MOTIVAÇÃO - No
inicio do sec. XX, conforme Morris e Maisto (2004), os psicólogos atribuíam o
comportamento aos instintos. Foi William James que, em 1890, compilou uma lista
de instintos humanos que incluía a caça, a competição, o medo, a curiosidade, a
timidez, amor, vergonha, ressentimento. Essa teoria deixou de ser usada quando,
conforme Schultz e Schultz (2012), o cientista britânico William McDougal
inseriu enfaticamente a motivação na psicologia, no início do séc. XX,
considerando os motivos como instintos com o entendimento de que se tratava de
um processo biológico inato. Esses instintos ganharam uma lista do autor,
envolvendo desde a reprodução, sociabilidade, agressão, curiosidade, fuga,
fome, repulsa, autoafirmação, entre outros, citando vários instintos
literalmente.
As
razões, segundo Morris e Maisto (2004), dos instintos deixarem de explicar o
comportamento humano se devem ao fato de que os comportamentos humanos mais
importantes são aprendidos, esse comportamento é flexível, mutável, encontrado
em toda a espécie e atribuído a todo comportamento humano.
Contudo,
foi como termo da linguagem da psicologia, que a palavra motivação ganhou curso
a partir dos anos de 1940-1950 com o conceito dado pela abordagem operacional
de Edward J. Murray, como sendo uma modificação na força das respostas,
atribuível a alguma operação executada natural ou experimentalmente, expressa
em termos de privação do estímulo ou de exposição prolongada do organismo a
estimulo aversivo. Esse conceito adotou em termos de especificações tanto das
condições em que se pode afirmar que o impulso funciona, como dos meios, para
proceder a sua medição.
CONCEITO
DE MOTIVAÇÃO – Encontrou-se na literatura baseada em Myers (2006), Goodwin
(2005), Davidoff (2001), Atkinson et al (2011), Morris e Maisto (2004) e Gazzaniga
e Heatherton (2005), uma variedade enorme de conceito para a motivação.
Paul
Thomas Young, segundo Goodwin (2005). por meio da perspectiva mediacional,
adotou o conceito de motivação como sendo o fator que desperta, mantém e dirige
o comportamento, não exprimindo realidade observável, mas compondo uma
construção lógica. É, portanto, postulada como condição explicativa das
variações observadas nos processos de resposta, sempre que o organismo é
atingido pelo mesmo estímulo. Nesse contexto, a motivação possui três
propriedades básicas classicamente consideradas como decorrentes dela:
deflagração, manutenção e direção da conduta.
O
conceito adotado por Donald Olding Hebb entende que se trata da tendência do
organismo a se ativar, de modo seletivo e organizado, sendo, pois, uma
tendência inerente ao organismo como um todo, para produzir atividade
organizada, oscilando entre o nível mais baixo do sono profundo e o nível mais
alto da vigília e dos estados de excitação e alerta, variando, também, quanto
ao tipo de comportamento resultante ou ao tipo de estimulação a que o organismo
responde.
Já o
conceito adotado por H. W. Nisse apresenta a motivação como um fator de
ativação ou de sensibilização do organismo relativamente a certo excitante.
Nesse caso, seria um estado responsável pela função de abaixamento dos limiares
de resposta diante de certos estímulos, ou seja, um fator de sensibilização e
dinamismo.
Foi,
conforme Goodwin (2005), Roberto S. Woodworth quem distinguiu entre os
mecanismos de comportamento e os fatores que comandam a sua deflagração. Os
primeiros referem-se ao problema do como; os últimos ao problema do porquê. É
precisamente este problema que se cobre com o estudo da motivação, e quem pela
primeira vez o focalizou foi Sigmund Freud na sua teria da pulsão instintiva.
Basicamente Freud busca inspiração nas concepções físicas de seu tempo e, mais
intimamente, nas concepções de Hermann Von Helmholtz, apoiando-se clinicamente
em procedimentos clínicos.
