QUEBRA
DE XANGÔ - Em Alagoas, não se sabe ao certo
quando se deu a instalação dos negros para essa região, sabendo-se, apenas, que
deu pela grande influência do cultivo de cana de açúcar, e o grande numero de
engenhos situados nessa região, por volta dos últimos anos do século XVI. Nesse
sentido, Machado (2013, p. 38) observa que a chegada dos negros ao Brasil e à
região pernambucana se deu após a introdução da cana de açúcar com a exigência
de mão-obra escrava. Tendo em vista que os índios caeté não se curvavam ao jugo
da escravização portuguesa, deu-se então o tráfico dos negros que foram
introduzido como escravos nas plantações canavieiras.
Para
Diégues Junior (1980, p. 27), admite-se que aparecimento dos negros, em
condições mais regulares se tenha processado com a fundação de engenhos;
entretanto não é de se desprezar a hipótese de que elementos negros tivessem
participado da bandeira exploradora de Jerônimo de Albuquerque, em 1557, o
qual, de certo, se teria feito acompanhar de escravos, e começaram os
contingentes negros a penetrar em Alagoas.
Em
ralação aos tipos étnicos de negros encontrados em Alagoas não se registro
algum a não ser de jornais acerca da compra e venda de negros, e ainda os
costumes e linguísticas que ainda hoje prevalece na capital do estado Maceió e
no interior. A esse respeito, assinala, pois, Diégues Junior (1980, p. 166)
que: A falta de documentação positiva
sobre os tipos étnicos encontrados, teremos de recorrer aos elementos
subsidiários que possam adiantar-nos alguma coisa pela linguística, isto é,
pelo vocabulário ainda hoje usado ou pelas denominações de pontos geográficos,
evidenciaremos o predomínio dos bantus. Como também pela referencia de
cronistas e viajantes dos séculos passados, e pelo folclore. A língua, através
da qual os negros influenciaram na dialetação alagoana, como na de todo o
nordeste, foi o dialeto quimbundo, considerado como uma espécie de língua geral
dos negros do norte e do sul, enquanto o nagô influiu na Bahia por intermédio
da cultura sudanesa, e o quimbundo é característica buntu, na nossa linguagem
popular encontraremos termos puramente quimbundos: calombo, inhame, capionga,
cangote, nanica. Nomes que se característica no nordeste: angu, bengo, bunda,
cafuné, cachimbo, e ainda os nomes mais existentes da cultura de cana de açúcar
entre nos vem do negro: bangüê,cachaça,canga,moleque, o da bagaceira, bagaço,
senzala, e nos próprios nomes dos engennhos, a influencia africana se revela:
Cumbe, Luango, Cafundó,Cassamba,Zumbi, Sanbalangá, Mumbaça. Com o processo
de crescimento da população e das cidades, foi aumentando cada vez mais os
numero de trabalhos desenvolvidos pelos negros, isso também se deu pela
migração do campo para cidade as mulheres negras eram cozinheiras, costureiras
lavadeiras babas, e até amas-de-leite. Os homens serviam como cocheiros,
carregadores de cadeirinhas, nisso foi aparecendo também os serviços prestados
com negros de ganhos que trabalhavam em ofícios para terceiros como; alfaiates,
ferreiros, carpinteiros, sapateiros, vendedores, barbeiros, cujos ganhos eram
repassados para seus proprietários, lembrando que os primeiros negros escravos
se destinavam especificamente a plantação de cana e a fabricação de açúcar. Para
a maioria dos proprietários de escravos negros somente admitia a morte como
única saída da escravidão, no entanto, a tão almeja liberdade pelos escravos
também poderia ocorrer de outras formas pelo próprio proprietário através de
testamento, ainda também os casos chamados “forros-na-pia”, em que os donos
promoviam a liberdade da criança no momento do batismo, quase sempre por
suspeita do pai ser alguém da família ou o próprio dono. A compra da própria
liberdade podia ocorrer nos casos em que se permitia o trabalho por conta
própria e este conseguia juntar e pagar o preço que lhe fora pago na sua
aquisição, na campanha pela abolição também foram sociedades de fundos
religiosos e políticos que se juntavam e colaboravam na libertação de escravos.
