SISTEMA ENDÓCRINO – Sua
denominação é derivada do grego hormaein,
que significa para excitar. É composto por um grupo diverso de tecidos cuja
função é produzir e liberar na corrente sanguínea substâncias conhecidas como hormônios.
Esses hormônios geralmente são liberados em concentrações muito baixas e
transportados aos seus locais de ação, em outras partes o corpo, onde exercem
efeitos reguladores sobre os processos celulares. As funções desses hormônios
estão: coordenam as atividades corporais; controlam o crescimento e o desenvolvimento;
mantêm a homeostasia e, além de interar-se com o sistema nervoso, levando a
várias respostas para alterações nos meios internos e externos.
As principais
glândulas do sistema endócrino são a hipófise, a pineal, tireoide,
paratireoides, timo, suprarenais, pâncreas, gônadas e glândulas do tracto
gastrointestinal.
HIPÓFISE –Também chamada de pituitária. Sua
denominação de origem grega, Hipophysis, que significa coisa pequena que cresce
entre coisas grandes. De origem latina, Pituytos, que significa lodo,
fleuma, pois acreditava-se que ela absorvia excretava fluido cerebral pela
nasofaringe. Possui as características de ser uma glândula pequena, situada na face
inferior do Diencéfalo, fixa ao
Hipotálamo pelo infundíbulo da hipófise ou pedúnculo hipotalâmico e apoiada na
Sela Túrcica ou Sela Turca do Osso Esfenóide. Ela é bastante vascularizada. É
dividida em 3 Lobos: Anterior (Adeno-hipófise),Intermediário e Posterior
(Neuro-hipófise).
A Neuro-hipófise, também
chamada de Hipófise Posterior, é totalmente ligada ao hipotálamo e é constituída
pelo lobo posterior, infundíbulo e eminência mediana, origina-se do próprio
sistema nervoso embrionário, provindo de uma invaginação do assoalho do
Diencéfalo.
Os seus hormônios
são a Ocitocina ou Oxitocina, e o Hormônio Antidiurético Ou Vasopressina
A Ocitocina, ou
Oxitocina, participa da função de aleitamento nas fêmeas, sendo responsável pela
contração das glândulas mamárias, provocando o fluxo de leite através da sucção
mamilar durante a amamentação. Participa também nas contrações uterinas de
expulsão do feto, durante e depois do parto, pois é importante para a
recuperação do volume normal do útero. É capaz de promover contrações genitais
(masculina e feminina), auxiliando na fecundação do óvulo. Essas sensações
potencializam a sensação do orgasmo. No macho influencia o transporte do
esperma, facilitando a contração dos ductos deferentes. Na fêmea: as contrações
genitais facilitam a movimentação dos espermatozóides através da vagina e do
útero.
A Vasopressina é um
hormônio antidiurese,ou seja, diminui a formação da urina, regulando-a e aumentando
a permeabilidade dos túbulos renais à água e, consequentemente, sua reabsorção.
É chamado de Vasopressina porque aumenta a pressão arterial, pressão osmótica
do sangue. A retenção líquida que se dá
em nível renal leva a um aumento de
volume dentro dos vasos e, consequentemente, a um aumento da pressão sobre as
paredes dos mesmos. Além disso, é um hormônio que participa do controle hídrico
do organismo.
A Adeno-hipófise, também
chamada de Hipófise Anterior, localizada anteriormente à neuro-hipófise e é constituída
pelo túber cinério e pelo lobo anterior da glândula, tem origem na bolsa de
Rathke, numa invaginação do ectoderma do teto da cavidade oral primitiva do
embrião, que cresce em direção cranial e posteriormente, separa-se da cavidade
oral, indo anexar à neuro-hipófise.
Os hormônios da
adeno-hipófise são: hormônio do crescimento (Gh) Ou Hormônio Somatrotófico
(Sth); prolactina (Prl); hormônio melanotrófico (Msh); hormônio lipotrófico
(Lh); hormônio tireoestimulante (Tsh); hormônio adrenocorticotrópico (Acth); e
hormônios gonadotróficos.
O hormônio do
crescimento (Gh) possui secreção que se estende por toda a vida, embora o
crescimento cesse com a maturidade física. Em 1985 o GH Humano foi sintetizado
com o objetivo de servir para reposição terapêutica do hormônio natural. Em
condições normais ocorrem picos plasmáticos de HC a cada 2 horas, sua taxa
plasmática varia de 5 a 30ng/ml. Possui um papel crucial no crescimento
somático após o nascimento, aumentando a síntese de proteínas nos músculos, o
número das dimensões e o número de células, promovendo o aumento dos tecidos e
órgãos. Os ossos ficam mais grossos, a pele mais espessada e os tecidos moles
(incluindo coração, fígado, língua e todos os demais órgãos internos aumentam
de tamanho). Os fatores estimulantes desses hormônios são sono, exercícios, hipogricemia,
dieta rica em proteínas e estraditol (hormônio sexual feminino), inibidores de
secreção do hormônio (dieta rica em carboidratos e altas taxas de
glicocorticóides (hormônio da supra-renal). O nível circulante de GH na criança
é alto, aumentando na puberdade, declinando durante a idade adulta e decrescendo
muito com o envelhecimento.
A prolactina é o
hormônio da lactação, possui efeito direto sobre as mamas, promovendo a
produção de leite, imediatamente após o parto e. juntamente com o Estrógeno e a
Progesterona (hormônios ovarianos), está relacionada com a modulação das
respostas imunes e inflamatória.
O hormônio
melanotrófico possui a função principal da ativação dos melanócitos, que são
células produtoras de pigmento cutâneo – melanina-, prevenindo as células da
pele contra o estresse exógeno resultantes das exposições ao sol.
O hormônio
lipotrópico está envolvido com o metabolismo das gorduras e participando do
controle do peso corporal.
O hormônio
tireoestimulante estimula a glândula tireóide a secretar hormônios que regulam
o metabolismo basal, na tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3).
Os hormônios
gonadotróficos agem sobre
as gônadas de ambos os sexos. São dois os hormônios gonadotróficos: FSH
(hormônio folículo estimulante) e o LH (hormônio luteinizante).
