MÉTODO CIENTÍFICO - O presente
trabalho de pesquisa aborda a questão do “Método
Científico”, tendo em vista a importância da adoção metodológica para a
realização de estudos científicos. Pretende, pois, tratar acerca do método,
seus conceitos e peculiaridades, para evidenciar o aspecto metodológico no
estudo científico. Dessa forma, a partir de uma revisão da literatura efetuada
com base nos estudos realizados por Bacon (1979), Descartes (1973), Popper
(1975), Alves Mazzotii e Gewandsnajder (1998), Cervo e Bervian (1983), Caéffé (1996),
Vera (1983), Galliano (1986), Guedes (1997), Lakatos e Marcone (1987), Lucie
(1978), Ruiz (2002) e Severino (1996), dentre outros, procurar-se-á, portanto,
apresentar e analisar os formatos metodológicos desenvolvidos no exercício e
prática científica. Observar-se-á no presente trabalho a tipologia,
implicações, características e modalidades de métodos utilizados no fazer
científico, buscando apresentar de que forma o método conduz o saber e o
conhecimento na ciência, isto porque esta é o resultado de conclusões e estudos
de numerosas gerações de pesquisadores e que, em suas premissas, objetivos e
aplicações, ela reflete as preocupações da civilização de uma época, que impõem
circunstãcnias mais ou menos favoráveis ao seu desenvolvimento.
MÉTODO - A palavra método é
de origem grega e significa o conjunto de etapas realizadas ordenadamente na
investigação de fatos ou na busca da verdade. E buscando a conceituação do
método, Jolivet (1979, p. 71), traz a conceituação de que este: “É a ordem que
se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir um fim dado. E
tem como fim disciplinar o espírito, excluir de sua investigação o capricho e o
acaso, adaptar o esforço a empregar segundo as exigências do objeto, determinar
os meios de investigação e a ordem da pesquisa. Ele é fator de segurança e
economia, exigindo para ser fecundo, inteligência e talento”.
Já Guedes (1997), Severino
(1996) e Galliano (1986) entendem ser o método, em sentido amplo, o processo,
ou o conjunto de processos que permite conhecer determinada realidade, produzir
certo objeto ou desempenhar este ou aquele tipo de comportamento. Isto quer
dizer que o método é a ordem que se impõe aos diferentes processos necessários
para atingir um determinado resultado ou finalidade.
Guedes (1997, p. 124)
conceitua método como sendo "um conjunto de regras e procedimentos que
orienta o trabalho do pesquisa e confere aos seus resultados a confiabilidade
ou credibilidade científica", e isso quer dizer que a utilização de um
método confere uma veracidade quanto a apresentação de qualquer trabalho desenvolvido.
Na observação de
Alves-Mazzotti e Gewandsznajder (1998), baseada na classificação e terminologia
aristotélica, a noção de método está ligada à noção de trabalho pela implicação
e efetiva manipulação do trabalho de se conhecer e que, para ser produzido, não
se pode fazer de qualquer maneira, mas de um modo determinado e respeitando uma
técnica que desemboca num método. Isto quer dizer, portanto, que inseparável do
trabalho, o método responde a uma exigência de racionalização e de uma
adequação cada vez mais rigorosa entre os meios e os fins. Desta forma, a
verificação pela prática, de sua eficiência, tende a fazer do método objeto de
conhecimento específico que pode ser transmitido, independentemente das formas
de atividade ou de trabalho a que se aplica. Assim, considerado, o método é o
próprio trabalho humano, enquanto procura tornar-se cada vez mais racional, ou
então, a própria racionalidade desse trabalho que, ao manipular a realidade,
natural e humana, com o duplo propósito de conhecê-la e transformá-la, descobre
a racionalidade do mundo natural e a racionalidade do pensamento e da atividade
humana que, pelo trabalho, alcançam esse duplo objetivo. Verifica-se, assim,
que a elaboração do método não pode ser anterior ao descobrimento do objeto. Assim
sendo, o método é apenas um meio consistente de acesso a um dos objetivos do
sistema. E para melhor entendimento acerca do método, é conveniente, antes
abordar as distinções entre as diferentes formas de conhecimento.