Entretanto, com legislação de abolição parcial de escravidão uma delas a lei de
ventre livre de 1871, atribuía liberdade aos filhos nascidos de mulheres
escravas.
Uma
outra que ficou conhecida foi a Lei dos Sexagenários de 1885, declarava livre
as pessoas com mais de sessenta e cinco anos que, no entanto para os escravos a
forma mais ágil de liberdade eram as fugas e as rebeliões e a formação de
quilombos. A existência de quilombos constituía uma grave ameaça para
continuidade da escravidão, os quilombos atrai novas fugas, privando os donos
de terras dos seus trabalhadores.
Houve
vários massacres na tentativa de desarticulação dos quilombos, esses quilombos
recebiam apoio dos escravos alforriados e de comerciantes que não tinham
compromisso com a escravidão.
O
Quilombo dos Palmares, um dos famosos do Brasil, acredita-se que durou cerca de
sessenta e sete anos, situado na Serra da Barriga, no município de União dos
Palmares. Era assim chamado por conta da muitas palmeiras que existiam na
região tinha como líder Zumbi, conhecido pela luta à liberdade dos negros
escravos. Pouco se sabe sobre a vida e das pessoas nesse local, apenas que
viviam nove comunidades espalhadas entre as matas e o local da sede principal
era a Serra da Barriga, hoje considerado patrimônio histórico do Brasil.
O
líder negro Zumbi foi consagrado herói nacional e o dia 20 de novembro a data
comemorativa da consciência negra no país. A esse respeito, anota Diégues
Junior (1980, p. 173): Palmares é uma
pagina que não se pode isolar na historia do Brasil, e em particular da das
Alagoas. Na luta pelo domínio da terra, o colonizador luso primeiro teve de
vencer o elemento indígena; depois o elemento negro concentrado em Palmares.
Entre um e outro, o luso-brasileiro enfrentou a invasão holandesa. Foi ensopado
de sangue que se adubou a terra para as plantações de cana-de-açúcar. Vem de
antes da invasão holandesa a formação do quilombo palmarino, não é possível
precisar o ano em que começou a formar-se; podemos entretanto admitir que data
de fins do século XVI ao ver de Inacio Acioli o quilombo se formou durante a
invasão holandesa a Pernambuco, afirmativa que tem encontrado acolhida por
parte de outros historiadores. Acrescenta cronista baiano que teve inicio com
quarenta escravos de vários engenhos da vila de Porto Calvo, por buscarem a
liberdade.
Constam
de registros históricos que em 1694, os palmarinos como eram chamados pelos
portugueses os negros que viviam em Palmares, foram vencidos na décima quarta
invasão organizada pelos portugueses Bernardo Vieira de Melo, Sebastião Dias e
Domingos Jorge Velho. Nesse embate, muitos negros foram mortos e outros
conseguiram fugir, entre eles zumbi que logo em seguida foi capturado e
entregue a André Furtado de Mendonça que arrancou sua cabeça para celebrar a
vitoria.
A
esse respeito declara Diégues Junior (1980, p. 183) que: [...] sobre ela e sobre outras entradas. A final,
principalmente, que foi a décima quarta luso-brasileira, quando, em 1964, os
palmarinos foram vencidos pela tríplice aliança: Bernardo Vieira de Melo,
Sebastião Dias e Domingos Jorge Velho.
Atacado em três pontos diferentes, os negros não puderam impedir a conquista do
reduto. Morreram muitos, escaparam outros, entre eles Zumbi, que dias depois
eram entregues, traiçoeiramente, a André Furtado de Mendonça, que lhe arrancou
a cabeça como prova da vitória completa sobre os bravos escravos do Palmares.
