sábado, 16 de junho de 2018

PALESTRA NEUROEDUCAÇÃO & PRÁTICAS PÉDAGÓGICAS NO ENSINO-APRENDIZAGEM

NEUROEDUCAÇÃO & PRÁTICAS PÉDAGÓGICAS NO ENSINO-APRENDIZAGEM – APRESENTAÇÃO - O presente trabalho é resultado dos estudos do Grupo de Pesquisa Neurofilosofia & Neurociência Cognitiva, concernente à pesquisa de campo realizada no projeto acadêmico sob a temática da Neuroeducação: relação escola, professor e aluno na Educação Pública de Maceió (MACHADO, 2016; MACHADO, 2016b; MACHADO, 2015), em 2015, envolvendo alunos e professores do Ensino Médio, bem como gestores de duas escolas do Centro de Estudos e Pesquisas Aplicadas (CEPA), a Escola Estadual Moreira e Silva, por meio da gestora Ely Quintela Lisboa Carvalho, e a Escola Estadual Pricesa Izabel, com as gestoras Sônia Suely Araújo Ferreira e Valquíria Balbino da Silva, em Maceió – AL, destacando o papel da neuroeducação no processo de ensino-aprendizagem e na qualidade de vida de docentes e discentes. Estes estudos tiveram por base as atividades desenvolvidas pelo neurocientista Joe Z. Tsien (TSIEN, 2007), o Programa de Enriquecimento Instrumental (Feuerstein's Instrumental Enrichment - FIE), do psicólogo Reuven Feuerstein (FEUERSTEIN, 1980), possibilitando o desenvolvimento da Teoria da modificabilidade cognitiva estrutural (MCE) e da Teoria da Experiência da Aprendizagem Mediada (MLE), bem como pesquisas nas áreas da Neurociência Cognitiva e nas ideias de Freire (1983), Alves (2008), Vygotsky (1991), Freire (1987), Vygotsky (1991b), Nicida (2014), Mietto (2014), Moralles (2014), Carvalho (2014), Olivier (2013), entre outros, no sentido de verificar as práticas pedagógicas adequadas ao processo de ensino-aprendizagem à luz da Neuroeducação. Por essa razão, a presente palestra procura enfatizar a promoção de técnicas e conhecimentos acerca dos fundamentos e aplicações das Neurociências, especificamente da Neuroeducação, para o melhor desempenho das práticas pedagógicas no processo de ensino-aprendizagem. Aborda desde a constituição do Sistema Nervoso e o seu desenvolvimento, as perspectivas holísticas da educação, a leitura do mundo e a dialogicidade, as dificuldades de aprendizagens, as condutas comportamentais adotadas na prática pedagógica articuladas com o princípio da afetividade, criatividade e inovação para um efetivo processo de ensino-aprendizagem.
JUSTIFICTIVA - Justifica-se a realização do presente trabalho, em primeiro lugar, em face de a educação ter assumido importante papel nas pautas de discussões mundiais e, por isso, vários debates envolvem as questões concernentes à relação entre a escola, os professores e os alunos, relativas ao processo de ensino-aprendizagem. Tais questionamentos se evidenciam em virtude das mudanças ocorridas durante a década de 1990, por força da edição da Lei 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996, estabelecendo as Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), reafirmando que a educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais, na promoção da formação e preparação para vida, para o trabalho e para o exercício da cidadania. Ao se abordar as questões atinentes à relação entre a escola, os professores e os alunos, surge a necessidade de observar as questões atinentes às praticas docentes referentes ao ensino-aprendizagem, por envolver currículo, a interação com o aluno, os conteúdos e competências requeridas, a produção e reprodução do conhecimento, a infraestrutura e os recursos utilizados, a integração escola/comunidade, entre outros, possibilitando uma leitura crítica do mundo, a dialogicidade e a interação entre docentes e discentes na prática educativa. Justifica-se, em segundo lugar, pela necessidade de adoção por parte da escola e dos professores de conhecimentos acerca da relevância do sistema nervoso na vida do ser humano, especialmente pela adoção de conhecimentos nas áreas de neurociências e, mais especialmente, da neuroeducação, possibilitando a todos melhor perfomance de aprendizagem e, consequentemente, melhor qualidade de vida. Tal justificativa se embasa no fato de que a neurociência está voltada para a aprendizagem e de como o cérebro se torna aprendente e aprende, entendendo-se a forma como as redes neurais desenvolvem suas atividades e de que maneira se processa o trânsito dos estímulos que chegam para ação cerebral de recepção, decodificação, consolidação e armazenamento das informações recebidas e memorizadas. Assim sendo, faz-se conveniente expressar que a neuroeducação ou neuroaprendizagem é a ciência que estuda a ação do cérebro aplicada à educação e à aprendizagem, voltada, assim, para situações de aprendizagem em ambiente clínico e educacional, para compreensão e domínio dos processos mentais que atuam na relação ensino-aprendizagem, com o objetivo de promover o desenvolvimento e crescimento humano. Por essa razão, esse campo neurocientífico procura compreender as atividades cerebrais e as emoções no processamento das informações para garantia da assimilação, apreensão, manutenção da memória, recuperação e uso das informações. A motivação para realização da palestra se encontra no fato de poder contribuir para melhoria das práticas pedagógicas pelo embasamento da dialogicidade, afetividade, transversalidade, inclusão, criatividade e inovação no processo de ensino-aprendizagem. Por conta disso, está direcionada para professores da Educação Básica, Educação Especial e Profissional.