Em nível
experimental, é Woodworth e E. C. Tolman através da ideia de constructo que
surgiu como recurso para cobrir o fato de que nem sempre o mesmo estímulo
produz a mesma resposta. Os experimentos, então, se multiplicam, explorando-se,
de preferência, os chamados motivos biológicos básicos, tais como a fome, o
sexo, a sede, entre outros. logo se constrói a clássica teoria do impulso, em
substituição ao conceito de instinto, levado a esvaziamento na década de 1910 a
1920 e, posteriormente, abandonado pelo movimento behaviorista.
A
explosão dos motivos superiores começa por volta do final da década de 1920 e
como de 1930. A contribuição pertence a Kurt Lewin, com seus estudos pioneiros
sobre solução de problemas. A proposição dos impasses seria responsável pela
instalação do estado de quase-necessidade, com implantação de tensões a serem
reduzidas ou escoadas através da ação adequada ou de atividades substitutivas.
Os estudos sobre os efeitos da interrupção de tarefas, devidos a Bluma
Zeigarnik, as pesquisas sobre níveis de aspiração conduzidas pelo próprio Lewin
e por Tamara Dembo e, ainda, as investigações sobre formação de perspectivas de
tempo e seus efeitos tonificadores na ação atual, representam desenvolvimentos
realizado em função da perspectiva introduzida por Lewin na área da motivação
superior.
Tem-se o
entendimento de que a motivação é o processo responsável peça direção,
intensidade e persistência dos esforços de um indivíduo que busca alcançar uma
determinada meta. Também é vista como o conjunto de fatores psicológicos
conscientes e inconscientes da ordem intelectual, fisiológica ou afetiva, que
agem pela determinação da conduta do individuo. Por isso é tratada como uma
energia ou uma força que impulsiona o individuo para alguma coisa, tornando-se
resultado da interação entre esse individuo com a situação.
Em vista
do exposto, encontrou-se que para Davidoff (2001) os motivos, necessidades,
impulsos e instintos são constructos, ou seja, ideias concebidas para explicar
comportamentos.
No dizer
de Gazzaniga e Heatherton (2005), a motivação é a área da ciência psicologia
que estuda os fatores que energizam ou estimulam o comportamento.
Especificamente, diz respeito como o comportamento é iniciado, dirigido e sustentado.
É a capacidade que inicia, dirige e sustenta comportamentos que promovem
sobrevivência e reprodução.
Para
Atkinson et al (2011), é uma condição que guia e incentiva um comportamento,
experimentada subjetivamente como um desejo consciente.
Por fim,
para Myers (2006), é
uma necessidade ou desejo que energiza o comportamento e direciona para um
objetivo.
As
causas da motivação, segundo Atkinson et al (2011)m variam desde eventos
psicológicos dentro do cérebro e do corpo até a cultura e interações sociais
com outros indivíduos.
Verificou-se
que o tema da motivação envolve outras tantas conduções com a questão das
necessidades e carências humanas, motivos, impulsos e instintos.
As
necessidades, segundo Davidoff (2001), são deficiências. Para Gazzaniga e
Heatherton (2005) são estados de carência.
Tem-se,
pois, que motivo ou motivação, conforme Davidoff (2001), faz referência a um
estado interno resultante de uma necessidade, descrito como ativador ou
despertador de comportamento geralmente dirigido para satisfação da necessidade
instigadora.
Já para
Morris e Maisto (2004), a motivação e a emoção estão intimamente entrelaçadas.
A emoção se refere à vivência de sentimentos como medo, alegria, surpresa e
raiva. Assim como os motivos, as emoções ativam e afetam o comportamento. Um
motivo é uma necessidade e um desejo especifico que estimula o organismo e
direciona seu comportamento para um objetivo.
Os
impulsos, para Davidoff (2001), são modelados pela experiência e sua origem
biológica. Já para Gazzaniga e Heatherton (2005) são estados psicológicos que
motivam o organismo a satisfazer suas necessudades.