Há que se levar em
consideração que a Adeno-hipófise das meninas não secreta hormônios até os 10 a
15 anos. A partir dessa idade começa a secretar o hormônio foliculo-estimulante
(FSH), inicia a vida sexual da menina em crescimento e, mais tarde, secreta o
hormônio luteinizante (LH), que auxilia no controle do ciclo menstrual. No sexo
masculino os testículos permanecem praticamente inativos durante a infância. Porém,
na puberdade sob a ação dos hormônios gonadotróficos (FSH e LH), eles entram em
atividade. O FSH atua sobre o epitélio dos túbulos seminíferos(dentro dos
testículos), dando origem a espermatogênese e o LH ativa as células de Leydig, nos
túbulos seminíferos, secretando a testosterona.
Essas duas partes
da hipófise funcionam como órgãos endócrinos separados, com populações
celulares distintas, hormônios e mecanismos de secreção distintos entre si.
PINEAL – Também chamada de Epífise, foi
denominada pelo médico e filósofo romano Galeno de Konarium, do latim pineal que significa “que cresce para cima”,
devido a sua localização no diencéfalo. É uma formação ímpar, localizada
especificamente no Epitálamo, sendo uma pequena glândula endócrina situada
entre os dois hemisférios cerebrais, ocupando o centro do cérebro, recebendo
inervação simpática e central. Nela são encontradas dois tipos de células: os Pinealócitos
e as Células Gliais.
Nos antigos livros
sagrados hindus, os Vedas, a pineal é considerada como o mais importante dos chacras.
Esses chacras são centros receptores e transmissores de energia vital, situados
ao longo do eixo do corpo. Na visão hindu, a pineal é um órgão possuidor de
dois chacras: o chacra do terceiro olho (no centro da testa, acima da linha dos
olhos) e o chacra coronário considerado “a sede da suprema força espiritual” (no
centro superior do crânio).
O filósofo francês
René Descartes fez menção a pineal como sendo a sede da alma, uma vez que, para
ele, nela era formado o spiritus animalis,
que circularia pelos ventrículos encefálicos, fluindo por todos os poros e nervos
(que eram considerados ocos, na época), alcançando assim todas as estruturas
fora do Sistema Nervoso Central (SNC).
A Neurociência não
descarta a possibilidade da existência de alguma região no cérebro que possa
funcionar como ligação entre o espírito, a mente e o corpo. O psiquiatra
brasileiro Sergio Felipe de Oliveira defende em pesquisas que a glândula pineal
seria o órgão sensor que capta as informações por ondas eletromagnéticas devido
as propriedades dos cristais de apatita, que as converteriam em estímulos
neuroquímicos de forma análoga à antena do aparelho celular para sinais
eletrônicos. Hoje a pineal é reconhecida como sendo um transdutor de informação
luminosa, com importante ação sobre o eixo hipotálamo-hipófise-gonadal, funcionando
como um centro modulador dos ritmos circadianos e sazonais de muitos processos
químicos, metabólicos e comportamentais.
Nos mamíferos, a
pineal é considerada uma estrutura endócrina capaz de influenciar as funções
sexuais, podendo também influenciar outras glândulas endócrinas como: a
adrenal, a tireoide e as paratireoides. Contudo, há dúvidas de qual é a
principal via em que esses hormônios são liberados – o sangue ou o líquor.
Nos seres humanos,
uma das funções da pineal está relacionada com o disparo puberal. A maturidade
precoce central (CPP) resulta da ativação prematura do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal
e secreção antecipada de gonadotrofinas, decorrentes de cistos na pineal,
tumores intracranial, infecções, trauma craniano, hidrocefalia entre outros. É
também um complexo sistema neuroendócrino responsável não só pelo controle da
função gonadal, mas também pela interação entre a luz e o disparo de diversos
sinais de controle fisiológicos, que envolve a produção de um número de
substâncias das quais a melatonina que é a mais investigada.
A melatonina é um
hormônio com importante função cronobiológica, pois influencia o ritmo sazonal
e circadiano, além de intervir no ciclo vigília-sono e na função reprodutiva,
pois tem efeito supressor sobre a descarga pulsátil do fator hipotalâmico
liberador de gonadotrofinas. Além disso, segue um ritmo circadiano, sendo liberada
exclusivamente durante a noite e seu nível cai progressivamente durante o dia e
tem ação neuroprotetora contra ação oxidante de radicais livres, por ativação
de enzimas oxidantes.
A TIREÓIDE - É uma glândula
presente em todos os vertebrados. Apresenta dois lobos laterais, unidos por uma
estrutura denominada de istmo (estrutura de espessura variável). Localizada anteriormente ao pescoço, no nível da
vértebras C5 e T1, anterior a traqueia e inferior a laringe e é recoberta pelos
músculos do pescoço. É um órgão muito vascularizado, rico em capilares
sanguíneos e linfáticos. Seu suprimento de sangue é feito pelas artérias:
tireóideas superiores (carótidas externas) e inferiores (artérias subclávias).A
unidade funcional da tireóide é o ácino ou folículo tireoidiano. Os seus
hormônios são: Tiroxina (T4) e Triiodotiroxina (T3). A tireóide sintetiza,
armazena e secreta os hormônios T4 e T3. O T4 denominado de pró-hormônio
circula no plasma em uma concentração muito maior do que o T3 que é o hormônio
ativo, representa uma pequena fração. Porém há existência de receptores membranares específicos em ambos
os hormônios, logo ambos são fisiologicamente ativos. A produção desses
hormônios inicia-se com a estimulação das células folículares dos hormônios
hipofisários (TSH).
Os distúrbios das
funções tireoidianas provocam Hipotireoidismo, Hipertireoidismo e Loucura
Mixedematosa (Psiquismo).
O hipotireoidismo
médio induz sintomas típicos de um quadro depressivo, encontra-se: lentidão na
fala, diminuição do rendimento intelectual, fadiga e diminuição do apetite e apatia.
Já no caso do hipotireoidismo grave pode ser observado: estado de melancolia
intensa e estupor que em idosos podem sugerir demência senil. Em uma forma mais
grave é encontrado um quadro que é chamado de loucura
mixedematosa- que inclui sintomas psicóticos, tais como:
delírios, alucinações e confusão mental.
No hipertireoidismo
moderado observa-se aumento das funções psíquicas com sintomas típicos de
ansiedade e queixas de insônia e fadiga. Já no hipertireoidismo grave podem
ocorrer quadros de sintomas psicóticos. Em pessoas idosas, além da ansiedade, o
quadro inclui instabilidade do humor e apatia.
