LOGOTERAPIA – A logoterapia, segundo
seu criador Viktor Frankl, está baseada no confronto do paciente com o sentido
de sua vida e o reorienta para o mesmo, tendo em vista ser oriunda do termo
grego Logos que significa
"sentido", sendo, com isso, "cuidar do sentido", sentido esse
como significado de meta ou finalidade e a principal força motivadora no ser
humano. A logoterapia possui dimensões denominada de noética, que compreende as projeções das dimensões biológicas,
psicológicas e sociais se expressam em uma dimensão espiritual que se totaliza
na existência. É somente nessa dimensão que o indivíduo pode sair de suas
condicionalidades e visualizar o seu sentido. O termo Vontade de sentido compreende a busca da pessoa por um sentido que
se identifica como a motivação primária em sua vida e que está na pessoa como
mola impulsionadora de sua existência. O sentido é único e específico para cada
um e deve ser vivido somente por aquele indivíduo. Ao tratar da frustração
existencial e das neurose noogênicas, o autor assevera que existem pessoas que
ainda não encontraram o sentido em suas vidas, tornando-se aflitas por um
estado que chamado de frustação
existencial. Essa frustação pode culminar em uma espécie de neurose. Essas
são as neuroses noogênicas ou noógenas que são sempre de cunho espiritual e se
baseiam em conflitos da existência onde as frustrações existenciais desempenham
um papel central. Outro termo criado pelo autor é a noodinâmica que é a tensão interna existente entre o que uma pessoa
é e aquilo que ela deveria ser de acordo com a sua realidade, seus valores e o
seu sentido de vida. Esse estado noodinâmico é aquele estado entre aquilo que
se é e aquilo que se deveria ser, sendo o mais adequado à normalidade do homem,
superando seus obstáculos, desde que aceite o desafio de seguir em frente sem o
receio do fracasso. Já o termo vazio
existencial compreende a verificação de quando as pessoas não encontraram o
sentido para as suas vidas. Este vazio se manifesta principalmente num estado
de tédio, pelo domínio da rotina, necessitando-se de um sentido para viver. Dessa
forma, a bovinidade do vazio existencial transparece sob as mais diversas
máscaras como forma compensadora, ou seja, pelo conformismo, submissão, obcessões
por poder, dinheiro ou sexo. Nesse sentido, o autor entende que o sentido da
vida é único e característico de cada pessoa, suas peculiaridades e
particularidades da vida de cada um, principalmente seus valores e tudo que
definem o seu sentido da vida. Para o autor "[...] não é o que a vida pode
lhe proporcionar, mas o que você pode fazer pela vida". A logoterapia
afirma que o fim da vida não é a autorrealização, mas a autotranscendência,
sendo, pois, aquela consequência desta. No que tange ao sentido do amor, o
autor menciona que o encontro com o outro somente se dá quando dá-se abertura
para aceitação da maneira que ele realmente é. Ninguém consegue ter plena abertura
para conhecer outro ser humano se não amá-lo e, além disso, somente o amor o
torna capaz de conscientizar o ser amado daquilo que ela pode e deveria vir a
ser. Já que concerne ao sentido do sofrimento, expressa o autor que durante a
vida o ser humano se defronta com situações nas quais o sofrimento é
inevitável, em que não há mais esperança ou diante de uma fatalidade que não
pode ser mudada, restando mudar a si mesmo, enfrentando o sofrimento com
dignidade e coragem. Já o supra sentido é aquele que excede e ultrapassa toda e
qualquer compreensão intelectual do ser humano, podendo ser bem exemplificado
na fé religiosa, onde as pessoas confiam naquilo que não veem ou compreendem e
esperam por um futuro do qual não tem provas que possa existir. Esse princípio,
muitas vezes, impulsiona e dá forças às pessoas para superar as adversidades. A
transitoriedade da vida confere ao fato da finitude humana, principalmente a
iminente, que tende a tirar o sentido da vida. Para superar o sentimento de
transitoriedade, o autor valoriza a historicidade manifesta no passado do
indivíduo. Entre as técnicas logoterápicas estão a intenção paradoxal, baseada no
fato de que o medo produz aquilo que se tem medo, ou seja, a ansiedade
antecipatória; e a desreflexão, que se baseia no fato de que a intenção
excessiva impossibilita aquilo que se deseja.
EM BUSCA DE SENTIDO – O
livro Em busca de sentido: um psicólogo no campo de concentração,
de Vikton E. Frankl, traz um relatório de prisioneiro nos campos de
concentração nazista, a apatia, o escárnio, os sonhos dos prisioneiros, a fome,
a sexualidade, a ausência de sentimento, política e religião, a fuga para
dentro de si, Espinosa, sofrimento como realização e a psicologia do campo de
concentração, bem como após a libertação, os conceitos fundamentais da
logoterapia, a vontade de sentido, frustração existencial, neuroses noogênicas,
noodinâmica, o vazio existencial, o sentido da vida, a essência da existência,
o sentido do amor, o sentido do sofrimento, problemas metaclínicos, logodrama,
o supra-sentido, a transitoriedade da vida, a técnica logoterápica, a neurose
coletiva, critica do pandeterminismo, o credo psiquiátrico, o otimismo trágico
e reemanização da psiquiatria.
A BUSCA DO SIGNIFICADO – O
livro A busca do significado: logoterapia e vida, de Joseph B. Fabry, aborda
temas como a descoberta pessoal, a dimensão humana, qual o sentido da vida, o
valor dos valores, nossa consciência intuitiva, a essência da humanidade, a
desintegração das tradições, o desafio da liberdade, aplicações da logoterapia,
a realidade da religião e um prefácio de Vikton E. Frankl.
REFERÊNCIAS
FABRY,
Joseph. A busca do significado: logoterapia e vida. São Paulo: EXE, 1984.
FRANKL,
Viktor. Em busca do sentido: um psicólogo
no campo de concentração. São Leopoldo: Sinodal/Petrópolis: Vozes, 1991.
______. Psicoterapia: uma casuística para médicos.
São Paulo: E.P.U, 1976.
______. Fundamentos antropológicos da psicoterapia.
Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
RODRIGUES, R. Fundamentos da logoterapia na clínica psiquiátrica
e psicoterápica. Petrópolis: Vozes, 1991.
XAUSA, I. A. M. O sentido dos sonhos na psicoterapia em Viktor Frankl. São
Paulo: Casa do Psicólogo, 2003.
Veja mais aqui.