Os
instintos, segundo Davidoff (2001), referem-se a padrões complexos de
comportamento que se pensa serem derivados da hereditariedade. Foi McDougall
quem classificou os instintos como curiosidade, repulsa, agressividade,
autoafirmação, fuga, criação de filhos, reprodução, fome, entre outros. outrossim,
prefere-se hoje tratar os instintos como padrão de ação fixa, compreendendo
movimentos únicos ou de padrões de movimento, caracterizados por serem
específicos da espécie, altamente estereotipados, completados quando iniciados,
não aprendidos, resistem a mudança e acionados por estímulo específico
(DAVIDOFF, 2001).
A
respeito, Morris e Maisto (2004) consideram os instintos são padrões de
comportamento específicos e inatos, característicos de toda uma espécie. Para Gazzaniga
e Heatherton (2005) são ações
aprendidas, automáticas, desencadeadas por deixas externas. São semelhantes aos
reflexos no sentido de que produzem um impulso imediato de agir.
Entretanto,
para compreender a motivação humana, para Gazzaniga e Heatherton (2005), é
preciso atravessar os níveis de analise para examinar tanto as bases
intencionais ou cognitivas, como as reguladoras ou fisiológicas, do
comportamento humano.
OS
MODELOS DE MOTIVAÇÃO – Davidoff (2001) identifica dois modelos de motivação: o
homeostático e o de incentivo.
A
homeostase, conforme Gazzaniga e Heatherton (2005), descreve a tendência das
funções corporais de manter equilíbrio.
O modelo
homeostático, segundo Davidoff (2001), pressupõe que o corpo tem padrões de
referencia, ou pontos estabelecidos para cada uma de suas necessidades. O
padrão de referencia aponta o estado ótimo, ideal ou equilibrado. Assim, a
necessidade ativa o motivo. O motivo aciona o comportamento e serve ao esquema
maior do corpo voltado à autorregulação ou homeostase.
Assim, esse
modelo, conforme Morris e Maisto (2004), surgiu com a teoria da redução de
impulsos , entendendo que o comportamento motivado é uma tentativa de reduzir o
desagradável estado de tensão do corpo e fazer com que retorne ao estado de
homeostase ou equilíbrio. Ainda sobre esse modelo, conforme Atkinson et al (2011),
compreende as motivações básicas, como a fome, a sede e o sexo, ou seja envolve
fatores internos. Dessa forma um estado interno constante de controle mantenha
o equilíbrio, por meio de processos psicológicos, fisiológicos ou mecânicos.
O modelo
de incentivo, no dizer de Davidoff (2001), são definidos como eventos, objetos
ou condições que incitam a ação. Esse modelo diz que experiências e incentivos
frequentemente alteram cognições e emoções, levando à motivação. Além disso,
incentivos, emoções e cognições frequentemente se combinam com mecanismos
homeostáticos para moldar os impulsos básicos. As recompensas podem tambem ter
um aspecto de feedback, por traduzirem o merecimento. Esse modelo, para
Atkinson et al (2011), destacam o papel o papel motivacional de eventos
externos ou objetos de desejo. Esses incentivos são os objetos da motivação e
podem ser instrumentos de reforços primários como recompensas.
A
motivação inconsciente, segundo Davidoff (2001), estão relacionadas ao
pensamento de Freud de os seres humanos não possuem consciência das forças que
os motivam, não estando cientes daquilo que percebem e pensam, comportando-se
automaticamente.