Como a glândula tireóide tem uma importante ação
sobre as funções nervosas ela também tem uma estreita influência no
comportamento humano. Algumas patologias primárias da tireóide como, por
exemplo, as tireoidites produzem uma rica sintomatologia afetiva. Alterações na
tireóide junto com alterações comportamentais e surgimento de transtorno
psiquiátrico são muito comuns.
PARATIRÓIDES –São
em condições normais quatro massas distintas e diminutas, situadas atrás dos
lobos tireoidianos. A disposição das glândulas varia de pessoa para pessoa, podendo
ocorrer localizações ectópicas: dentro do no tórax, no mediastino, junto ao
timo. O PTH é o hormônio produzido pelas paratireoides e tem por função regular
a concentração do cálcio iônico nos líquidos extracelulares. Isto é o PTH
influencia a concentração sanguínea de fosfato, aumentando a excreção renal
deste íon pela diminuição da sua absorção nos túbulos renais. O hiperparatireoidismo
é a hipersecreção de PTH, resultando em um desenvolvimento exagerado dos
osteoclastos, causando uma reabsorção óssea exagerada, que torna os ossos
enfraquecidos, sujeitos a fraturas e pode ser causada por formação tumoral das
glândulas paratireoides. Outra causa da hipersecreção de PTH é o aumento da
concentração do íon cálcio nos líquidos corporais. Porém efeitos maléficos de
íon cálcio são raros, caso ocorra pode haver a precipitação do fosfato de
cálcio em tecidos corporais que não o ósseo, como: pulmões, músculos e coração,
podendo causar a morte em poucos dias.
Hipoparatireoidismo é a
diminuição do nível de cálcio no sangue, em função da insuficiência de PTH. A
diminuição da concentração do íon cálcio pode chegar a valores muito baixos,
causando a tetania severa que pode ser fatal. É mais comum em crianças abaixo
dos 16 anos e adultos acima de 40 anos. Sintomas: fraquezas, câimbras musculares,
sensações anormais como: formigamento e dormência nas mãos, ansiedade e nervosismo
excessivo, perda de memória, dores de cabeça e incontrolável movimento muscular do pulso e pés, espasmos
dos músculos faciais e malformação dos dentes e unhas.
TIMO – O timo é uma glândula situada
no tórax, atrás do osso esterno e faz parte do sistema imunológico. É onde a
maturação de um tipo de célula de defesa, o linfócito T, essencial para a
resposta imunológica do organismo. Situado na porção superior do mediastino
anterior, limita-se, superiormente com a traqueia, a veia jugular interna e a
artéria carótida comum; lateralmente com os pulmões e inferior e posteriormente
com o coração. O timo, plenamente desenvolvido, é de formato piramidal,
encapsulado e formado por dois lobos fundidos. Deriva embriologicamente do
terceiro e, inconstantemente, do quarto pares de bolsas faríngeas, juntamente
com o par inferior de glândulas paratireóides. Não é de se surpreender que
ocasionalmente uma ou duas paratireóides estejam incluídas dentro da cápsula
tímica, aberração essa que pode importunar o cirurgião que opera as
paratireóides. Externamente, o timo é revestido por uma cápsula de tecido
conjuntivo, de onde partem septos que dividem o órgão em numerosos lóbulos.
Cada lóbulo apresenta uma capa, o córtex, que é mais escura e uma polpa
interior, a medula, que é mais clara. Tanto a zona cortical quanto a medular
apresentam células de estrutura epitelial misturadas com um grande número de
linfócitos T, possuidores dos marcadores OKT-6 de timócitos e, ocasionalmente,
células B e macrófagos. Já na medula, a densidade é menor, fato explicado que
células produtoras de anticorpos nascem na porção medular, migrando depois para
a região cortical, onde podem evoluir para macrófagos. Em locais dispersos no
interior da medula, as células epiteliais estão agregadas em camadas concêntricas
de células ceratinizadas, criando o corpúsculo de Hassal. Dois aspectos
histológicos especiais devem ser enfatizados. Folículos linfóides bem
desenvolvidos de células B com centros germinativos são extremamente raros no
timo normal. Quando numerosos e proeminentes, devem ser interpretados como
patológicos, associados a muitos distúrbios extratímicos. As lesões
morfológicas do timo estão associadas com inúmeras afecções que podem ser
imunológicas, hematológicas ou neoplásicas. Felizmente, as lesões tímicas são
de tipo limitado. Em termos fisiológicos, o timo elabora uma substância, a
timosina, que mantém e promove a maturação de linfócitos e órgãos linfóides com
o baço e linfonodos. Reconhece-se ainda, a existência de uma ou outra
substância, a timina, que exerce função na placa mioneural (junção de nervos
com músculos) e, portanto, nos estímulos neurais e periféricos, sendo
responsáveis por doenças musculares.
SUPRARENAIS – São também chamadas
de ad-renais ou adrenais. Sua remoção completa do córtex da supra-renal é
fatal. As duas supra-renais estão situadas no
retroperitônio, sobre os pólos superiores dos rins e são muito irrigadas, o
sangue chega pelo córtex, penetra em uma rede de sinusóides e é drenado para as
veias medulares. Suas células principais são chamadas de células cromafínicas, devido a estas terem
afinidade com corantes de cromo e secretarem as catecolaminas: epinefrina (ou adrenalina)
e norapinefrina (ou noradrenalina). Em
resposta aos estímulos simpáticos, além de desempenharem papel importante nas
funções do sistema simpático.
É composta de duas
partes distintas: o córtex e a medula.
O córtex forma
o centro da glândula, representa 10 a 20% desta e se origina do ectoderma, das
células neuroectodérmicas da crista neural que migram e invadem o córtex da glândula
por volta da sétima semana gestacional e se deslocam para o centro da glândula
em formação, durante o período da gestação mediatamente após o nascimento.
Os hormônios do córtex são o cortisol e
aldosterona.