OBJETIVOS: Geral: Destacar a importância da Neuroeducação na prática pedagógia com relação ao processo de ensino-aprendizagem. Específicos: Apresentar noções neurocientíficas que embasam a Neuroeducação no fomento da aprendizagem escolar; as perspectivas holísticas da educação contemporânea na formação e no exercício da cidadania, articuladas com a neuroeducação, transversalidade, dialogicidade, leitura crítica do mundo e princípio da afetividade; as práticas docentes investidas de criatividade e inovação, embasadas por fundamentos neuroeducacionais na condução do processo de ensino-aprendizagem. Em síntese, o objetivo da presente palestra está direcionado para identificação do papel da neuroeducação na educação e na melhoria da qualidade de vida e do processo de ensino-aprendizagem.
MARCO TEÓRICO - 1.1 O Sistema Nervoso: O sistema nervoso, em conformidade com Lent (2008), Machado e Haertel (2014), Conseza e Guerra (2011), Krebs, Wienberg e Akesson (2013) e Muszkay, Mello e Rizzutti (2010), é sumamente importante por ter a responsabilidade de regulação dos mecanismos garantidores da sobrevivência humana, tais como respiração, liberação de hormônios, digestão, regulação da pressão arterial, sensações, movimentos voluntários, comportamentos, entre outras. Este sistema possui a capacidade de modificação diante da ação de estímulos ambientais com a ocorrência da formação de novos circuitos neurais que reconfiguram a árvore dendrítica e alteram a atividade sináptica de determinados circuitos e grupos de neurônios. A esse processo do sistema nervoso, segundo Kirstensen, Almeida e Gomes (2001), é dado o nome de plasticidade, caracterizada pela transformação constante por que passa o sistema, permitindo a aquisição de novas habilidades cognitivas, motoras e emocionais, além de aperfeiçoar as habilidades já existentes. O sistema nervoso, conforme Machado e Haertel (2014), é dividido em sistema nervoso central, periférico e autônomo. O sistema nervoso central compreende as estruturas que se encontram localizadas na caixa craniana e na coluna vertebral, envolvendo na primeira o encéfalo, composto pelo cérebro, cerebelo e tronco encefálico, enquanto que a segunda envolve a medula espinhal. Assim, por ser o órgão de coordenação da atividade corporal humana, esse sistema possui outras funções, além dessa coordenação que são específicas como a motora e a sensibilidade, contribuindo para o normal funcionamento dos sentidos humanos e expressão dos afetos e da linguagem. Há que se considerar que nesse sistema, na observação de Lima et al (2014), ocorrem doenças mentais de base orgânica identificas como neuropsicopatologias, como também são incluídas as síndromes comportamentais e os transtornos mentais orgânicos, sintomáticos e do desenvolvimento psicológico. O sistema nervoso periférico compreende as diversas estruturas do sistema nervoso que se encontram distribuídas por todo organismo humano, tais como nervos espinhais e cranianos, gânglios e terminações nervosas. O sistema nervoso autônomo, em conformidade com Krebs, Wienberg e Akesson (2013), também recebe a denominação de sistema nervoso visceral ou neurovegetativo, integra o sistema nervoso como parte relacionada ao controle das funções da respiração, temperatura, homeostase, circulação do sangue e digestão. Em vista disso, compreende-se que o sistema nervoso em sua completude possui uma enorme complexidade funcional e anatômica. A compreensão dessas atividades possibilita o aperfeiçoamento das diversas funções cerebrais, proporcionando intervenções eficazes para o processo de aprendizagem. 1.2 A Neuroeducação: As Neurociências, conforme Machado (2008), são compreendidas como o estudo científico que se desenvolve acerca dos aspectos de desenvolvimento, funcionais, estruturais, celulares, moleculares, evolutivos e médicos do sistema nervoso. Surgida no sec. XX, a neurociência se desenvolveu como campo cientifico, agregando conhecimentos oriundos das mais diversas áreas, voltados para o tratamento das doenças neurológicas, buscando conhecer o funcionamento cerebral e melhoria da qualidade de vida do ser humano, notadamente no desenvolvimento de papel importante na área de educação, tornando-se guia para elaboração de estratégias de ensino-aprendizagem. Os estudos realizados na área das neurociências