O CONHECIMENTO - O
conhecimento, segundo Fourez (1995), Alves (2000), Lucie (1978) e Carvalho
(1997), torna-se elemento indispensável e premissa fundamental para a atividade
prática do homem, por revelar um conjunto de idéias e comportamentos pelos
quais ele assimilou a vivência da atividade e a expressão racional. O
conhecimento pode ser, segundo Aranha e Martins (1994), sensível, empírico e
científico.
O conhecimento sensível, segundo
Aranha e Martins (1994), é comum aos homens e aos animais, consiste na
apreensão dos objetos particulares pelos sentidos, visão, audição, olfato,
dentre outros. Este se limita ao particular, não constituindo experiência e
sendo apenas uma de suas condições de possibilidade.
Já o conhecimento empírico,
para Cervo e Bervian (1983), resulta de uma experiência que não é capaz de
justificar-se ou fundamentar-se, uma vez que empiria consiste em saber que as
coisas se passam de determinada maneira, sendo incapaz de dizer porque se
passam assim.
Por fim, o conhecimento
científico, segundo Jolivet (1979), caracteriza-se por ter como objeto não o
particular e o contingente, mas o universal e o necessário por ser sistemático
e, conseqüentemente, metódico. Com isso, o conhecimento só é científico na
medida em que constitui um sistema, uma unidade ou um todo lógico, no qual os
juízos se acham vinculados uns aos outros, pela coerência ou pela racionalidade
do método.
CIÊNCIA - Em relação à
ciência, para Severino (1996), o método desempenha duas funções indispensáveis,
sendo a primeira que consiste em tornar possível a obtenção dos conhecimentos
que, na ausência de método, seriam obtidos por acaso ou fortuitamente. Já a
segunda, em permitir a articulação ou ordenação desses conhecimentos em um
conjunto lógico ou sistemático que somente por isso merece o título de ciência.
Observa-se, com isso, que o método é um extraordinário instrumento de trabalho
que ajuda, mas não substitui por si só o talento do pesquisador, ou seja, não
basta que o indivíduo confie apenas na sua inteligência deve utilizar o método
para que possa construir algo que seja sustentável merecedor de atenção do seu
publico alvo.
Vê-se, com isso, que o método
científico, conforme Bastos (1995, p. :92), significa: “Processo sistemático de
aquisição de conhecimento que segue uma série de passos interdependentes que,
para efeitos didáticos, podem ser apresentados na seguinte ordem: definição do
problema (obstáculo ou pergunta que necessita de uma solu';cão); formulação das
hipóteses (explicações para o problema); raciocínio dedutivo (dedução de
implicações das hipóteses formuladas); coleta e análise de dados (observação,
teste e experimentação das implicações deduzidas das hipóteses - teste das
hipóteses); rejeição, ou não das hipóteses (análise dos resultados para
determinar se há evidências que rejeitam ou não as hipóteses)”. Assim sendo, o
método científico é um instrumento formado por um conjunto de procedimentos,
mediante os quais os problemas científicos são formulados e as hipóteses
científicas são examinadas.
RACIOCÍNIO - As técnicas de
raciocínio científico são basicamente duas: indução e dedução. E para
entendimento acerca do método científico, há que se levar em consideração que a
metodologia indutiva-dedutiva de Aristóteles (1979), via a investigação como
uma evolução de observações para princípios gerais e de volta às observações.
Ele afirmava que o cientista deveria induzir princípios explicativos a partir
dos fenômenos a serem implicados, e então deduzir proposições sobre tais
fenômenos das premissas que incluem aqueles princípios. Existem duas formas de
indução: a primeira consiste da simples enumeração e a segunda é uma intuição
direta daqueles princípios gerais que são exemplificados nos fenômenos. Para
Aristóteles (1979), o genuíno conhecimento científico tinha o status de verdade
necessária.