O cortisol é um hormônio
indispensável a vida, sua produção é aumentada significativamente em situações
de estresse e tem a capacidade de aumentar a taxa de glicose sanguínea, além de
ter importante ação sobre o sistema cardiovascular, nervoso, glândulas
endócrinas e sobre as respostas inflamatória e imunológica. É o
principal hormônio glicocorticóidiano (GC), tornando-se um hormônio de extrema
importância durante o jejum prolongado, sem ele, nessa situação, não seria
mobilizada a reserva lipídica e proteica necessária. Também tem papel
fundamental no processo da vigília. Nos indivíduos que dormem pouco ou sofrem
de insônia, os níveis se mantêm elevados durante o dia. O mesmo ocorre com
aqueles que têm o sono leve. As diversas fases que compõem o sono de uma noite estão
relacionadas com variações na secreção de cortisol.
O aldosterona é o mais
importante hormônio da classe dos mineralocorticóides (MC) e age em nível
renal, promove o aumento da concentração de Na+(sódio) plasmático e a perda de
K+(potássio) na urina. Quando secretados em níveis elevados produzem
hipertensão arterial, podendo causar aumento da pressão arterial por
vasoconstricção.
As anormalidades do córtex são a
hipossecreção
A hipossecreção pode
também ser chamada de insuficiência supra-renal e é de dois tipos: primária e
secundária. A primária:
resultante de anomalia no córtex da supra-renal;- síndrome de Addison (DA) que
é uma doença caracterizada pela falência completa do córtex da glândula. A secundária: envolve
anormalidades na secreção ou na ação do ACTH.
A hipersecreção pode
ser primária (hiperadrenalismo primário) e secundária (hiperadrenalismo
secundário) e seus sintomas dependerão de quais hormônios estão sendo
produzidos em excesso.
A
hipercorticoideronismo gera um conjunto de sinais e sintomas denominados de
síndrome de Cushing, decorrente e da hipertrofia generalizada do córtex da
suprarenal, com aumento da secreção do cortisol. Os sintomas envolvem anomalias
no metabolismo glicídico e proteico, atrofia muscular; atraso no desenvolvimento
infantil, predisposição a infecções; dificuldade de cicatrização; distúrbios psiquiátricos,
entre outros. A Síndrome de Cushing é comumente acompanhada por perturbações
psiquiátricas e psicológicas, sendo a depressão o distúrbio mais comum. A
mania, a ansiedade generalizada e a deficiência orgânica cognitiva. As
influências positivas e negativas dos Glicocorticóides (CG) sobre o SNC podem
evoluir para complicações, com manifestações de distúrbios mentais.
A Insuficiência dos
Corticosteróides pode acarretar: hiponatremia (perturbação dos sais de sangue),
hipercalemia (grande quantidade de potássio no sangue), poliúria (aumento do
volume urinário), desidratação, hipoglecemia (baixo nível de açúcar no sangue),
acidose metabólica (excesso de acidez no sangue), hipersecreção de ACTH e MSH
(melanotrófico) com estimulação dos melanocitos e escurecimento da pele.
Vários estudos
apontam que a disfunção do Eixo HipotálamoHipófise-Adrenal (HHA) e da resposta
neural do cortisol como fontes precipitantes ou complicadores de diversas doenças como: Transtorno Bipolar,
Transtorno Depressivo Maior, Depressão, Psicose Pós-parto, Perda de Memória
(senilidade, mal Alzheimer), S
índrome do Pânico.
Os hormônios da medula são adrenalina e
noradrenalina.
A adrenalina, também chamada de
epinefrina, é um hormônio que prepara o organismo para grandes esforços físicos,
estimula o coração, eleva a pressão arterial, relaxa certos músculos e contrai
outros. É lançada na corrente sanguínea em condições do meio ambiente que ameacem
a integridade física ou psicológica da pessoa. Também constitui um elemento
termogênico que atua na regulação da temperatura corporal em ambientes frios e
influencia a secreção e a ação de muitos hormônios.
A noradrenalina também
é chamada de norepinefrina e circula no sangue como um hormônio. Tem ação menos
acentuada sobre a atividade cardíaca do que a adrenalina, inibe a síntese de
insulina e glucagon (são dois hormônios pancreáticos) e aumentam a secreção de
aldosterona e a retenção de Na+(sódio)
PÂNCREAS - O
pâncreas é uma glândula localizada no abdômen, atrás do estômago e entre o
duodeno e o baço, que integra os sistemas digestivo e endócrino.
Anatomicamente, é dividido em três regiões: cabeça, corpo e cauda. Possui duas
funções distintas: a função endócrina, responsável pela produção de insulina
(hormônio que controla o nível de glicemia no sangue) e a função exócrina,
responsável pela produção de enzimas envolvidas na digestão e absorção dos
alimentos.
O pâncreas é dividido em três regiões:
cabeça, corpo e cauda. A cabeça se encaixa no quadro duodenal e sua cauda é
afilada.
A porção endócrina possui hormônios que
participam na regulação de atividades metabólicas e a porção externa secreta
enzimas digestivas. Produz enzimas e hormônios. De
acordo com suas funções é dividido em porção endócrina e porção exócrina e sua
porção endócrina é composta por grupos de células chamadas ilhotas
pancreáticas, que possuem três grupos de células, α, que
produzem glucagon, β que produzem insulina e as Δ, que produzem somatostatina. Os
hormônios produzidos pelas ilhotas pancreáticas são lançados
diretamente na corrente sanguínea. A sua porção exócrina participa na digestão
secretando enzimas digestivas, através de estruturas chamas ácinos. As enzimas
são secretadas para o duodeno.
Quando o
pâncreas apresenta algum problema e há deficiência na produção de insulina, por
exemplo, a glicose que deveria ser aproveitada pelo organismo é eliminada pelos
rins, ocasionando diabetes.
Alguns tipos de problemas no pâncreas incluem: diabetes em que as células do pâncreas
não produzem insulina no caso da diabetes tipo 1 ou produzem insulina em
quantidade insuficiente ou normal mas o organismo não a consegue utilizar no
caso da diabetes tipo 2; câncer no
pâncreas em que ocorre o crescimento de células pancreáticas malignas; pâncreas anular que é uma malformação
congênita em que uma fina banda de tecido pancreático cobre uma porção do
duodeno causando obstrução que pode ser resolvida com cirurgia; pâncreas divisum que é uma anomalia
congênita em que os ductos pancreáticos não são formados durante a gestação e
que pode ser resolvida com cirurgia; pâncreas
ectópico que é caracterizado pela presença de tecido pancreático em
outros órgãos que pode ser tratado com remédios ou cirurgia; pancreatite que é uma inflamação do
pâncreas que geralmente é causada por cálculos da vesícula que se movem para
junto do ducto pancreático provocando uma obstrução; e cistos no pâncreas que são uma espécie de bolsa com líquido ou ar
que são removidos através de cirurgia.