possibilitaram o entendimento de que o processo de aprendizagem se dá por meio da modificação dos comportamentos humano, quando ocorre um novo conhecimento para uma nova habilidade, seja ela de natureza cognitiva, psicomotora ou afetiva. Esses estudos levaram ao entendimento de que a aprendizagem possui íntima dependência da interação entre o individuo e o seu meio, tornando-se significativa com da adoção educacional da prática inclusiva, criativa e inovadora, afastando segregação ou discriminações. Tal fato proporcionou a abertura de novos horizontes, especialmente pelo fato de que na aprendizagem há a necessidade física de mudança cerebral com o crescimento das espículas dendríticas para que o comportamento seja devidamente modificado. Com essas mudanças cerebrais é que ocorre a consolidação da aprendizagem, resultantes do aumento das espinhas dendríticas hoje acompanhadas e monitoradas por meio de equipamentos que identificam as atividades neurais. Por consequência, os estudos neurocientíficos possibilitaram o entendimento de que a aquisição de novos conhecimentos e habilidades que resultam na aprendizagem, proporciona a mudança do comportamento, em razão da informação ou conhecimento recolhido que passou da memória operacional para ser consolidado na memória de longo prazo. Para que isso ocorra é preciso que haja equilíbrio em diversas funções físicas, principalmente do equilíbrio do sono para que tal aprendizagem seja efetivada, entre outras medidas que envolvem criatividade e inovação. Percebeu-se, portanto, que as descobertas e avanços ocorridos na área da neurociência relacionada com o processo de ensino-aprendizagem, tornaram-se indubitavelmente importantes para a área educacional, tendo em vista as direções tomadas para o estudo do cérebro que aprende. Tal fato se deve à constatação de que a aprendizagem e todo processual educacional envolve processos neurais que estão relacionadas com as atividades sinápticas do complexo e maravilhoso processamento de reação de estímulos do ambiente efetuado pelo cérebro, efetuando ligações entre os neurônios, tornando-se intensa a comunicação entre os estímulos que transitam para formarem circuitos processadores das informações que serão consolidadas na mudança comportamental. Tem-se, com isso, a certidão de que a neurociência passou a desvendar a função matricial do cérebro no processo de aprendizagem, por meio da identificação das funções dos lobos, sulcos, regiões e reentrâncias cerebrais de forma interativa e articulada entre si. Tais funções consolidam a memória e possibilitam o mecanismo da atenção, da memorização, da cognição, da escrita e da linguagem. Por consequência, tais conhecimentos proporcionaram a adoção de estratégias adequadas para o ensino-aprendizagem, contribuindo, assim, para aquisição, produção e reprodução do conhecimento, bem como da melhoria da qualidade de vida do sujeito na prática educacional. A neuroeducação foi criada por Susan Leigib com o objetivo de trabalhar com as informações do sistema mental com base no conceito do mapa holográfico cerebral, construído pelo cérebro na codificação da realidade. Compreende, portanto, um composto de técnicas com estrutura da mecânica quântica que permite a neuroprogramação das matrizes de inteligência, para intervenção em áreas específicas do sistema mental e criação de possibilidade que potencializem as matrizes lógicas. Trata-se de um processo que objetiva a potencialização do uso cerebral por meio do processo educacional, a partir do conceito de tela mental e imaginação por meio de ferramentas capazes de intervir sobre as deficiências ou dificuldades de aprendizagem para torná-la fácil, rápida e acessível a todos. Por consequência, esse ferramental possibilita ao sujeito atingir o máximo potencial de funcionalidade e capacidade para melhoria da qualidade de vida do individuo. Assim sendo, a neuroeducação é a área científica que estuda e procura compreender os distúrbios, doenças nervosas e mentais que afetam o processo de aprendizagem, possibilitando ao profissional da educação na identificação de problemas que possam ocorrer na sala de aula. Além disso, atua na identificação e tratamento das dificuldades de aprendizagem, deficiências de audição e visão, dislexia, discalculia, dispraxia, gagueira, hiperatividade