A TEORIA
DA HIERARQUIA DE MASLOW – A teoria do psicólogo humanista Abraham Maslow
defende que o ser humano nasce com cinco sistemas de necessidades. A
classificação, segundo Gazzaniga e Heatherton (2005), envolve a necessidade
fisiológica, como alimento, água, oxigênio, sono, sexo, proteção contra
temperaturas extremas, estimulação sensorial e atividade. Também as
necessidades de segurança. As necessidades de amor compreendem os sentimentos
de afiliação, aceitação e de pertencer. O motivo de afiliação, segundo Morris e
Maisto (2004), é ativado quando as pessoas se sentem ameaçadas. As necessidades
de estima compreendem a realização, aprovação, competência e reconhecimento. As
necessidades de autorrealização compreendem a possibilidade de uso das
potencialidades individuais. A autorrealização, segundo Gazzaniga e Heatherton
(2005), é um estado atingido quando os sonhos e aspirações da pessoa são
realizados.
BASES
FISIOLÓGICAS DA FOME - As bases fisiológicas da fome, conforme Davidoff (2001)
estão relacionadas com a boca, garganta, o sangue e o cérebro. A fome humana é
frequentemente controlada por sinais externos ligados à comida. Esses sinais
estão na aparência do alimento, na visão de outros comendo, o gosto ou aroma
dos pratos, lugares, momentos ou emoções específicas. Já os sinais internos são
devido a dor de cabeça, fadiga, sensação de tontura e garganta seca.
Segundo
Davidoff (2001), algumas influências sobre a fome são biológicas, criando fomes
específicas que seguem o modelo homeostático de motivação. As culturas e as
experiências individuais modelam as preferências gerais por alimentos,
considerando-se, ainda, o envolvimento dos genes nas preferências parentais e
exposição seletiva de alimentos.
Morris e
Maisto (2004) a sensação de fome está relacionada às emoções de maneira
complexa.
Myers (2006) enfatiza o papel dos hormônios insulina,
leptina, orexina, grelina e PYY como responsáveis pelo apetite, observando que
a ânsia de comer é de fato desencadeada pelo estado fisiológico.
O sabor,
segundo Atkinson et al (2011), é o fator mais importante nas preferências
alimentares, porque contem gosto e odor, sendo o ser humano programado para
gostar e não gostar de determinados sabores e odores. Para Myers (2006), a cultura afeta o sabor.
Os
fatores culturais e sociais, segundo Morris e Maisto (2004), são determinados
pela aprendizagem e pelo condicionamento social. Embora a forme seja
basicamente um impulso biológico, não é simplesmente um estado interno ao qual
sacia-se quando o corpo incita a fazê-lo, uma vez que é resultado de uma
complexa interação de forças tanto do ambiente quanto biológica.
Os
distúrbios ou transtornos alimentares, segundo Myers (2006) e Gazzaniga
e Heatherton (2005), mais conhecidos são a anorexia e a bulimia nervosas.
Para
Atkinson et al (2011) a anorexia nervosa é um transtorno alimentar
caracterizado pela extrema e autoimposta perda de peso. No dizer de Myers (2006), é um transtorno no qual o
peso da pessoa cai muito abaixo do normal e, mesmo assim, a pessoa se sente
gorda e torna-se obcecada por perder peso.
A
anorexia nervosa, segundo Morris e Maisto (2004), possui sintomas como medo de
engordar, sentir incomodado com a imagem física, recusa em manter um peso
corporal igual ou acima do mínimo considerado normal e ausência de pelo menos
tres ciclos menstruais consecutivos.
Segundo Atkinson
et al (2011), a bulimia é um transtorno caracterizado por episódios recorrentes
de exagero na ingestão de alimentos, seguidos por tentativas de expelir o
excesso por meio da estimulação do vômito e ingestão de laxantes. Já para Myers (2006), a bulimia nervosa é um
transtorno marcado por episódios repetidos de superalimentação seguidos de
vômitos compensatórios, uso de laxantes, jejum ou exercício excessivo.
A
bulimia, segundo Morris e Maisto (2004), envolve episódios recorrentes de
ingestão compulsiva de comida, comportamento de vômito autoinduzido, ingestão
compulsiva de comida, influencia da forma e peso do corpo na autoimagem da
pessoa, entre outros.