As pessoas que consomem álcool em excesso e possuem
cálculos na via biliar tem maior predisposição para desenvolver uma doença do
pâncreas.
Os sintomas
de problemas no pâncreas são: dor abdominal que é um dos sintomas mais
comuns, podendo iniciar de forma súbita e tornar-se progressivamente mais forte
e contínua. Normalmente acontece no centro do abdômen, onde o pâncreas está
localizado espalhando-se para a parte superior e inferior; aumento da dor
quando o indivíduo se deita de costas; diarreia com eliminação de gordura nas
fezes; náuseas e vômitos após alimentação, geralmente associados à dor. Estes
sintomas ajudam o endocrinologista a identificar e diagnosticar algum problema
no pâncreas.
GÔNADAS – As gônadas são glândulas do
sistema endócrino, responsáveis pela produção de hormônios sexuais:
testículos(masculino) e ovários(feminino).
Os órgãos genitais masculinos têm a missão de
produzir as células reprodutoras masculinas, os espermatozóides, assim como o
líquido seminal que lhes serve como veículo e lhes proporciona os nutrientes
que necessitarão durante o seu percurso pelo aparelho genital feminino. Os
testículos geram os espermatozóides, enquanto que as vesículas seminais e a
próstata elaboram o líquido seminal. Outros componentes de extrema importância
são os epidídimos, os canais deferentes e os canais ejaculadores, que
constituem as vias que transportam os espermatozóides e o líquido
seminal em direção ao exterior para finalmente lançar o esperma na uretra no momento da ejaculação.
seminal em direção ao exterior para finalmente lançar o esperma na uretra no momento da ejaculação.
O
testículo é composto por até 900 túbulos seminíferos enovelados, cada um tendo
em média mais de 0,5m de
comprimento, nos quais são formados os espermatozóides. O espermatozoide
maduro é formado por uma cabeça, um corpo
intermédio e uma cauda. Os
espermatozóides podem chegar a viver três dias no interior do aparelho genital
feminino. Os testículos
começam a fabricar os espermatozóides e este processo continua ao longo da vida. Os espermatozóides são lançados no epidídimo, outro
tubo enovelado de cerca de 6 m de comprimento. A
hipófíse é a glândula que controla e regula o funcionamento dos testículos.
Os
testículos secretam vários hormônios sexuais masculinos que são coletivamente
chamados de androgênios, compreendendo a testosterona, diidrotestosterona e
androstenodiona. Todavia, a testosterona é muito mais abundante que os demais
hormônios, a ponto de poder ser considerada o hormônio testicular fundamental.
A
testosterona faz com que os testículos cresçam. Ela deve estar presente,
também, junto com o folículo estimulante, antes que a espermatogênese se
complete. Após poucas semanas de vida do feto no útero materno, inicia-se a
secreção de testosterona. Essa testosterona auxilia o feto a desenvolver órgãos
sexuais masculinos e características secundárias masculinas. Isto é, acelera a
formação do pênis, da bolsa escrotal, da próstata, das vesículas seminais, dos
ductos deferentes e dos outros órgãos sexuais masculinos. Além disso, a
testosterona faz com que os testículos desçam da cavidade abdominal para a
bolsa escrotal. Se a produção de testosterona pelo feto é insuficiente, os
testículos não conseguem descer e permanecem na cavidade abdominal. A secreção
da testosterona pelos testículos fetais é estimulada por um hormônio chamado gonadotrofina
coriônica, formado na placenta durante a gravidez. Imediatamente após o nascimento
da criança, a perda de conexão com a placenta remove esse feito estimulador, de
modo que os testículos deixam de secretar testosterona. Em consequência, as
características sexuais interrompem seu desenvolvimento desde o nascimento até
à puberdade. Na puberdade, o reaparecimento da secreção de testosterona induz
os órgãos sexuais masculinos a retomar o crescimento. Os testículos, a bolsa
escrotal e o pênis crescem, então, aproximadamente 10 vezes. Além dos efeitos
sobre os órgãos genitais, a testosterona exerce outros efeitos gerais por todo o
organismo para dar ao homem adulto suas características distintivas. Faz com
que os pelos cresçam na face, ao longo da linha média do abdome, no púbis e no
tórax. Origina, porém, a calvície nos homens que tenham predisposição hereditária
para ela. Estimula o crescimento da laringe, de maneira que o homem, após a
puberdade, fica com a voz mais grave. Estimula, ainda, um aumento na deposição
de proteínas nos músculos, pele, ossos e em outras partes do corpo, de maneira
que o adolescente do sexo masculino se torna geralmente maior e mais musculoso
do que a mulher. Algumas vezes, a testosterona também promove uma secreção
anormal das glândulas sebáceas da pele, fazendo com que se desenvolva a acne pós-puberdade
na face. Na ausência de testosterona, as características sexuais secundárias
não se desenvolvem e o indivíduo mantém um aspecto sexualmente infantil.
Os
hormônios sexuais masculinos: Hipófise FSH e LH testículos estimulam a produção
de testosterona pelas células de Leydig (intersticiais) e controlam a produção
de espermatozóides. Testículos Testosterona diversos estimula o aparecimento
dos caracteres sexuais secundários. Sistema Reprodutor induz o amadurecimento
dos órgãos genitais, promove o impulso sexual e controla a produção de espermatozoides.
Após a
puberdade, os hormônios gonadotrópicos são produzidos pela glândula hipófise masculina
pelo resto da vida. A maioria dos homens, entretanto, começa a exibir um
declínio lento das funções sexuais ao final da década dos 40 ou dos 50 anos. Um
estudo mostrou que a média da idade para o término das relações intersexuais
era aos 68 anos, apesar da grande variação. Este declínio da função sexual está
relacionado com o declínio da secreção de testosterona. A diminuição da função
sexual masculina é chamada de climatério masculino.