Vê-se, pois, que a destruição do Quilombo trouxe descanso e paz aos engenhos
alagoanos, e ainda, com o fim do Quilombo dos Palmares, aconteceu à expansão
negra no nordeste, com eles foram também a sua cultura e religiosidades, cada
um com sua característica.
Traz
Duarte (1974, p. 18) que: O afro-negro
espalhou-se pelo território alagoano desordenadamente, mas concentrou-se nos
palmares. Talvez fosse este o famigerado Quilombo dos Palmares, longo no tempo
e imenso na área geográfica, um exemplo de persistência da culturas Bantu. Verifica-se
que a influencia negra se instalou inicialmente nas partes periferias das
alagoas e em torno das lagoas mundaú e manguaba sendo essas um dois canais de
transporte para mercadorias e moradores,
Segundo
publicação da Uneal (2011, p. 1): [...] era
através das lagoas e de seus canais que trafegavam os moradores e os
comerciantes. Os que residiam nos municípios do Pilar, Marechal Deodoro e
adjacências nas águas da lagoa Mundau e Manguaba os habitantes e comerciantes
de Satuba, Santa Luzia do Norte e Coqueiro Seco. Desde que as populações se
assentaram ao redor de suas margens em uma época de estradas precárias, as lagoas
se tornaram a principal via de escoamento para o escambo e todos os tipos de
comercio. Alem do porto da levada, havia outros portos em Bom Parto, em
Bebedouro e no Pontal da Barra através dos quais se desenvolveram pequenas
vilas e povoados ao redor de Maceió. É nesse sentido que mesmo sendo o bairro
da levada uma região liminar aonde junto a comerciantes transitavam prostitutas
e marginais, até meados dos anos quarenta aquele bairro seria um expressivo
referencial da cidade. Ali havia a festa da levada, quando o canal se estendia
da lagoa até aquele bairro ficava repleto de canoas e dos moradores dos
arredores mais próximos: Satuba, Fernão Velho, Coqueiro Seco, etc.. Com
isso, se formava ainda com um tanto de receio e medo, mas se fortalecendo cada
dia mais a presença das culturas afros em alagoas, as danças, comidas trajes, e
a religião um pouco tímida por se tratar do povo Bantu (tipos em maioria de
negros que povoaram alagoas) tendo esse grupo de negros uma ausência de
essência religiosa, sofrendo ainda uma forte influencia da religião católica.
Assinala
Duarte (1974, p. 19) que: Dessa área dos
Palmares, principalmente, vieram os folks desses povos e continuados pelos seus
descendentes: o coco, a série dos folguedos temáticos do boi, os quilombos, a
dança dobúa, o bate coxa, etc... outras culturas afro-negras, como as guineano-sudanesas
islamiadas, nos deixaram traços ou marcas de sua existência( festa dos mortos e
noutras sobrevivências islâmicas,no Penedo[...]; sobrevivência de diversas
culturas se assinalam na festas tradicionais de Natal, ano bom e reis em
Maceió, Pilar, Alagoas, [...] Fernão Velho, São Miguel,Atalaia, Viçosa,
Camaragibe, etc... e ainda nos negros de ganho; nas suas negras quintandeiras e
vendedoras de tabuleiros de doce, peixe e mariscos cm alguidares e gamelas; nos
cultos negros-feitichistas (Xangôs) nos maracatus ( hoje extintos); nos folks
propriamente, dos engenhos (festas de botada ou moagem). Canções de
eito(vissungos) pagodes de negros, cantigas de almanjarras; nas cantigas lendas
e assombrações e mitos de canoeiros e barqueiros do São Francisco e da Zona dos
Canais e Lagoas (calunga); nas
comunidades religiosas com a tradição em São Benedito e N.S.do Rosário; nas
orquestras populares de couro( esqueta mulher e música de barbeiros). Varios
complexos culturais. Muitos complexos culturais. Com essas manifestações
culturais afrodescendentes, a qual vem se proliferando com o passar dos tempos,
principalmente na periferia de Maceió, tem sido justamente essas manifestações
são elas: coco de roda, bumba meu boi.