Já a proposta de Galileu (1978)
distingue entre dois estágios na avaliação das interpretações em Ciência. O
primeiro estágio consiste em demarcar as interpretações científicas das
não-científicas. o segundo estágio é para determinar a aceitabilidade daquelas
interpretações que se qualificam como científicas. A ênfase dominante nos seus
escritos é afirmativa em relação à necessidade da confirmação
experimental. Tais condições são as bases do método experimental
desenvolvido por Galileu (1978), discordando dos seguidores de Aristóteles
(1979), considerando que o conhecimento da essência intima das substancias
individuais deve ser substituído, como objetivo das investigações. Os
principais passos de seu método são: observação; análise; verificação;
generalização; confirmação. E conforme Jolivet (1979:72), “(...) se apóia nos
fatos da experiência. É o método das ciências da natureza, que partes dos fatos
e admitem apenas o critério da verificação dos fatos”. Este se aplica às
manifestações quantitativas e qualitativas pelas quais os objetos materiais e
seu comportamento se revelam. Ele se exerce pela observação dos aspectos e
comportamentos dos objetos em situações predeterminadas e controladas de modo a
exibir favoravelmente aquelas manifestações que a análise prévia indicou como
mais relevantes, pois são as experiências onde as observações se fazem através
dos sentidos ou dos seus desdobramentos e extensões, que constituem
instrumentos.
O raciocínio indutivo provém
da teoria da indução de Bancon (1979), contemporâneo de Galileu e também
crítico contra Aristóteles, considerava que o processo da abstração e o
silogismo, não propiciavam um conhecimento completo do universo e se opôs ao
emprego da indução completa por simples enumeração e assinala que é essencial a
observação e a experimentação dos fenômenos. Seus passos são: experimentação;
formulação de hipóteses; repetição; testagem das hipóteses; formulação de
generalização e leis. A teoria da indução, tal como exposta no Novum Organum, distingue inicialmente
experiência vaga e experiência
escriturada. A primeira compreende o conjunto de noções recolhidas pelo
observador quando opera ao acaso. A segunda abrange o conjunto de noções
acumuladas pelo investigador quando, tendo sido posto de sobreaviso por
determinado motivo, esse último tipo constitui o mais importante e o ponto de
partida para a constituição das tábuas
da investigação, núcleo de todo o método baconiano. Assim sendo, a
Indução, que dá-se com a observação e o registro de certos fatos ou fenômenos,
prossegue com sua análise, comparação e classificação, com que descobre uma
relação constante entre os objetos observados. Seu objetivo é chegar a
conclusões muito mais amplas do que premissas.
Para Guedes (1997:132), a "indução
é a propriedade lógica que possibilita a generalização de uma proposição a
partir de proposições particulares", ou seja, parte do geral para o
particular. Mediante isso vê-se que o método indutivo é um processo de
raciocínio de onde se parte de fatos particulares para chegar a uma conclusão
cujo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam .
Já o raciocínio dedutivo
advém do método dedutivo criado por Descartes (1973), afastando-se dos
processos indutivos. Para ele, chega–se à certeza, por intermédio da razão,
princípios absoluto do conhecimento humano, postulando quatro regras: evidência;
análise; síntese; enumeração. Para Jolivet (1979:75): “As regras cartesianas
são a análise deve ser completa e a síntese deve ser gradual”. Isto quer dizer
que a explicação significa a descoberta da semelhança, naquilo que, à primeira
vista parece dessemelhante: é o encontro da identidade na diferença. Assim, a
dedução é necessária à verdade da teoria, mas não é suficiente. Para que uma
teoria explique, é preciso que acrescente algo a nossas idéias esse algo seja
aceitável logicamente. Assim sendo, a dedução consiste em tirar uma verdade
particular de uma verdade geral na qual ela está implícita, podendo chegar a
conclusões falsas. Com isso, a dedução compõe-se dos seguintes elementos: uma
lei premissa geral, o fato que se quer verificar e um princípio racional que
norteia o pensamento e que se pode ser formulado assim: tudo que se afirma de
uma proposição geral, afirma-se igualmente das proposicões particulares que ela
encerra.
Para Guedes (1997: 135), a
dedução, "é o desdobramento lógico, atribuir ao particular as mesmas
propriedades na premissa", ou seja, do particular para o geral, através do
silogismo, que é o confronto das premissas para se chegar a uma conclusão. Entende-se,
pois, que conforme Descartes (1973), o papel da observação e do experimento é o
de fornecer conhecimento das condições em que os eventos de um certo tipo
ocorrem. Outro papel é o de sugerir hipóteses que especificam mecanismos
consistentes com as leis fundamentais. O valor de uma hipótese depende de seu
poder explicativo junto com as leis gerais. Elas eram, para Descartes, baseadas
em analogias em experiências do dia-a-dia.
O modelo conhecido como
método hipotético-dedutivo foi proposto por Popper (1975), defendendo o valor
do conhecimento racional, devido as teorias corresponder à realidade,
baseanbdo-se no esquema que vai das expectativas ou conhecimento prévio,
problema, conjecturas e falseamento.