A
próstata permanece relativamente pequena durante a infância e começa a crescer
na puberdade, sob o estímulo da testosterona. A glândula atinge tamanho quase
estacionário por volta dos 20 anos, e não se altera até a idade aproximada dos
50 anos. Nesta época, em alguns homens, começa a involuir, justamente com a
produção diminuída de testosterona pelos testículos. Um fibroadenoma benigno
prostático freqüentemente se desenvolve na próstata de muitos homens mais
velhos, podendo causar obstrução urinária. Esta hipertrofia não é causada pela testosterona.
O câncer da glândula prostática é uma causa comum de morte, resultando em cerca
de 2 a 3% de todas as mortes masculinas.
A
orquite granulomatosa não tuberculosa é uma causa rara de aumento unilateral do
testículo entre os homens de meia idade. Com freqüência, este aumento de
tamanho do testículo desenvolve-se alguns meses após traumatismo.
Histologicamente, esta orquite é caracterizada por granulomas, que são
encontrados tanto nos túbulos seminíferos como no tecido conjuntivo
intertubular.
O
testículo e o epidídimo são lesados tanto na sífilis congênita como na
adquirida, mas, quase invariavelmente, o testículo é o primeiro a ser lesado.
Às vezes pode haver orquite sem epididimite concomitante. Microscopicamente, há
dois tipos de reação: a produção de gomas ou uma inflamação intersticial
difusa, esta caracterizada por edema, infiltração de linfócitos e plasmócitos.
Nos casos incipientes, as gomas podem produzir um aumento nodular e os focos de
necrose branco-amarelados característicos. A reação difusa causa edema e
endurecimento. Na evolução, seja a reação inicial gomosa ou difusa, segue-se
uma cicatrização fibrótica progressiva, a qual, por sua vez, conduz a uma
atrofia tubular considerável e, em alguns casos, à esterilidade. Geralmente o
testículo diminui de tamanho, torna-se pálido e fibrótico. As células
intersticiais de Leydig são poupadas e a potência não está alterada.
Entretanto, quando o processo é muito extenso, as células de Leydig podem ser
destruídas, produzindo-se perda de libido. A esterilidade ocorre menos
freqüentemente quando a lesão é gomosa e não
difusa.
difusa.
O câncer
de próstata (câncer prostático) é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens,
depois do câncer de pele, e a segunda causa principal de morte por câncer nos homens,
depois do câncer de pulmão. A próstata é uma das glândulas sexuais masculinas.
É uma glândula pequena (do tamanho de uma noz) e produz uma substância que,
juntamente com a secreção da vesícula seminal e os espermatozóides produzidos
pelos testículos, formam o esperma (sêmen). Está localizada em cima do reto e
embaixo da bexiga. A próstata rodeia a uretra (tubo que leva a urina desde a
bexiga até o pênis). Com o crescimento da próstata aparecem dificuldades em
urinar e em manter relações sexuais. Só os homens possuem próstata e seu
desenvolvimento é estimulado pela testosterona, o hormônio masculino. O câncer
de próstata se dá com maior freqüência em homens adultos. A próstata segue crescendo
durante toda vida de um homem, e muitos deles, com idades próximas a 60 anos, apresentam
uma condição chamada hipertrofia prostática benigna (HPB), muito mais comum que
o câncer de próstata. Muitos dos sintomas do HPB são os mesmos do câncer de
próstata. Como ocorre em muitos tipos de câncer, a detecção e o tratamento
antecipados aumentam a perspectiva de cura. Além do mais, o câncer de próstata
é um tipo de câncer que cresce lentamente. No seu estágio mais inicial, o
câncer de próstata pode não produzir sintomas. Com o crescimento do tumor,
nota-se certos sintomas como: dificuldades em começar e terminar de urinar, reduzido
jato da urina, gotejo no final da urinação, micção dolorosa, urinar pouca
quantidade de cada vez e freqüentemente, especialmente à noite, ejaculação
dolorosa, sangue na urina, incapacidade de urinar e dores contínuas.
Os órgãos genitais internos da mulher são os
ovários, as trompas de Falópio e o útero. Cada um com a sua função específica,
e são essenciais no processo de reprodução: os ovários encarregam-se de
produzir as células reprodutoras femininas; as trompas, que ligam os ovários ao
útero, constituem o ponto de encontro das células reprodutoras femininas com as
masculinas e, portanto, o ponto de uma eventual fecundação; e o útero
encarrega-se de “alojar” e proteger o produto da gestação até ao momento do
parto.
As glândulas sexuais produzem os seguintes
hormônios: estrogênio(ovário), com a função de promover desenvolvimento das
características sexuais secundárias femininas e regulagem do ciclo menstrual; progesterona(ovário),
com a função de promover o desenvolvimento do endométrio (fase proliferativa
lútea do ciclo menstrual), preparação do útero para gravidez e das mamas para
lactação. Testosterona (testículo) com a função de promover o desenvolvimento
das características sexuais secundárias e promove a espermatogênse (produção de
espermatozóides).
Os
ovários são os centros endócrinos e germinativos da mulher, e a caracterizam
como tal. O caráter cíclico da natureza e da fisiologia feminina é típico.
Todas as ações cíclicas estrogênicas e/ou estrogênico-progesterônicas geram
inúmeras transformações também cíclicas nos órgãos sexuais da mulher [genitália
e mamas), em sua fisiologia e em outros setores do seu corpo. O funcionamento
das gônadas femininas está sob o controle do sistema hipotálamohipofisário (com
o qual elas interagem em regime de “feedback”) e também de fatores
intraovarianos
específicos. Estes últimos, entre outras ações, modulam a capacidade de resposta dos ovários às gonadotrofinas hipofisárias, que são o FSH [hormônio folículo estimulante) e o LH [ hormônio luteinizante). Resumidamente, podemos dizer que a fisiologia das gônadas femininas depende das ações das gonadotrofinas hipofisárias, dos próprios hormônios sexuais por elas produzidos e de fatores reguladores intra-ovarianos ainda mal conhecidos.
específicos. Estes últimos, entre outras ações, modulam a capacidade de resposta dos ovários às gonadotrofinas hipofisárias, que são o FSH [hormônio folículo estimulante) e o LH [ hormônio luteinizante). Resumidamente, podemos dizer que a fisiologia das gônadas femininas depende das ações das gonadotrofinas hipofisárias, dos próprios hormônios sexuais por elas produzidos e de fatores reguladores intra-ovarianos ainda mal conhecidos.