A
religião, contudo, sofreu um grande martírio no ano de 1912 com o chamado
“Quebra de Xangô”. Maceió contava com o numero de 12 terreiros de religiões de
Matrizes africanas, Xangô era como eram chamadas as casa de cultos de matrizes
africanas em Alagoas e Pernambuco, o governo na época Euclides Malta, o qual
permaneceu no governo durante dez anos, sendo acusado esse pelos seus
opositores de pratica de magia negra, e a tal fato lhe empregavam sua
permanência no governo.
Com relação ao episódio denominado de Quebra de Xangô, segundo
recolhido de Rafael (2013, p. 55),
Nunes (2013, p. 36), Luna (2013, p. 1), Barros (2013, p. 18) e Nascimento (2008, p. 55),
trata-se de um incidente ocorrido no dia 1º de fevereiro de 1912, em Maceió e
em localidades do interior alagoano. Foi um movimento promovido pela Liga dos
Republicanos Combatentes que era identificada como uma associação civil que, em
verdade, se tratava de uma milícia armada vinculada ao partido Republicano Democrata, no confronto entre a oposição e o governo
de Euclides Malta que havia se instalado no poder alagoano há mais de uma
década. Essa Liga promovia as acusações oposicionistas manifestadas por
simpáticos da candidatura de Clodoaldo Fonseca e Fernandes Lima para o Governo
de Alagoas, de que o poder de Euclides Malta e todo seu governo era mantido
pela utilização de feitiçarias de Xangô. A Liga era formada em sua maioria de
operários, sob a liderança do tenente reformado do Exército, veterano da guerra
de Canudos, Manoel Luiz da Paz.
Registra
Rafael (2013, p. 57) que a Liga em referência, desde a sua criação estava voltada
a espalhar o terror entre os partidários da causa maltista, logrando êxito em
suas investidas, chegando a atingir os redutos mais protegidos do Governo que
resultaram na deposição dos principais mandatários políticos, inclusive o
governador Euclides Malta. Para a Liga os terreiros davam continuidade ao poder
político então deposto. A relação entre o
governador Euclides malta e os terreiros de Xangô são denunciadas em periódicos
como Jornal de Alagoas, demonstrando a intolerância religiosa.
Assinala Nunes (2013, p. 39) que as
oligarquias mantiveram Euclides Malta, no governo alagoano por um período
específico de doze anos, sob a acusação deflagrada pela oposição de que se
mantinham no poder protegidos pelos orixás, por meio de bruxarias do xangô, especialmente
por Tia Marcelina, fundadora do candomblé e mais famosa de Alagoas. Assim, às vésperas das eleições a oposição lança diversos bordões, como
“Papa do xangô alagoano”, “Leba”, “Soba da Mata Grande”, como escárnio contra o
governante e os terreiros de xangô por ele prestigiado. Resultou tal iniciativa
em um
ato de violência cometido pela Liga que estava acompanhada por uma multidão de
enfurecidos, contra casas de culto afro-brasileiros, por meio de invasão de
terreiros de babalorixás e yalorixás, retirados à força dos templos com o ato
de exposição pública de paramentos, utensílios de culto e objetos sagrados
queimados, bem como com espancamento de religiosos e adeptos.
O
incidente do Quebra de Xangô, também denominado de Quebra-quebra e de Operação
Xangô, resultou na destruição de terreiros.
O
primeiro dos terreiros vitimados, segundo Rafael (2013, p. 61), foi o de Chico
Foguinho, cujos seguidores foram surpreendidos com a destruição e espancamento
no auge da cerimônia religiosa.