Para Popper (1975) existem
três etapas para este método: o problema, uma situação que necessita ser
resolvida, cuja resposta não é dada de forma evidente, podendo ser de ordem
prática ou teórica; levantamento de hipóteses; conjeturas a respeito do
problema, levantamento dos vários aspectos do problema e as suas possíveis
relações, construção de inúmeras hipóteses reduzidas a níveis possíveis de
testabilidade; tentativa de falseamento, etapa em que se tenta falsear, por
todas as maneiras possíveis, as respostas apresentadas em formas de hipóteses,
tentativa de eliminação de erros, verificabilidade empírica. É conhecida como
pensamento neopositivista. Daí entender-se que a investigação científica se
inicia quando se descobre que os conhecimentos existentes, oriundo do senso
comum ou do corpo de conhecimentos existentes na ciência, são insuficientes
para explicar os problemas surgidos. O conhecimento prévio que se lança a um
problema pode ser tanto do conhecimento ordinário quanto do científico. Através
desses métodos se obtém enunciados, teorias, leis, que explicam as condições
que determinam a ocorrência dos fatos e dos fenômenos associados a um problema,
sendo possível fazer predições sobre esses fenômenos e construir um corpo de
novos enunciados, quiçá novas leis e teorias, fundamentados na verificação dessas
predições, e na correspondência desses enunciados com a realidade fenomenal. O
método científico permite a construção conceitual de imagens da realidade que
sejam verdadeiras e impessoais, passíveis de serem submetidas a testes de
falseabilidade.
Já para Guedes (1997, p. 124),
o método hipotético-dedutivo "é uma tentativa da eliminação das
dificuldades em produzir conhecimento verdadeiro através da lógica indutiva
(...) os fatos particulares são previamente escolhidos por uma determinada
compreensão do mundo (...) em conseguir falsear as hipóteses levantadas".
Assim sendo, conforme o autor, é uma tentativa de eliminação das dificuldades
em produzir conhecimento verdadeiro através da lógica indutiva. É uma crítica
ao método indutivo, pois defende que não se pode produzir conhecimento e tê-lo
como verdadeiro apenas catalogando fatos particulares e, por indução,
encontrando generalizações.
O método dialético, para
Guedes (1997, p.136), "é a tentativa da explicação do real na sua
dinamicidade", ou seja, apresentando o objeto, contrapondo-se, criticando
e observando a sua dinâmica. Assim sendo, é a tentativa de explicação do real
na sua dinamicidade. É a lógica do real e foi Hegel quem desenvolveu a sua
reflexão sob a ótica da possibilidade da mudança. A idéia passou a ser
privilegiada, pois Hegel acreditava que o verdadeiro conhecimento acontecia na
idéia. A dialética hegeliana é expressa tentando explicar o fenômeno da
mudança. A metodologia dialética possibilitou às ciências sociais um grande
desenvolvimento. Se a dialética é a lógica do real e se o real é multifacetado,
mutável, existiriam tantas dialéticas quantas fossem os fenômenos. Observa-se,
pois que o sistema científico está voltado para a total expressão do
conhecimento obtido acerca da estrutura e do comportamento de objeto, enquanto
que o método busca novos resultados, traçando os modos de movimento nos
sentidos destes resultados, integrando, num todo, o captado do mundo objetivo e
a clarividência humana do ulterior conhecimento e da transformação do objeto.
Outros métodos científicos alternativos
são encontrados, a exemplo do método histórico que, segundo Vera (1983), representa
o método científico por excelência, tendo em conta os fatos e as realidades,
desprendendo-se de todo elemento subjetivo, onde através da investigação de fatos,
hábitos e instituições do passado, tenta-se avaliar seu impacto na sociedade
contemporânea. Este método surgiu com o filósofo e folclorista alemão, Jakob
Grimm (1785-01863), que na opinião de Marconi e Lakatos (1987. p. 81) “(...) é
importante, na medida em que se faz o resgate histórico da evolução do
trabalho, do emprego e da ocupação, e se resgata também a história dos bancos
no decorrer do tempo”, pois consiste em investigar acontecimentos, processos e
instituições do passado, para verificar a sua influência na sociedade de hoje,
pois as instituições alcançaram sua forma atual através de alterações de suas
partes componentes, ao longo do tempo, influenciado pelo contexto cultural
particular de cada época. Consiste, pois, este método em investigar
acontecimentos, processo se instituições do passado para verificar sua
influencia na sociedade de hoje. Seu estudo, para uma melhor compreensão do
papel que atualmente desempenham na sociedade, deve remontar aos períodos de
sua firmação e de suas modificações.