A
obesidade, segundo Gazzaniga e Heatherton (2005), está associada a um número
significativo de complicações médicas, incluindo problemas cardíacos,
hipertensão e problemas gástricos. Já conforme Davidoff (2001), a obesidade tem
influencia da hereditariedade, tendo em vista que os genes predispõem as
pessoas a essa condição por meio de mecanismos que afetam o apetite, as
preferências alimentares, a saciedade, a atividade e o metabolismo. Na
infância, os hábitos alimentares e as células de gordura são fatores diferentes
para a obesidade. As pessoas aumentam seu tecido adiposo por meio de duas
maneiras: o aumento do número de células de gordura, ou as células existentes
ficam maiores. Por isso, a obesidade, segundo Atkinson et al (2011), é de
família e possui base genética.
MOTIVAÇÃO
POR ESTIMULAÇÃO SENSORIAL - Davidoff (2001) assinala que as pessoas são
expostas constantemente à estimulação.As preferências sensoriais estão
relacionadas com o grau da resposta ao meio e a outras pessoas, ou seja,
reatividade. A busca pela estimulação possui base genética e ambiental. Assim,
a estimulação sensorial é denominada como sendo o resultado dos estímulos
internos ou externos dentro de um sistema excitável que provoca respostas. Ela faz
parte das necessidades motivacionais dos seres humanos e de outros animais.
Esse tipo de motivação pode ser oriunda do meio, ou externa, ou da autoestimulação,
ou interna. Esses estímulos são oriundos das percepções visuais, auditivas ou
táteis, utilizados cada um de cada vez ou reunidos em combinações de forma
confortável ou relaxada, ou, ainda são considerados como experiências
sensoriais que geram a autoestimulação e levam os indivíduos à alucinação. Entre
as necessidades de estimulação sensorial estão a curiosidade que leva o
individuo a explorar o manipular o ambiente, atraídas pelo que é desconhecido e
de novas experiências. Tais estimulações desenvolvem a sensibilidade perceptiva
proporcionando aumento da competência de habilidades que permitem adaptação
diante de novas situações. Há também aquelas necessidades de procura da
excitação com a realização de atividades arriscadas, ou de ter ou realizar
experiências interditas, fora do comum, saindo da rotina monótona, repetitiva e
constante.
Os
motivos para explorar e manipular, segundo Davidoff (2001), possui base na
curiosidade que está relacionada com a necessidade de estimulação sensorial. A
curiosidade é evidente nas pessoas durante todo o ciclo de vida. Os motivos que
utilizam as atividades autoestimulantes que compreendem as necessidades
individuais de estimulação.
A
MOTIVAÇÃO SEXUAL - O sexo, segundo Morris e Maisto (2004) , é um impulso primário
que motiva o comportamento reprodutivo.
Para
Atkinson et al (2011), o desejo sexual é uma motivação poderosa por ser o sexo
um motivo social por envolver outra pessoa, enquanto os motivos de
sobrevivência preocupam apenas ao indivíduo.
A
motivação sexual, segundo Myers (2006), pode ser influencia por fatores fisiológicos, por estímulos externos, ou seja, o que ver, ler ou
ouvir, como também, pela imaginação devido a origem na ação recíproca entre a
fisiologia e o meio ambiente.
A
resposta sexual humana, Morris e Maisto (2004), é influenciada pela vivencia
social e sexual, pela alimentação, pelas emoções e pela idade.
Assim
sendo, a psicologia da motivação sexual, segundo Myers (2006), busca descrever e explicar os
comportamentos sexualmente motivados e a tratar dos transtornos sexuais. Em
vista disso, entende-se que a excitação sexual depende da influência recíproca
de estímulos internos e externos.
Os
fatores biológicos que influenciam a motivação sexual envolvem desde aspectos orgânicos
e anatômicos que perpassam as gônadas, o sistema reprodutor, o cérebro, até às
necessidades físicas, psíquicas e comportamentais. Daí entender-se que os motivos e os centros de prazer, conforme
Davidoff (2001), estão relacionadas com o sistema límbico.