A
trajetória biológica de tudo o que no corpo da mulher é caracteristicamente
feminino é determinada pela trajetória biológica dos ovários ao longo da vida,
uma vez que eles são a fonte básica dos estrogênios - os principais hormônios
da feminilidade ao nível somático. Assim, é inegável que, durante a maior parte
da vida da mulher, as suas gônadas são muito mais importantes como produtoras
de estrogênios (e também de progesterona) do que de óvulos. A maior parte do
volume dos ovários se deve à camada cortical, que é a camada funcional propriamente
dita. É nela que, em meio a um estroma conjuntivo também dotado de certa capacidade
endócrina, se encontram os folículos ovarianos, que são as unidades funcionais básicas
das gônadas femininas. Após a ovulação, também em decorrência do pico
ovulatório de LH, as células granulosas e tecais passam por acentuadas
modificações morfológicas e funcionais, dando origem ao corpo lúteo. Pouquíssimos
são os folículos que atingem o pleno desenvolvimento, conseguindo produzir altos
níveis de estrogênios, ovular e luteinizar-se. A imensa maioria deles está
condenada à regressão e ao desaparecimento através do processo da atresia* ou
morte folicular antes mesmo de completarem os primeiros estágios do seu
crescimento. Como a formação de novos folículos é impossível ao longo da vida
da mulher, o fenômeno da atresia folicular vai gradualmente levando ao
esgotamento das gônadas femininas - esgotamento este que se completa em torno
dos 50 anos, culminando com a menopausa. Assim, os órgãos que são os centros
endócrinos e germinativos da mulher estão paradoxalmente condenados ao
esgotamento e envelhecimento precoce. Em decorrência da privação estrogênica
pós-menopáusica, todos os órgãos e tecidos estrogênio-dependentes do corpo da
mulher entram em atrofia. Os estrogênios podem ser vistos como a principal
manifestação endócrina do lado afrodisíaco da mulher, uma vez que são eles os
responsáveis pela maturação sexual da mesma e pelo trofismo e boa forma de tudo
o que no seu corpo é tipicamente feminino. A progesterona, à parte a sua
fundamental importância na fisiologia ginecológica e no equilíbrio endócrino feminino,
de certa forma pode ser vista como mais relacionada ao lado maternal da mulher.
Já os androgênios, precursores bioquímicos dos estrogênios, podem ser
relacionados ao obscuro componente masculino da mulher. A aresia folicular, processo
fisiológico através do qual a maioria dos folículos ovarianos entram em
regressão, morrem e desaparecem ao longo dos vários estágios do seu crescimento.
Os dois
hormônios ovarianos, o estrogênio e a progesterona, são responsáveis pelo desenvolvimento
sexual da mulher e pelo ciclo menstrual. Esses hormônios, como os hormônios
adrenocorticais e o hormônio masculino testosterona, são ambos compostos esteróides,
formados, principalmente, de um lipídio, o colesterol. Os estrogênios são, realmente,
vários hormônios diferentes chamados estradiol, estriol e estrona, mas que têm funções
idênticas e estruturas químicas muito semelhantes. Por esse motivo, são considerados
juntos, como um único hormônio. O estrogênio induz as células de muitos locais
do organismo a proliferar, isto é, a aumentar em número. Por exemplo, a
musculatura lisa do útero aumenta tanto que o órgão, após a puberdade, chega a
duplicar ou mesmo a triplicar de tamanho. O estrogênio também provoca o aumento
da vagina e o desenvolvimento dos lábios que a circundam, faz o púbis se cobrir
de pêlos, os quadris se alargarem e o estreito pélvico assumir a forma ovóide,
em vez de afunilada como no homem. Provoca também o desenvolvimento das mamas e
a proliferação dos seus elementos glandulares, e, finalmente, leva o tecido
adiposo a concentrar-se, na mulher, em áreas como os quadris e coxas,
dando-lhes o arredondamento típico do sexo. Em resumo, todas as características
que distinguem a mulher do homem ocorrem em função do estrogênio e a razão
básica para o desenvolvimento dessas características é o estímulo à proliferação
dos elementos celulares em certas regiões do corpo. O estrogênio também estimula
o crescimento de todos os ossos logo após a puberdade, mas promove rápida calcificação
óssea, fazendo com que as partes dos ossos que crescem se “extingam” dentro de poucos
anos, de forma que o crescimento, então, pára. A mulher, nessa fase, cresce
mais rapidamente que o homem, mas pára após os primeiros anos da puberdade. Já
o homem tem 32 um crescimento menos rápido, porém mais prolongado, de modo que
ele assume uma estatura maior que a da mulher, e, nesse ponto, também se
diferenciam os dois sexos. O estrogênio tem efeitos muito importantes no
revestimento interno do útero, o endométrio, e no ciclo menstrual.
A
progesterona tem pouco a ver com o desenvolvimento dos caracteres sexuais
femininos. Está principalmente relacionada com a preparação do útero para a
aceitação do embrião e à preparação das mamas para a secreção láctea. Em geral,
a progesterona aumenta o grau da atividade secretória das glândulas mamárias e,
também, das células que revestem a parede uterina, acentuando o espessamento do
endométrio e fazendo com que ele seja intensamente invadido por vasos sanguíneos.
Determina, ainda, o surgimento de numerosas glândulas produtoras de glicogênio.
Finalmente, a progesterona inibe as contrações do útero e impede a expulsão do
embrião implantado ou do feto em desenvolvimento.
A
hipófise anterior das meninas, como a dos meninos, não secreta praticamente
nenhum hormônio gonadotrópico até à idade de 10 a 14 anos. Entretanto, por essa
época, começa a secretar dois hormônios gonadotrópicos. No inicio, secreta
principalmente o hormônio folículo-estimulante (FSH), que inicia a vida sexual
na menina em crescimento. Mais tarde, secreta o hormônio luteinizante (LH), que
auxilia no controle do ciclo menstrual.
P
hormônio folículo-estimulante causa a proliferação das células foliculares
ovarianas e estimula a secreção de estrógeno, levando as cavidades foliculares
a desenvolverem-se e a crescer.
O
hormônio luteinizante aumenta ainda mais a secreção das células foliculares,
estimulando a ovulação.
