medieval judaica do Golem até Hal e a Odisseia no espaço, assegurando que os
temores da automação são improcedentes. A partir disso ele assinala que a
compreensão de uma frase é uma tarefa difícil por envolver sujeito, verbos,
objetos e agrupamento de palavras em sintagmas, entre outras complexas
atividades realizadas, entendendo que a gramática é um código ou protocolo, uma
base de dados estática que especifica os tipos de sons correspondente a
significados, trazendo à tona a metáfora do encanamento: as ideias são objetos;
as frases, recipientes; e a comunicação, o transporte. E arremata: comunica é
uma ação apoiada entre ouvintes e falantes. No capítulo oitavo, A torre de babel, o autor trata das
diferenças das línguas, assinalando, com base em Brenberg, a existência de 45 línguas
universais. Na dimensão de padrões universais, assinala o autor que as línguas possuem
uma única origem que descende da protolíngua que se conservou em todas elas
algumas de suas características. Para tanto observa que todas as línguas possuem
um vocabulário composto de milhares de vocábulos distribuídos em classes gramaticais
que incluem categorias como substantivo e verbo e que possuem processos de
diferenças na variação, hereditariedade e isolamento. Denuncia nessa parte do
livro a extinção de línguas causando prejuízos à diversidade: o gás paralisante
cultural de Kraus. Enfim, conclui esta parte com o entendimento de que as línguas
são perpetuadas pelas crianças que as aprendem. No nono capítulo, Bebê nasce falando – descreve céu, o
autor abre essa parte com o caso noticiado da bebê Naomi, filha de Theresa
Montefusco, de 18 anos de idade, que nasceu falando e contando experiências do
céu. Ainda aborda os casos da lenda de Rômulo e Remo, de Mogli de Kipling, Genie
e os pidgins, a deficiente auditivo Chelsea, de Victor de Aveyron, Kamala,
Amala e Ramu. Traz a citação de Vladimir Nabokoh: “Penso como um gênio, escrevo
como um autor prestimoso e falo como uma criança” e reitera: a linguagem é a
quitessência da atividade social e que sua aquisição normal se dá entre os 6
anos de idade até a puberdade. No décimo capítulo, Órgãos da linguagem e genes da gramática, o autor aborda a questão
sobre a capacidade de aprender gramática atribuída a gene, satirizando os
jornalistas e os anúncios de facilidade de melhoria da gramática. Aborda,
então, sobre a faculdade da linguagem articulada com o hemisfério esquerdo do
cérebro, baseado em Paul Broca, na área de Wernicke e nos giros angular e
supramarginal. Para, então, no décimo primeiro capítulo a tratar sobre o Big Bang, tratando sobre a exclusividade
da tromba dos elefantes e o questionamento acerca da incompatibilidade do
instinto da linguagem na teoria de Darwin. Trata então do sistema de
comunicação animal, considerando um repertorio finito de chamados, um sinal analógico
contínuo e as variações aleatórias. Assevera que pelo sistema combinatório
discreto da linguagem, a gramática se torna infinita, digital e composicional.
No décimo segundo capítulo, Os craques da
língua, o autor vai categorizar as sapiências e eminências gramaticais em
craques, observadores, Jeremias e sábios, destacando entre estes últimos
Safire. Nessa parte, trata das regras prescritivas adotadas pela escola e as
descritivas adotadas pelos cientistas, observando que as regras não se
conformam nem à lógica nem à tradição, e que são usadas apenas para diferenciar
a elite da ralé culpando os iletrados funcionais pelo estorvo de não se
conhecer a própria língua. Por fim, no décimo terceiro capítulo, O design da
mente, o autor vai concluir que a linguagem é a parte mais acessível da mente,
destacando as complexas interações do povo universal de Donald Brown, defendendo
a ideia de aprende-se mais fora da sala de aula pela generalização por
similaridade: o senso de similaridade inato e a ubiquidade da linguagem. Veja
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REFERÊNCIA
PINKER, Steve. O
instinto da linguagem: como a mente cria a linguagem. São Paulo: Martins
Fontes, 2004.
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