domingo, 23 de março de 2014

KARL MARX: ALIENAÇÃO POLÍTICA




KARL MARX: ALIENAÇÃO POLÍTICA - O economista, filósofo e revolucionário alemão, Karl Marx (1818-1883), também foi historiador, jornalista e teórico político filiado à esquerda hegeliana, foi o fundador da doutrina comunista moderna. Como autor de diversas obras, tais como O Capital, As lutas de classes na França, Introdução Crítica à Filosofia do Direito de Hegel, entre outras, introduziu o conceito de alienação a partir das óticas religiosas, filosóficas, social, econômica e política.
A alienação religiosa, para Marx, é a alienação modelo representando a perda do ser humano e tornando-se a expressão suprema da alienação humana. Está baseada na sua afirmação de que “O homem faz a religião, a religião não faz o homem”, pretendendo abolir toda e qualquer forma de religião que justifica todas as explorações capitalistas e burguesas, acusando especificamente o cristianismo de anestesiar humildes e deserdados por meio de prêmios na sua pregação das injustiças sociais, sendo, portanto, a religião uma das formas de exploração capitalista.
A alienação filosófica, para Karl Marx, é aquela que se nutre do pensamento ou da reflexão, em detrimento da ação e do real. Por isso, condena ele aqueles filósofos que se refugiam no pensamento, desligados da consciência da realidade.
A alienação social é vista por Marx como resultado da existência de classes que são divididas de forma oposta e hostil, determinando a existência de classes dominantes e dominadas, numa luta constante e identificadas por seus interesses e culturas. Nesse sentido, ele reforça a necessidade de consciência de classe, denominando a classe burguesa de dominante que explora a classe dominada, o proletariado que é despossuído de bens, famílias e direitos. Nasce daí a eterna luta dos dominados contra a burguesia que se baseia na alienação econômica.
A alienação econômica, para Marx, é a fonte de todas as alienações, defendendo que o trabalhador, quanto mais trabalha e quanto mais fica pobre, produz mais riqueza, tornando-se uma mercadoria barata. Essa forma de alienação só poderá ser vencida com a revolução proletária. Por consequência dessa revolução, todas as alienações serão abolidas.
Por fim, a alienação política que é vista por Marx em razão da divisão da sociedade civil em classes formada pelo Estado. Para ele, que o Estado representa a cisão social determinada por uma classe, quando jamais terá a capacidade de conciliar a divisão da sociedade. Observa o autor que a solução para a alienação política tem dependência direta com a alienação social, ou seja, com a divisão da sociedade em classes.
Observa-se, portanto, que na ideia de alienação o autor pontua a questão que o homem, nesse sentido, é visto como estranho a si mesmo, tornado outro e separado de seu próprio ser, não realizando a sua identidade. Em vista disso, o ser humano projeta-se para o mundo abstrato e ilusório, como no fato do processo de trabalho no Capitalismo que separou o trabalhador dos meios de produção que passaram a pertencer à burguesia, ou seja, à classe dominante. Com isso, entendia ele que com a alienação ocorre a negação do poder de discutir as políticas trabalhistas, levando o trabalhador à exclusão. Nesse sentido, entendia Marx que para que o trabalhador sobrevivesse era obrigado a alugar sua força de trabalho à classe dominante, resultando como recompensa a recepção de um salário. Com isso, observava o autor que havia mais pessoas que emprego, ocasionando a submissão do trabalho para acertar os valores impostos pelos patrões para que pudesse desenvolver suas atividades profissionais. Vê-se, portanto, com base nas ideia de Marx que a alienação é fruto da sistemática capitalista de produção, sendo, com isso, apenas suprimida na sociedade sem classes, qual seja: na sociedade comunista.

REFERÊNCIAS
CLARET, Martin, O Pensamento Vivo de Marx. São Paulo: Martin Claret, 1990.
MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosoficos. São Paulo: Abril Cultural, 1981.
MARX, K.; ENGELS, F. O manifesto comunista. São Paulo: Paz e Terra, 1997.
WHEEN, Francis. Karl Marx. Rio de Janeiro: Record, 2001.

Veja mais Filosofia.