Os
hormônios sexuais, segundo Myers (2006), possuem dois efeitos: controlam o desenvolvimento
das características sexuais masculinas e femininas, e sobretido ativam o
comportamento sexual. Esses hormônios influenciam a excitação sexual por meio
do hipotálamo, que monitora as variações nos níveis de hormônios no sangue e
ativa os circuitos neurais apropriados.
Os
níveis de hormônios sexuais influenciam o impulso sexual de muitos animais.
Níveis altos e baixos de estrógenos e andrógenos são relacionados com níveis
altos e baixos de estimulação sexual (DAVIDOFF, 2001).
O
cérebro do homem e da mulher, conforme Davidoff (2001) são diferentes em termos
funcionais e estruturais, considerando, porem, que em ambos os sexos é
organizado de forma permanente pela presença ou ausência inicial de andrógenos.
Para Atkinson et al (2011), o principal órgão sexual é o cérebro, pois é nele
que o desejo sexual se origina e onde o comportamento sexual é controlado.
O
impulso sexual, conforme Davidoff (2001), é definido em termos da frequência
com que os organismos praticam o ato sexual ou outros comportamentos sexuais.
Trata-se de um impulso bastante complexo.
A
necessidade de contato, segundo Morris e Maisto (2004), é mais universal que a
de manipulação, não se limitando aos dedos, mas envolvendo o corpo todo. Dessa forma
entendem que a manipulação é um processo ativo.
Muitos
incentivos sexuais sejam aprendidos por meio de condicionamento respondendo, ou
por meio de associação, evidenciam que muitos objetos sexuais comecem
inicialmente como estímulos neutros que não despertam a excitação sexual.
A
imaginação, segundo Davidoff (2001) é outro tipo de incentivo sexual.
A
fantasia sexual, conforme Davidoff (2001), em qualquer intensidade, não está
relacionada com desajuste social.
Os
comportamentos sexuais, como masturbação, ato sexual e conversas sobre sexo,
são influenciados por consequências de gratificação e punição ou
condicionamento operante (DAVIDOFF, 2001).
O ciclo
de resposta sexual, segundo Davidoff (2001), Myers (2006) e Morris e
Maisto (2004), possui as seguintes fases: excitação, platô, orgasmo e
resolução. Após a estimulação sexual instala-se a excitação e é nessa fase que
as pessoas respiram rapidamente. Na fase platô os músculos continuam a se
retesar e o sangue acorre para superfície do corpo. O orgasmo, ou clímax, dura
vários segundos e inclui intensa euforia, perda momentânea de contato com o eu
e o meio circundante, e frequentemente uma sensação de saciedade além de
contrações genitais. Em ambos os sexos o clímax serve à mesma função física:
aliviar os tecidos entumecidos e os músculos retesados. O orgasmo masculino
possui duas fases: a primeira quando o sêmen é emitido pelas glândulas sexuais,
ligada à perda temporária do desejo sexual; na segunda, os músculos pélvicos
incluindo aqueles do pênis, que ejaculam o sêmen, contraem-se. As contrações
estão associadas com a experiência de euforia. O orgasmo das mulheres, segundo
Davidoff (2001) não é entendido tão bem, muito embora esteja centrado no
clitóris, variando em duração e intensidade, experienciando contrações. A
última fase do ciclo de resposta sexual é a resolição. Neste momento o corpo
volta a seu estado normal quando a congestão sanguínea é aliviada e os músculos
retesados relaxam.
As
pessoas demonstram impulso sexual desde o nascimento. Na puberdade, há um surto
de interesse sexual. Entre os idosos o comportamento sexual depende da
experiência e da satisfação passadas.
Os
fatores culturais e ambientais, Morris e Maisto (2004), influencia o
comportamento sexual por estar relacionado com a aprendizagem e a experiência.