e desordem de atenção, disfunções cerebrais e do desenvolvimento, retardamento mental, lesões cerebrais, além de doenças sistêmicas e doenças mentais como depressão, ansiedade, entre outras. Está voltada para tornar o ato de estudar, frequentar escola, leitura de livros, pensar, aprender novas coisas como uma atividade muito interessante, prazerosa, fácil e ao alcance de todos, com o objetivo de trabalhar na superação de incapacidades de aprendizagem e para expansão dos conhecimentos específicos. Assim sendo, a neuroeducação atua no tratamento das dificuldades de aprendizagem no estudo formal, memorização, execução de instrumentos musicais, concentração e motivação, entre outras atividades. Em vista do exposto, a neuroeducação e neuroaprendizagem objetivam a criação das melhores condições de ensino e aprendizagem, tanto para os profissionais da educação como para os clínicos em geral. Atua, portanto, na identificação, compreensão e criação de estratégias que possibilitem o desenvolvimento e estimulação dos processos neurocognitivos fundamentais que envolvem o ato de aprender. Além do mais, procura criar métodos eficazes de ensino-aprendizagem nas mais diversas situações, compreendendo as bases neurocientíficas dos processos que envolvem a relação ensino-aprendizagem, identificação dos perfis neuropsicológicos na normalidade e nos principais transtornos que possam ocorrer no processo de aprendizagem; aplicação prática de conhecimentos e estratégias neurocientíficas que possibilitem a garantia de um melhor processo de ensino-aprendizagem; desenvolvimento e aplicação de estratégias de ensino na educação especial com o objetivo da inclusão escolar e social. Há que se evidenciar que o acompanhamento e participação do profissional do psicólogo ou de profissionais da área neurocientífica na educação é de suma importância também para o caso de identificação de dificuldades ou enfermidades, na indicação de psicofármacos que sejam benéficos para melhoria da aprendizagem, minimização de problemas comportamentais ou interferência nas dificuldades de relação na vida escolar. A parceira educação com as neurociências indubitavelmente proporciona melhorias eventuais pela melhor compreensão que se terá do quadro clínico de cada aluno que se encontre com deficiência ou dificuldade, para instaurar um efetivo quadro de inclusão social e escolar. 1.3 A criatividade e a inovação no ambiente escolar: As mudanças ocorridas nas últimas décadas em todo planeta se manifestaram de forma profunda na transformação da sociedade e afetando diretamente as relações individuais e coletivas. A partir de então, a criatividade e a inovação passou a ser o requerimento de toda organização, a partir de uma base pautada no conhecimento e na competência, como ferramentas indispensáveis para enfretamento da turbulência contemporânea. Em vista disso, observa-se o quão importante é a motivação no contexto da gestão de pessoas no complexo organizacional contemporâneo, sobretudo educacional. Tem-se, portanto, que para o enfrentamento das mudanças e dos desafios turbulentos da atualidade, faz-se necessária a adoção de práticas voltadas para a criatividade e a inovação na gestão de pessoas, nos negócios contemporâneos e no processo de ensino-aprendizagem. Encontra-se em Gomes e Lapolli (2015, p. 19) que “Os estímulos à criatividade e à inovação têm sido estudados por vários teóricos e gestores das organizações interessadas em sobreviver no mercado competitivo em que estão inseridos”, chamando a atenção para a relação estreita existente entre a inovação e o ambiente, sendo esta relação um dos fatores mais importantes para o estímulo da criatividade. Nesse sentido, observam Sternberg e Lubart (1999) que os fatores estimulantes à criatividade e inovação são aqueles ambientes em que as diferenças são aceitas e incentivadas para confronto com os riscos e premiação da inovação, fomentando a autonomia e a liberdade de criação. Para Alencar e Fleith (2003), são justamente o hábito, a intolerância, o apego a tradições, a rigidez e o formalismo no tratamento das relações interpessoais que formam os fatores que são identificados como barreiras à inovação e, por consequência, inibidores do processo de criatividade no ambiente organizacional escolar. Chama atenção Csikszentimihalyi (1999) que