O método comparativo, segundo
Vera (1983), é usado tanto para comparações de grupos no presente, no passado,
ou entre os existentes e os do passado, quanto entre sociedades de iguais ou de
diferentes estágios de desenvolvimentos.
O método monográfico, segundo
Kersher e Kersher (1999), Rey (1993), Silva e Menezes (2000) e Nunes (2000),
consiste no estudo de determinados indivíduos
profissões, condições, instituições, grupos ou comunidades, com a
finalidade de obter generalizações. A investigação deve examinar o tema
escolhido observando todos os fatores que o influenciaram e analisando – o em
todos os seus aspectos.
O método estatístico, segundo
Vera (1983) e Rey (1993), significa redução de fenômenos sociológicos,
políticos, econômicos, dentre outros. Os termos quantitativos e a manipulação
estatística que permitem comprovar as relações dos fenômenos entre si, e obter
generalizações sobre sua natureza. Por esta razão a estatística pode ser
considerada um método de experimentação e prova, pois é método de analise. Quer
dizer, para Guedes (1997), o método estatístico é o esforço metodológico para
oferecer uma compreensão probabilística dos fenômenos em estudo, expressando os
fenômenos em bases relativas e aplicado a qualquer ciência.
O método clínico, para Guedes
(1997), é a tentativa de compreender o fenômeno nos seus aspectos qualitativo,
estudando o desenvolvimento de um doente nos seus mais variados aspectos e o
desenvolvimento de uma performance cognitiva pela qualidade das respostas e não
pela quantidade.
O método psicométrico,
segundo Guedes (1997), estuda os fenômenos cognitivos através da medição das
respostas dadas pelo sujeito, é um método quantitativo muito usado em
psicologia.
Enfim, observa-se que o
método científico é de suma importância para o desenvolvimento de constatação
da verdade, evitando assim a dogmática e o sectarismo da verdade absoluta,
obsoleta e imutável.
Tendo-se, pois, realizado
presente trabalho de pesquisa onde foi possível adquirir informações
esclarecedoras acerca do método científico, notadamente por que parte do
princípio epistemológico e da forma como todos os conhecimentos são adquiridos
na formação empírica do indivíduo para a formação de um juízo científico,
explicitando a busca pelo questionamento dinâmico na condução de uma visão
idônea e independente, traduzindo a necessidade de se manter métodos na busca
incessante pela verdade. Principalmente nos tempos atuais onde se dão os confrontos
entre os dogmatismos religiosos, ideológicos ou nacionalistas frente a
observância científica que é independente, mesmo que seja sustentada e custeada
pelo poder e disso sempre necessite, mesmo assim, a ciência isenta o indivíduo
dos mitos, tabus e totens que transcorrem no seio da sociedade.
Esclareceu-se, pois, com o
presente trabalho que a introdução de um método torna eficiente e eficaz no
desenvolvimento do projeto ou trabalho científico, acarreta uma visão balizada
baseada nos alicerces disponíveis das ciências, da Filosofia, dentre outras. E
isto contribui substancialmente para a formação de trabalhos que devem conter
aspectos metodológicos para que se insira no contexto de uma obra científica,
capaz de traduzir-se numa colaboração efetiva à humanidade.
As técnicas e práticas usuais
ao método são substanciais ferramentas na consecução do trabalho que vise uma
formação acadêmica. Isto porque, conhecendo-se o método empregado na pesquisa,
aplicado convenientemente durante as investigações, fica evidenciada a
credibilidade ao resultado apresentado pelo pesquisador, através de um
procedimento epistemológico que significa estudar a forma como o homem se
relaciona com o mundo para construir o conhecimento. Conhecimento esse que deve
ser e estar isento de qualquer que seja a intervenção de crença ou
preconcebidas máximas absolutas, e levada apenas pela experimentação, pela
coleta de dados, pela análise de variáveis, pelo tratamento de todos os
componentes que se insinuam nas considerações, enquanto se dirimem as hipóteses
no levantamento de qualquer problemática dada.