O ciclo
menstrual na mulher é causado pela secreção alternada dos hormônios
folículoestimulante e luteinizante pela hipófise anterior (adenohipófise), e a
secreção dos estrogênios e progesterona pelos ovários. O ciclo de fenômenos que
induzem essa alternância tem a seguinte explicação: no começo do ciclo
menstrual, isto é, quando a menstruação se inicia, a hipófise anterior secreta
maiores quantidades de hormônio folículo-estimulante juntamente com pequenas quantidades
de hormônio luteinizante. Juntos, esses hormônios promovem o crescimento de diversos
folículos nos ovários e acarretam uma secreção considerável de estrogênio (estrógeno).
Acredita-se que o estrogênio tenha, então, dois efeitos seqüenciais sobre a
secreção da hipófise anterior. Primeiro, inibiria a secreção dos hormônios
folículo-estimulante e luteinizante, fazendo com que suas taxas declinassem a
um mínimo por volta do décimo dia do ciclo. Depois, subitamente, a hipófise anterior
começaria a secretar quantidades muito elevadas de ambos os hormônios, mas
principalmente do hormônio luteinizante. É essa fase de aumento súbito da
secreção que provoca o rápido desenvolvimento final de um dos folículos
ovarianos e a sua ruptura dentro de cerca de dois dias. O processo de ovulação,
que ocorre por volta do décimo quarto dia de um ciclo normal de 28 dias, conduz
ao desenvolvimento do corpo lúteo ou corpo amarelo, que secreta quantidades
elevadas de progesterona e quantidades consideráveis de estrogênio. O
estrogênio e a progesterona secretados pelo corpo lúteo inibem novamente a
hipófise anterior, diminuindo a taxa de secreção dos hormônios
folículo-estimulante e luteinizante. Sem esses hormônios para estimulá-lo, o
corpo lúteo involui, de modo que a secreção de estrogênio e progesterona cai
para níveis muito baixos. É nesse momento que a menstruação se inicia,
provocada por esse súbito declínio na secreção de ambos os hormônios. Nessa
ocasião, a hipófise anterior, que estava inibida pelo estrogênio e pela
progesterona, começa a secretar outra vez grandes quantidades de hormônio
folículo-estimulante, iniciando um novo ciclo. Esse processo continua durante
toda a vida reprodutiva da mulher.
Na
maioria das mulheres, o período de declínio estrogênico é acompanhado por reações
vaso-motoras, alterações de temperamento e mudanças na composição da pele e do
corpo. 0corre também aumento da gordura corporal e diminuição da massa muscular.
A queda nos níveis de estrogênio é seguida por uma alta incidência de doenças
cardiovasculares, perda de massa óssea e falhas no sistema cognitivo. A Terapia
de Reposição Hormonal (TRP) mostrou-se dúbia. Foram registrados riscos com
reposição efetuada com estrógenos sintéticos e progestinas. No entanto, há grande
aceitação médica com a progesterona natural em forma de creme transdérmico para
tratar dos males decorrentes do desequilíbrio hormonal. A progesterona natural via
transdérmica não apresenta efeitos colaterais quando usada em doses
fisiológicas.
GLÂNDULAS DO TRACTO GASTROINTESTINAL - O Sistema Gastrintestinal (SGI) é formado por órgãos ocos em série que se comunicam das extremidades com o meio ambiente, constituindo o denominado Trato Gastrintestinal (TGI), e pelos órgãos anexos , que lançam suas secreções na luz do TGI. Os órgãos do TGI são: cavidade oral, faringe, esôfago, intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo), intestino grosso ou cólon e ânus. Esses órgãos são delimitados entre si por esfíncteres. O esfíncter esofágico superior, ou cricofaríngeo, delimita a faringe do corpo do esôfago, o qual é delimitado do estômago pelo esfíncter esofágico superior. O estômago é delimitado do intestino delgado pelo piloro, e o intestino delgado, do cólon pelo esfíncter ileocecal. A porção distal do cólon diferencia-se no reto e no ânus com seus dois esfíncteres: o interno e o externo. No sentido cefalocaudal (ou aboral), os órgãos anexos ao TGI são: glândulas salivares, pâncreas, fígado e vesícula Biliar (armazena e concentra a bile secretada pelo fígado). A secreção das glândulas salivares é lançada na cavidade oral e as secreções pancreáticas e biliares no intestino delgado. O TGI possui um sistema nervoso próprio, denominado Sistema Nervoso Entérico. Localiza-se inteiramente na parede intestinal, começando do esôfago até o ânus. É composto por dois plexos: Plexo Mioentérico ou Plexo de Auerbach (um plexo externo, disposto entre as camadas musculares longitudinais e circular), que controla os movimentos gastrointestinais; e o Plexo Submucoso ou de Meissner (um plexo interno, localizado na submucosa), que controla a secreção gastrointestinal e o fluxo sanguíneo local.
HIPOTÁLAMO
– O hipotálamo está situado abaixo do Tálamo e é a única que é recoberta pelo
Telencéfalo. É separado do Tálamo pelo Sulco Hipotalâmico, atua como Centro
Nervoso Autônomo acelerando ou refreando certas funções do corpo e secreta
vários hormônios. Funciona como um centro regulador e integrador de diversas
respostas orgânicas e comportamentais, tendo como objetivo a manutenção do
equilíbrio orgânico ou a homeostasia. Suas principais estruturas são os corpos mamilares
(sentido do olfato), quiasma óptico (decussação dos nervos ópticos), túber cinéreo
(conecta a glândula hipófise ao hipotálamo) e o infundíbulo (prende a hipófise
ao infundíbulo, tem forma de funil). O hipotálamo se relaciona com todas as atividades viscerais,
sendo o principal centro subcortical de
regulação de atividades simpática e parassimpática, influenciando na regulação
do sono, do metabolismo. Além disso, o hipotálamo influencia na regulação do
sono, na regulação do metabolismo de açúcares e gorduras, controla a
temperatura corporal e o balanço hídrico e possui implicações nas reações
afetivas graças a sua estreita relação com o sistema límbico. Suas principais
funções são a regulação da temperatura, a ingestão de alimentos, a manutenção
do equilíbrio hídrico, a expressão emocional, a influencia sobre o sono,
controle do sistema nervoso autônomo, controle endócrino e controle da neuro e
adeno-hipófise.
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Veja mais Psicologia.