a criatividade por ser associada à atividade artística e está intimamente ligada à inovação, tornando-se, por isso, dois conceitos unificados, tendo em vista que a capacidade criativa possui a definição conceitual de habilidade inovadora para geração de ideais, soluções e alternativas para um determinado problema apresentado e que, por sua vez, a inovação é identificada como a capacidade de traduzir e converter ideias para aplicação em um determinado momento. Hill e Amabile (1993) expressam que o desenvolvimento de potencialidades criativas inatas em qualquer ser humano, podem ser evidenciadas por meio de técnicas de grande valor no âmbito empresarial e escolar, fomentando o processo criativo no ambiente organizacional. Anotam Amabile et al (2005), que o processo de criação de ideias e sua utilização inovadora é determinado por um processo de aplicação que proporciona a solução de problemas e formulação de estratégias de transformação e mudança, permitindo a adaptação organizacional a um novo cenário ou nova situação. Esse processo, para Hill e Amabile (1993), possui fases que são identificadas inicialmente na definição de detecção do problema, a geração e seleção de ideias, e a fase final que é a do consenso e a implementação da ideia desenvolvida. Acrescentam Alencar e Fleith (2003), que esse processo inovador deverá ser submetido a um contínuo processo de revisão para que a criatividade se torne um hábito e uma atitude presente no ambiente organizacional. Nesse sentido, Mussak (2010), chama atenção para a atitude criativa que se define na procura incessante de alternativas que visualizem a solução ou formulação dessa solução por meio de respostas a um problema ou situações existentes. Por conta disso, expressam Souza et al (2015), que a criatividade possui relação direta com a utilização permanente de métodos e mecanismos que não se encontram no contexto de lógicas tradicionais ou esquemas preestabelecidos, apoiando-se, portanto, em atitudes criativas que buscam novas ideias, novos parâmetros lógicos, novos enfoques e métodos diferentes para reinterpretação da realidade, com a finalidade de encontrar e interceptar problemas e suas respectivas soluções. Desta forma, a criatividade, para Souza et al (2015), é a constante procura por alternativas para formulação de soluções em situações existentes para a mudança, correspondendo, portanto, a uma estratégia competitiva. Conclusivamente observa-se que o conhecimento ofertado pelas neurociências acerca da função do sistema nervoso, possibilita uma maior compreensão entre os comportamentos e sintomas dos alunos que se encontrem na condição de sadios, como aqueles que apresentem dificuldades ou enfermidades que possam ser tratadas. Tem-se que esse conhecimento possibilita a aptidão efetiva e de forma ampla para compreensão das relações existentes no processo de ensino-aprendizagem. Percebe-se, portanto, que a articulação da neurociência e neuroeducação contribuem para a prática educacional na relação ensino-aprendizagem, por se encontrarem relacionadas com a percepção das emoções e das cognições que se fazem presentes nas relações sociais e educacionais. Tendo em vista a importante ação e função do cérebro no organismo humano, ficou compreendido o comportamento humano é o resultado da atividade exercida em conjunto pelas células nervosas que compõem as redes neurais e que se constituem no sistema nervoso do ser humano. As mudanças de comportamento humano dependem diretamente do número de neurônios e das substancias químicas resultantes das suas atividades, bem como das conexões neurais organizadas nas trocas de informações sinápticas. Tendo-se o fato de que o cérebro é o importante órgão que se encontra responsável pela aprendizagem e que, por outro lado, os professores e educadores atuam em suas práticas profissionais no fornecimento de estímulo que serão direcionados para identificação, consolidação, seleção, decodificação e armazenamento dessas informações, possibilitando, assim, o desenvolvimento do aprendizado e mudanças de comportamento, visualiza-se com isso, que as neurociências e a neuroeducação assumem papel relevante na prática educacional, notadamente na relação ensino-aprendizagem, por terem por foco o estudo e as pesquisas acerca do sistema nervoso, suas células e