Possuir um conhecimento
científico é hoje um paradigma de comportamento nas expressões e reproduções de
idéias que devem ser discutidas, sistematizadas, criticadas, alijadas,
suprimidas, renomeadas, até que se encontre um consenso satisfatório para a sua
aceitação, mesmo sob a desconfiança de que uma nova idéia pode sair do
recôndito para desmoroná-la à menor insinuação de confronto. A sistematização
da pesquisa leva a um conhecimento seguro, real e alicerçado na conclusão de
qualquer planejamento que se queira desenvolver ao longo dos estudos
universitários. E o postulante que se encontrar apto a desenvolver tal
sistematização, explorando os diversos métodos, elaborando os diversificados
esquemas, construindo uma múltipla observação do que já foi apresentado, com
certeza, poderá delinear o seu caminho consoante o estreitamento com a
realidade científica para transformar o mundo em local mais aprazível e mais
conseqüente para a vida.
REFERÊNCIAS
ALVES, Rubem. Filosofia da
Ciência: Introdução ao Jogo e suas Regras. São Paulo: Loyola, 2000.
ALVES-MAZOTTI, A. J.;
GEWANDSZNAJDER, F. O método nas ciências naturais e sociais: pesquisa
quantitativa e qualitativa. São Paulo: Pioneira, 1998.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda
e MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando. Introdução À Filosofia. São Paulo:
Moderna, 1994
ARISTÓTELES. Ética a
Nicômaco. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
BACON, Francis. Novum
organum. São Paul: Abril Cultural, 1979.
BASTOS, Lília da Rocha et
alli. Manual para elaboração de projetos e relatórios de pesquisas, teses,
dissertações e monografias. Rio de Janeiro: LTC, 1995.
CARVALHO, Maria Cecília M. Construindo o saber: técnica de metodologia
científica. Campinas/SP: Papirus, 1997.
CERVO, A L.; BERVIAN, P.A A
metodologia científica. São Paulo: McGraw-Hill, 1983.
CHAMPLIN, R.N. Enciclopédia
de Bíblia , Teologia e Filosofia. São Paulo: Candeia, 1995.
COÉFFÉ, Michel. Guia dos
métodos de estudo. São Paulo: Martins Fontes.1996.
DESCARTES, René. Discurso do
método. São Paulo: Abril, 1973.
FOUREZ, G. A construção das ciências introdução
à filosofia e à ética das ciências. São Paulo: UNESP, 1995.
GALILEI, Galileu. O
ensaiador. São Paulo: Abril, 1978.
GALLIANO, A. Guilherme. O
método científico e suas aplicações. In: O método científico: teoria e prática.
São Paulo: Harbra, 1986.
GIL, A C. Como elaborar
projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1987.
GUEDES, Enildo Marinho. Curso
de metodologia científica. Curitiba: HD Livros, 1997
JOLIVET, R. Curso de
Filosofia. Rio de Janeiro: Agir, 1979
KERSCHER, Maracy; KERSHER,
Silvio. Monografia como fazer. Rio de Janeiro: Thex, 1999.
KHUN, Thomas S. Posfácios.
In: A Estrutura da revoluções
científicas. São Paulo: Perspectiva, 1978.
LAKATOS, E.M. e MARCONI, M.A.
Metodologia do Trabalho Científico.
São Paulo: Atlas, 1987
LUCIE, P. A Gênese do Método Científico. Rio de
Janeiro: Campus, 1978.
NUNES, Luiz Antonio R. Manual
da monografia. São Paulo: Saraiva, 2000.
POPPER, K.R. A Lógica da Pesquisa Científica. São Paulo: Cultrix,
1975
REY, L. Planejar e redigir
trabalhos científicos. São Paulo: Edgard Blücher, 1993.
RUIZ, João Álvaro.
Metodologia Científica: Guia para eficiência nos estudos. São Paulo: Atlas,
2002.
SEVERINO, A J. Metodologia do
trabalho científico. São Paulo :Cortez , 1996.
SILVA, E. L.; MENEZES, E. M.
Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. Florianópolis: Laboratório
de Ensino a Distância da UFSC, 2000.
VERA, Asti. Metodologia da
pesquisa científica. Porto Alegre: Globo, 1983.