terça-feira, 21 de outubro de 2014

A TEORIA CENTRADA NA PESSOA DE CARL ROGERS



CARL ROGERS – O psicólogo norte-americano Carl Ransom Rogers (1902-1987), é o criador da abordagem psicoterapeuta Terapia Centrada na Pessoa e elaborou uma teoria da personalidade com base em único fator motivacional semelhante ao conceito de autorrealização de Maslow, não resultando do estudo de pessoas emocionalmente saudáveis, mas da aplicação da sua teoria nos seus pacientes dos centros de aconselhamento da universidade.

A TEORIA CENTRADA NA PESSOA – Expressa a visão de Rogers sobre a personalidade humana e a coloca na responsabilidade pela melhora na pessoa ou no paciente, não no terapeuta, assumindo que as pessoas seriam capazes, consciente e racionalmente, de mudar os próprios pensamentos e comportamentos do indesejável para o desejável. Não acredita no individuo permanentemente reprimido por forças inconscientes ou por experiência da infância. Para ele, a personalidade é moldada pelo presente e pela maneira como o individuo percebe a circunstância. A maior força motivadora da personalidade é o impulso para a realização do self. Embora essa anciã pela autorrealização seja inata, pode ser incentivada ou reprimida por experiências da infância e por aprendizagem. Por isso, enfatizava a importância da relação entre mãe e filho por ela afetar o senso de self em evolução da criança. Se a mãe satisfaz a necessidade de amor do bebê, que ele chamou de atenção positiva – o amor incondicional da mãe pelo bebê -, ele provavelmente terá uma personalidade saudável. Se a mãe condiciona o amor pelo filho a um comportamento adequado (atenção positiva condicional), ele internalizará essa sua atitude e desenvolverá condições de valor. Nesse caso a criança se sentirá valorizada somente sob determinadas condições e tentará evitar comportamentos considerados reprováveis. Consequentemente, a noção de si mesma não se desenvolverá plenamente. A criança não será capaz de expressar todos os aspectos de si própria porque aprendeu que alguns desses comportamentos produzem rejeição. Desse modo, o principal requisito para o desenvolvimento da saúde psicológica é a atenção positiva incondicional na infância. A autorrealização consiste no mais alto nível da saúde psicológica, uma vez que as pessoas plenamente funcionais ou psicologicamente saudáveis apresentam características como mente aberta para aceitar qualquer tipo de experiência e de novidades, tendência a viver plenamente cada momento, capacidade para se orientar pelos próprios instintos e não pelas opiniões ou razões de outras pessoas, senso de liberdade em pensamento e ação, algo grau de criatividade e a necessidade continua de maximizar seu potencial. Ele descrevia as pessoas plenamente funcionais como sendo realizadas e não realizadas, para indicar que a evolução do self está em constante andamento. Essa ênfase está assentada na espontaneidade, na flexibilidade e na capacidade continua de crescimento.

O CAMPO DA EXPERIÊNCIA – Há um campo de experiência único para cada individuo, este campo de experiência ou campo fenomenal contém tudo o que se passa no organismo em qualquer momento e que está potencialmente disponível à consciência. Inclui eventos, percepções, sensações e impactos dos quais a pessoa não toma consciência, mas poderia tornar se focalizasse a atenção nesses estímulos. É um mundo privativo e pessoal que pode ou não corresponder à realidade objetiva. Dentro do campo de experiência está o self que é uma gestalt organizada e consistente num processo constante de formar-se e reformar-se à medida que as situações mudam. O sel ideal é o conjunto das características que o individuo mais gostaria de poder reclamar como descritivas de si mesmo. Assim como o self, ele é uma estrutura móvel e variável que passa por redefinição constantemente. A congruência é definida como o grau de exatidão entre a experiência da comunicação e a tomada de consciência. Ela se relaciona às discrepâncias entre experienciar e tomar consciência. A incongruência ocorre quando há diferença entre a tomada de consciência, a experiência e a comunicação desta, sendo definida como habilidade de perceber com precisão e ao mesmo tempo como inabilidade ou incapacidade de comunicação precisa. As forças positivas em direção à saúde e ao crescimento são naturais e inerentes ao organismo.  Uma vez que todos os indivíduos possuem a capacidade de experienciar e de se tornarem consciente de seus desajustamentos. Comportamentos ou atitudes que negam algum aspecto do self são chamados de condições de valor. A personalidade e a identidade são uma gestalt continua. O valor dos relacionamentos é de interesse central porque a interação com o outro capacita um individuo a descobrir, encobrir, experienciar ou encontrar seu self real de forma direta. O casamento é um relacionamento não usual, é potencialmente de longo prazo, intensivo e carrega dentro de si possibilidade de manutenção do crescimento e do desenvolvimento, seguindo as mesmas leis que mantêm a verdade dos grupos de encontro, da terapia e de outros relacionamentos: dedicação e compromisso; comunicação-expressão de sentimentos; não aceitação de papéis; e tornar-se um self separado. O individuo saudável toma consciência de suas emoções, sejam ou não expressas. Sentimentos negados à consciência distorcem a percepção de e a reação às experiências que os desencadearam. As três maneiras de conhecer, de verificar hipóteses acessíveis ao individuo psicologicamente maduro é o conhecimento subjetivo que é o discernimento entre amar e odiar, entender e apreciar uma pessoa, uma experiência ou um evento; o conhecimento objetivo é uma forma de testar hipóteses, especulações e conjeturas em relação a sistemas de referência externos; o conhecimento interpessoal ou conhecimento fenomenológico que é a essência da terapia centrada no cliente: uma prática da compreensão empática.

REFERÊNCIAS
ATKINSON, Richard; HILGARD, Ernest; ATKINSON, Rita; BEM, Daryl; HOEKSENA, Susan. Introdução à Psicologia. São Paulo: Cengage, 2011.
DAVIDOFF, Linda. Introdução à Psicologia. São Paulo: Pearson Makron Books, 2001.
FADIMAN, James; FRAGER, Robert. Teorias da personalidade. São Paulo: Harbra, 2002.
GAZZANIGA, Michael; HEATHERTON, Todd. Ciência psicológica: mente, cérebro e comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2005.
MORRIS, Charles; MAISTO, Alberto. Introdução à psicologia. São Paulo: Pretence Hall, 2004.
MYERS, David. Psicologia. Rio de Janeiro: LTC, 2006.
SCHULTZ, Duane; SCHULTZ, Sydney. Historia da psicologia moderna.São Paulo: Cengage Learning, 2012.

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