moléculas, órgãos, estruturas e funções específicas que incidem diretamente nas mudanças do comportamento humano. Os avanços nessas áreas científicas trouxeram uma maior compreensão do funcionamento e operação do sistema nervoso, notadamente acerca das funções e atividades do cérebro, possibilitando uma melhor adoção de praticas cientificas no processo educacional. Faz-se mister, portanto, que preocupando-se com o processo de ensino-aprendizagem, há que se valorizar substancialmente os conteúdos oriundos das áreas científicas estudadas, entendendo que cada uma delas favorece uma prática educacional mais consistente, humanizada e inclusiva. Por conta disso, está mais do que claro o destaque da importância da neuroeducação pelo devido conhecimento e compreensão dos processos cerebrais, sinapses, funções, estruturas e atividades, percebendo o quão necessário se faz para se entender as necessidades e potencialidades dos alunos na sala de aula. Tais conhecimentos adquiridos embasam e robustecem o arcabouço intelectual do profissional de educação e de outras áreas, no atendimento das necessidades dos alunos, experimentando possibilidades de entendimento acerca da apreensão de conteúdos, promoção de habilidades e competências, bem como de se entender o trâmite do processo de aprendizagem que vai desde a recepção do estímulo e os demais processos neurais até a apreensão e armazenamento dos conhecimentos. Com isso, entende-se que a Neuroeducação possibilita a adoção de estratégias educacionais para uma adequada forma de ensino-aprendizagem, garantindo o aprender de todas as formas, possibilitando que esse aprender seja determinantemente efetuado de formas a promover habilidades e competências.
A PALESTRA - A palestra tem uma duração prevista de 1:30hs, com exposição de slides e apresentação de técnicas e estratégias que possibilitem o desenvolvimento de uma prática pedagógica afetiva, dialógica, inclusiva, transversal, criativa e inovadora no processo de ensino-aprendizagem. Para tanto se faz necessário a utilização de equipamentos como pedestal, microfone e projetor de slide. Honorários do palestrante: R$ 1.200,00 (Hum mil e duzentos reais).
O PALESTRANTE- Luiz Alberto Machado é cantautor radialista e pesquisador nas áreas de Direito, Educação & Psicologia. Contato: Fones: (81) 99996.1579 & (81) 99606.4436 Mail: luizalbertomachado@gmail.com ATIVIDADE ACADÊMICA: Participa do Grupo de Pesquisa: Neurofilosofia & Neurociência Cognitiva e do Grupo de Pesquisa Psicologia Social & Formação Humana – Cesmac – Maceió – AL TRABALHOS ACADÊMICOS: Cidadania, Educação & Meio Ambiente – Palestra apresentada no Projeto PROTEJO-Maceió, Fundação Darcy Ribeiro/ Ministério da Justiça/Pronasci, 2010 (também apresentada em diversas escolas, faculdades e instituições). Brincar para aprender – palestra/paper apresentados durante a V Bienal Internacional do Livro de Alagoas – Universidade Federal de Alagoas – 2011. Contribuição do teatro para o desenvolvimento da linguagem infantil: uma abordagem acerca da teoria de Vygotsky – Palestra/paper apresentados durante o IV Congresso de Psicologia – Uninove – SP, 2014. Neurofilosofia & Contemporaneidade – Palestra apresentada no Café Filosófico/O Nordestão – Palmares – PE, 2017. A Literatura de Hermilo Borba Filho, palestra apresentada durante o Congresso de Educação, Ciência e Cultura: centenário de Hermilo Borba Filho, na Biblioteca Ascenso Ferreira/Aemasul/Famasul/Palmares-PE. Hermilo Borba Filho e a cultura popular, no Festival Arte na Usina – Safra 2017, em Água Preta/Xexéu- PE. Oficina Literatura de Cordel – realizada em diversas escolas, bienais, faculdades e instituições, durante os anos de 2010-2016. PUBLICAÇÕES: É autor de 6 livros de poesias, 8 de literatura infantil, 2 de crônicas, 1 de estudos acadêmicos & 1 folheto de cordel. Inserido em diversas antologias, entre elas Poetas de Palmares (Nordestal, 1986), Poetas de Maceió (Bagaço, 2012) e Guardados e escritos (Guarajás-RJ, 2008). Edita os blogs: BRINCARTE DO NITOLINO (dedicado ao público infanto-juvenil, abordando temas das áreas Educação, Direito, Psicologia e Artes – Literatura, Música e Teatro): http://brincabrincarte.blogspot.com.br/ & BLOG DO TATARITARITATÁ: http://blogdotataritaritata.blogspot.com.br/
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