A PSICANÁLISE
DE FREUD – A psicanalise é um termo criado por Freud em 1896, para nomear um
método particular de psicoterapia e tratamento pela fala, proveniente do
processo catártico de Josef Breuer e pautado na exploração do inconsciente, com
a ajuda da associação livre, por parte do paciente, e da interpretação, por
parte do psicanalista.
INCONSCIENTE –
Em psicanálise, o inconsciente é um lugar desconhecido pela consciência: uma
outra cena.
Na primeira
tópica elaborada por Freud, trata-se de uma instância ou um sistema constituído
por conteúdos recalcados que escapam às outras instâncias, o pré-consciente e o
consciente.
Na segunda
tópica deixa de ser uma instância para servir para qualificar o “isso” e, em
grande parte, o eu e o supereu (Id, ego e superego).
O inconsciente
possui uma particularidade de ser ao mesmo tempo interno ao sujeito e a sua
consciência, e externo a qualquer forma de dominação pelo pensamento consciente.
O pensamento inconsciente foi então domesticado, quer para ser interpretado na
razão, quer para ser rejeitado para a loucura.
Os conteúdos do
inconsciente não são as pulsões como tais, pois estas nunca podem tornar-se
conscientes, mas o que Freud denomina de representantes-representações, uma espécie
de representações das pulsões, baseados em traços mnêmicos. Esses conteúdos,
fantasias e roteiros em que as pulsões estão fixadas, buscam permanentemente
descarregar-se de seus investimentos pulsionais, sob a forma de moções de
desejo. Entre esses conteúdos inconscientes, as diferenças concernem apenas à
natureza e a força do investimento pulsional.
Para Lacan, o
insconsciente tinha a estrutura radical da linguagem, sendo, pois estruturado
como uma linguagem, sendo a linguagem a condição do inconsciente. A ideia
lacaniana de uma primazia da linguagem e do significante, repousa no dado
primordial de que o individuo não aprende a falar, mas é instituído ou
construído como sujeito pela linguagem.
O isso é um
termo conceituado por Freud para designar uma das três instãncias da segunda
tópica freudiana, ao lado do eu e do supereu. O isso é concebido como um
conjunto de contepudos de natureza pulsional e de ordem inconsciente.
O eu é a sede
da consciência e é o lugar de um sistema pulsional: as pulsões do eu ficam a
serviço da autoconservação, incluindo as necessidades orgânicas primarias não
sexuais. Com a teoria do narcisismo, o eu passa a ser mediador da realidade
externa e objeto de amor e reservatório da libido. Para Lacan, o eu é o núcleo
da instância imaginaria na fase chamada de estádio do espelho, entendendo que o
eu não pode reagir no lugar do isso, mas que o sujeito deve estar ali onde se
encontra o isso, determinado por ele, pelo significante.
O supereu é
conceito criado por Freud o qual mergulha suas raízes no isso e, de uma maneira
implacável exerce as funções de juiz e censor em relação ao eu.
PULSÃO – É o
termo empregado por Freud dentro de um conceito da doutrina psicanalista,
definido como a carga energética que se encontra na origem da atividade motora
do organismo e do funcionamento psíquico inconsciente do homem.
Para Lacan, a
pulsão é um dos quatro conceitos fundamentais da psicanálise, entretanto, ele
isola a elaboração freudiana de suas bases biológicas e insiste no caráter constante
do movimento da pulsão, um movimento arrítmico que a distingue de todas as
concepções funcionais. A abordagem lacaniana da pulsão increve-se numa
abordagem do inconsciente em termos de manifestação da falta e do não
realizado. Nessas condições, a pulsão é considerada na categoria do real,
sublinhando que o objeto da pulsão não pode ser assimilado a nenhum objeto
concreto. Para apreender a essência do funcionamento pulsional, é preciso
conceber o objeto como sendo da ordem de um oco, de um vazio, designado de
maneira abstrata e não representável. Assim, a pulsão é uma montagem,
caracterizada por uma descontinuidade e uma ausência de lógica racional,
mediante a qual, a sexualidade participa da vida psíquica, conformando-se à
hiância do inconsciente, ou seja, a pulsão é sempre parcial, adicionando dois
outros objetos pulsionais além das fezes e do seio: a voz e o olhar. E deu0lhes
um nome: objetos do desejo.
A pulsão sexual
é um impulso no qual a libido constitui a energia (diferente do instinto sexual
nem se reduzindo às atividades sexuais). Não existe da infância à puberdade,
assumindo a forma de um conjunto de pulsões parciais, ou seja, processo de
apoio em outras atividades somáticas. Ela pode encontrar sua unidade através da
satisfação genital e da função de procriação. Sua energia é de ordem libidinal
e estão dominadas pelo principio do prazer. A pulsão sexual possui quatro
destinos: a inversão, a reversão para a própria pessoa; o recalque; e a
sublimação.
As pulsões ou
de autoconservação estão a serviço do desenvolvimento psíquico pelo princípio
de realidade.
A pulsão de
morte é a tendência à agressão, caráter demoníaco, tendência destrutiva e
autodestrutyiva, com a finalidade de reconduzir o que está vivo ao estado
inorgânico. Ela se confronta com Eros – as pulsões de vida.
PRINCÍPIO DO
PRAZER – É um dos princípios que regem o funcionamento psíquico, com o objetivo
de proporcionar prazer e evitar o desprazer, sem entraves nem limites.
PRINCÍPIO DE
REALIDADE – É um dos princípios que regem o funcionamento psíquico, com o objetivo
de modificar o prazer, impondo-lhe as restrições necessárias à adaptação à
realidade externa.
RECALQUE – O recalque
para psicanálise designa o processo que visa a manter no inconsciente todas as
ideias e representações ligadas às pulsões e cuja realização, produtora de
prazwer, afetaria o equilíbrio do funcionamento psicológico do individuo,
transformando-se em fonte de desprazer. Freud, que modificou diversas vezes sua
definição e seu campo de ação, considera que o recalque é constitutivo do núcleo
original do inconsciente.
Na segunda
tópica, o recalque é ligado à parte inconsciente do eu. O recalcado funde-se
com o isso, só se separando pelas resistências do recalque.
CENSURA – É a
instância psíquica que proíbe que emerja na consciência um desejo de natureza
inconsciente e o faz aparecer sob forma travestida. É identificada com o
supereu, a instância que funciona como censor do eu.
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