A cultura dita padrões de conduta sexual, orie4nta a visão de atratividade,
sendo assim, a cultura e a vivência influenciam os estimulantes, orientados por
fatores do ambiente. Para Davidoff (2001), o casamento é importante indicador
de atividade sexual para as mulheres, enquanto que a percepção de saúde é uma
determinante fundamental da atividade sexual dos homens. Em geral, as mulheres
tendem a ser mais responsáveis, convencionais e idealistas, e os homens tendem
a ser mais permissivos e mais orientados para o prazer e o poder. Um padrão
duplo ocorre na maioria das sociedades definindo que as percepções sexuais de
homens e mulheres são divergentes. Tais divergências podem ter base na
perspectiva darwiniana de herança evolutiva: na evolução, o objetivo maior é
reproduzir a maior prole possível. Além disso, a diferença entre esperma e
óvulo: existem muitos espermas diante do pequeno suprimento de óvulos. Como as
mulheres geralmente possuem responsabilidade pela criação, requerem um
relacionamento permanente.
A
orientação sexual, Morris e Maisto (2004) e Atkinson et al (2011), se refere à
direção do interesse sexual de um individuo.
MOTIVAÇÃO
SOCIAL - A motivação social, para Davidoff (2001), reserva-se àqueles motivos
cuja satisfação depende do contato com outros seres humanos, na satisfação das
necessidades de afiliação e de realização. Assim, conforme Myers (2006), na condição de criaturas
sociais, os seres humanos são profundamente motvados para criar vinculo com
aqueles que lhes são importantes, tendo em vista que os laços sociais elevaram
a taxa de sobrevivência dos ancestrais e que a cooperação em grupo melhora a sobrevivência.
A necessidade de pertencimento, segundo Myers (2006), dá
colorido aos pensamentos e emoções porque ao se sentir incluído, aceito e amado
o ser humano fica com autoestima elevada. A
linguagem e o pensamento dependem de estimulação social. Adultos e crianças que
contam com apoio social lidam mais adequadamente com crises.
Os
motivos sociais estão relacionados com a dependência de que cada individuo
possui com relação às outras pessoas buscando a satisfação das necessidades
oriundas dos sentimentos. Aqueles que possuem apoio social são vistos como
aqueles que demonstram maiores capacidades de superação em momentos de crises. Esses
motivos sociais surgem para a satisfação das necessidades de amor, ligado
intimamente ao contato entre os seres humanos, tornando-se decisivas para o
processo de adaptação ou ajustamento. São motivos que se explicam na
compreensão do homem viver em sociedade, possuindo o objetivo que cada
individuo tem de se sentir respeitado, amado, aprovado, superando as situações
de crise ou críticas com maior facilidade. Aquelas pessoas que se sentem
isoladas ou rejeitadas pela sociedade possuem a tendência de sentimentos
profundamente perturbadores, como tornarem-se apáticas, negligenciam o asseio
pessoal, choram com frequência.
As
necessidades sociais são denominadas de necessidades secundárias e são
expressas por meio da publicidade para criação de determinado tipo de
necessidade.
MOTIVAÇÃO
DE REALIZAÇÃO - A motivação de realização, segundo Davidoff (2001) e Gazzaniga
e Heatherton (2005), provém das necessidades de buscar excelência, atingir
objetivos grandiosos ou ser bem-sucedido em tarefas difíceis. Ela envolve
competir com os outros ou contra algum padrão interno ou externo.
Há que
se considerar que foi a partir de 1953, que surgem as grandes contribuições
devidas a David McClelland. Centralizam-se na pesquisa dos motivos de
realização e afiliação, consolidando a aplicação de recursos de medida e
quantificação ao nível da motivação superior. Durante os últimos anos
McClelland e seus colaboradores procuram desenvolver medidas dos motivos de
realização e investigam correlatos dessas medidas, não apenas no comportamento
individual, mas também nos sistemas sociais. A técnica de medida fundamenta-se
na análise do conteúdo das produções temáticas da imaginação humana: envolvem
histórias, relatos, sonhos, visando a comparação com um padrão de excelência.
