A VIDA DE GEORGE KELLY (1905-1967)–
Nasceu numa fazenda no Kansas, Estados Unidos. Seus pais eram fundamentalistas
religiosos, fornecendo uma educação irregular, razão pela qual o seu futuro era
incerto: trabalhou como engenheiro e depois como professor lecionando oratória
e cursos de cidadania para imigrantes. Pos-graduou-se em sociologia educacional
e, anos depois, ganhou uma bolsa de estudos na Escócia e tornou-se bacharel em
educação, passando a interessar-se pela psicologia, pela qual doutorou-se
obtendo o seu Ph.D.
A TEORIA DO CONSTRUCTO PESSOAL – Trata da
descrição de personalidade em termos de processos cognitivos, defendendo que
todo ser humano é capaz de interpretar comportamentos e eventos utilizando-se
dessa compreensão para orientar o comportamento e prever o comportamento de
outras pessoas. Para ele, a interpretação dos eventos é mais importantes do que
os eventos propriamente ditos: as pessoas são formas de movimento impulsionadas
pelas próprias, nada nem ninguém faz o que efeito. As pessoas agem da mesma
forma que os cientistas: elaboram teorias e hipóteses, testam diante da
realidade por meio de experimentos e caso os resultados sustentem a teoria, ela
é mantida; se os dados não a sustentarem, ela terá de ser descartada ou
modificada e retestada.
Todo ser humano formula uma teoria
denominada de constructo pessoal, por meio do qual tenta-se prever e controlar
os eventos da vida e que para entender a personalidade de alguém é necessário
analisar seus constructos pessoais.
Um constructo é a maneira singular de um
individuo ver a vida, uma hipótese intelectual elaborada para explicar e
interpretar eventos. Assim sendo, são hipóteses elaboradas e utilizadas para
explicar os eventos da vida, sendo bipolares ou dicotômicos.
A capacidade de lidar com situações
novas, ou seja, a adaptabilidade a situações novas é denominada de
alternativismo construtivo, permitindo a visão de não há controle humano pelos
constructos e que, na verdade, todo ser humano é livre para revê-los ou
substituí-los por constructos alternativos. Assim sendo, o alternativismo
construtivo é a ideia que todo ser humano é livre para rever ou substituir seus
constructos por outros alternativos.
A base dessas ideias está no fato de os
processos psicológicos são dirigidos pelas maneiras que o ser humano antecipa
os eventos.
Os corolários da teoria do constructo
pessoal: construção, individualidade, organização, dicotomia, escolha,
extensão, experiência, modulação, fragmentação, similaridade e sociabilidade.
O corolário da construção se dá pelo fato
de os eventos repetidos serem semelhantes, pode-se prever ou antecipar como
será experimentado no futuro. Ou seja, semelhanças entre eventos repetidos.
O corolário da individualidade: as
pessoas compreendem os eventos de formas diferentes. Diferenças individuais na
interpretação dos eventos.
O corolário organização: a organização
dos constructos se dá por meio de padrões, de acordo com a visão de suas
semelhanças ou diferenças. As relações entre os constructos.
O corolário da dicotomia: os constructos
são bipolares. São duas alternativas mutuamente exclusivas: todos os
constructos são bipolares ou dicotômicos. É preciso que sejam assim para que se
possa antecipar os eventos corretamente.
O corolário da escolha: a escolha de cada
consctructo está na alternativa do que parecer melhor, aquela que permite
prever os resultados de enventos antecipados. A liberdade de escolha.
O corolário da extensão: os constructos
podem aplicar-se a muitas situações ou pessoas ou limitar-se a uma única pessoa
ou situação. A dimensão da conveniência: um grau de conveniciência ou
aplicabilidade limitada, ou seja, a dimensão ou grau de conveniência é o
espectro de eventos aos quais um constructo pode ser aplicado. Alguns são
relevantes para um numero limitado de pessoas ou situação, e outros são mais
amplos.
O corolário da experiência: testa-se
continuamente os constructos nas experiências da vida para certidão de que
permanecem válidos. Exposição a novas experiências.
O corolário da moludação: pode-se
modificar os constructos em função de novas experiências. Os constructos
diferente quanto à sua permeabilidade que é a ideia de que os constructos podem
ser revistos e ampliados à luz das novas experiências.
O corolário da fragmentação: pode-se às
vezes ter constructos subordinados contraditórios ou incoerentes na base do
sistema geral de constructos. A competição entre os constructos.
O corolário da similaridade: as pessoas
em grupos ou culturas compatíveis podem apresentar constructos semelhantes. Semelhanças
entre as pessoas na interpretação de eventos.
O corolário da sociabilidade: é a
tentativa de entender como as pessoas pensam e predizer o que farão e, conforme
for, modificar o comportamento. relações interpessoais: cada um assumo um papel
diferente com relação aos outros.
AVALIAÇÃO E PESQUISA – A técnica fundamental
de avaliação era a entrevista. Uma outra técnica utilizada para avaliar um
sistema de constructos é o esboço de autocaracterização, ou seja, técnica para
avaliar um sintoma de constructos de uma pessoa: como ela percebe a si mesma em
relação a outras pessoas.
O teste de repertorio do constructo de
papel (REP Teste) era utilizado para revelar os constructos empregados pelas
pessoas importantes da vida de cada um.
A terapia do papel fixo é a técnica psicoterapêutica
na qual o cliente representa constructos adequados a uma pessoa fictícia,
mostrando-se ao cliente com os novos constructos pode se tornar mais eficazes
que os antigos que ele utilizava.
A complexidade cognitiva é o estilo ou
modo de interpretar o ambiente caracterizado pela capacidade de perceber
diferenças entre as pessoas.
A simplicidade cognitiva é o estilo ou
modo de interpretar o ambiente caracterizado por uma relativa incapacidade de
enxergar diferenças entre as pessoas.
REFERÊNCIAS
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