Outros
terreiros fora invadidos, conforme Duarte (1974, p. 72), incluindo o de Tia
Marcelina onde ocorreram espancamentos e destruições, entre outros.
A
consequência desse episódio levou à criação do Xangô rezado baixo entre as
práticas dos adeptos no culto aos Orixás. Outros procuraram outras plagas para
realizarem seus cultos, arribando de terras alagoanas. Segundo Luna (2013, p. 1),
ocorreram invasões, espancamentos e prisões aos praticantes de candomblé,
umbanda e outros cultos que durou até a madrugada de 2 de fevereiro, quando os mesmos
homenageavam as entidades de Oxum e Iemanjá. O citado Quebra provocou o
fechamento de vários terreiros e a dispersão de ialorixás e babalorixás para
outros Estados, migrando para Pernambuco, enquanto o incidente era tido para a
imprensa alagoana como um ato de limpeza. Os que ficaram em Maceió, continuaram
praticando os cultos em silêncio, sob intensa repressão e medo.
Registra
Rafael (2013, p. 66) que a ação da Liga era a de destruir os xangôs e os
objetos de culto, espancando participantes e expondo-os ao ridículo,
revestindo-se de um caráter particular num movimento de delinquência aliado a
uma certa contestação da ordem.
À época
da ocorrência do Quebra de Xangô, segundo Rafael (2013, p. 67) a Constituição
Federal então vigente garantia à prática de qualquer modalidade religiosa.
Entretanto, ocorriam averiguações policiais que redundavam em detenções que
seriam, na verdade represálias. Tal fato, conforme Rafael (2013, p. 69)
expressava a reverberação de punições ao que se considerava marginal desde os
tempos coloniais, mas que, a partir da República, com a sua regulamentação pelo
Estado, gerou um embate sobre a legitimidade do combate e da perseguição a
elas. Apreende-se com o fato, que havia uma perseguição tácita que era velada e
amparada por dispositivo legal tanto do Código Penal como da Constituição em
vigor. A esse respeito, menciona Martins (2012, p. 151) que a Constituição de 1824
estabelecia o catolicismo como religião oficial do Brasil e a única autorizada
a realizar eventos em público, ao mesmo tempo em que proibia a manifestação de
qualquer outra vertente religiosa. Em vista disso, era considerado crime
qualquer pratica de qualquer outra religião que não a Católica, fato esse que
redundou nas perseguições engajadas de Maceió, em 1912. Destaca, então, Ortiz
(1999, p. 122) que a ação policial nos terreiros das religiões
afro-brasileiros, não era um fenômeno ocorrido num determinado lugar, era, sim,
articulado em diversos estados brasileiros.
Registra
Rafael (2013, p. 71) que uma das singularidades que cercam o episódio do Quebra, está
relacionado ao fato de que, contrariamente a outros processos exemplares
verificados no país, desenvolvidos inclusive com a anuência do Estado e se
imiscuindo entre órgãos oficiais da Justiça, em Alagoas, a campanha fora
deflagrada pelo enfrentamento dos cultos afro-brasileiros por proposta de
combatentes que tencionavam com isso desmantelar as próprias instituições
oficiais alagoanas no período. Esse fato atinge determinantemente os cultos
afro-brasileiros em Alagoas, mas não de modo definitivo. Meses depois, o mesmo
veiculo jornalístico que noticiou o Quebra, também registro a existência de um
terreiro em Trapiche da Barra, uma das áreas mais afastadas da cidade realizando
cerimônias religiosas. Por consequência, no
dia 1º de fevereiro de 2012, o governador Teotônio Vilela Filho assinou no
final de um cortejo popular no centro da cidade, um pedido de perdão oficial do
Governo de Alagoas a todas as comunidades de terreiros alagoanas, pelas
atrocidades que marcaram o dia 1º de fevereiro de 1912.
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