As
pessoas que se sentem motivadas para a realização julgam-se empreendedoras por
possuírem esse indicador relevante e central de motivação, sendo aquela que se
determina o tempo inteiro sobre os caminhos, meios ou maneira de realizar
atividade difíceis e importantes. Essas pessoas tendem a seguir estratégias
individuais e peculiares de comportamentos, fixando seus próprios caminhos e
metas para alcance de seus objetivos, tornam-se protagonistas e inquietas
realizando sempre algo, não se deixando arrastar pelas circunstâncias da
rotina. Esse tipo de pessoa costuma ser bastante seletiva na escolha de seus
objetivos e metas, rejeitando a submissão automática, nem auxílios ou
conselhos, acreditando nas suas intuições, assumindo inteiramente a
responsabilidade pela concepção e execução de suas realizações. Esse tipo de
pessoa assumem todos os méritos que alcançam sucesso, ou assumem suas
responsabilidades e culpas quando fracassam. Possuem, portanto, satisfação no
próprio trabalho para o reconhecimento e autorrealização.
O
trabalho é identificado como a origem e fonte da motivação para realização.
A
motivação de realização enquadra-se relativamente bem no modelo de incentivos,
tendo em vista que eles desempenham um papel crucial para despertá-la. As
cognições e emoções evocam a motivação, podendo despertar ansiedades associadas
a fracasso ou sucesso. A motivação e a ansiedade despertam comportamentos de
realização tais como estabelecimento de objetivos, diligência e persistência. A
autoavaliação é importante porque as pessoas que se sentem bem em relação a si
mesmas tendem a se esforçar ao máximo (DAVIDOFF, 2001).
A
perspectiva respondente atribui as propriedades instintivas de motivação de
realizações à associação entre realizações e aprovação (DAVIDOFF, 2001).
MOTIVAÇÃO
COGNITIVA - A motivação cognitiva possui sua base na experiência passada e na
informação disponível.
A teoria
social cognitiva defende que o comportamento é influenciado pela observação dos
outros, quando as pessoas aprendem com a recompensa ou punição da ação de
outras pessoas. Segundo essa teoria, para que haja a influencia de outras
pessoas não há necessidade de interagir com elas, bastando a observação e
conclusões tiradas a respeito. São atribuídas às cognições pessoais que são
incoerentes com os padrões sociais; à espera de um determinado evento quando
ocorre outro; a contradição entre o comportamento e as atitudes.
Tem-se,
por todo exposto que a motivação é o estado que leva o ser humano a se
comportar em conformidade com as suas necessidades cognitivas ou fisiológicas,
tornando o motivo um significado complexo e subjetivo, ligado à personalidade
de cada individuo e às experiências vividas anteriormente.
A
aplicabilidade da motivação do comportamento humano está ligada à capacidade
que cada individuo em agir na busca da satisfação de suas necessidades.
REFERÊNCIAS
ATKINSON, Richard;
HILGARD, Ernest; ATKINSON, Rita; BEM, Daryl; HOEKSENA, Susan. Introdução à
Psicologia. São Paulo: Cengage, 2011.
DAVIDOFF,
Linda. Introdução à Psicologia. São Paulo: Pearson Makron Books, 2001.
GAZZANIGA, Michael; HEATHERTON, Todd. Ciência psicológica:
mente, cérebro e comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2005.
GOODWIN,
James. História da psicologia moderna. São Paulo: Cultrix, 2005.
MORRIS,
Charles; MAISTO, Alberto. Introdução à Psicologia. São Paulo: Prentice Hall, 2004.
MYERS,
Savid. Psicologia. Rio de Janeiro: LTC, 2006.
SCHULTZ, Duane; SCHULTZ, Sydney. História da psicologia
moderna. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
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