[...] O
conceito de estrutura inclui o da dualidade da estruturam, que se relaciona com
o caráter recorrente da vida social e expressa a mútua dependência da estrutura
e da ação. Por dualidade da estrutura quero dizer que as propriedades
estruturais dos sistemas sociais são tanto o meio como o resultado das praticas
que constituem tais sistemas. A teoria da estrutura assim formulada rejeita
qualquer diferenciação entre o sincrônico e o diacrônico. A identificação da estrutura
com aquilo que restringe também é rejeitada: a estrutura possibilita ao mesmo
tempo que restringe [...] De acordo
com esta concepção, as mesmas características estruturais participam no
individuo (ator) e no objeto (sociedade). A estrutura forma a pessoa e a sociedade
de maneira simultânea. [...]
ANTHONY GIDDENS - O sociólogo britânico
Anthony Giddens é considerado um dos teóricos mais importantes e influentes da
atualidade por conseguir consolidar uma visão da sociologia que explica o
comportamento das pessoas e o desenvolvimento das sociedades a partir da
relação entre as macroestruturas e as interações que acontecem nos
microssistemas, bem como de que as forças sociais determinam a vida individual,
resgata o papel dos atores na consolidação e mudança dessas macroescrutura. Tornou-se
importante filosofo social por ter sido pioneiro da Terceira Via e um dos
primeiros a tratar acerca da Globalização, centrando-se na reformulação da
teoria social e reexame da compreensão do desenvolvimento e da modernidade,
envolvendo temáticas diversas como a história do pensamento social, a estrutura
de classes, elites e poder, nações e nacionalismos, identidade pessoal e
social, a família, relações e sexualidade.
TEORIA DA ESTRUTURAÇÃO – Por essa teoria,
em ciências sociais são possíveis dois tipos de generalizações. As primeiras se
referem à previsibilidade da ação social pelo conhecimento que os atores
sociais têm das convenções sociais que regulam suas atividades. A noção de
ator é importante esquema e leva a uma diferença-chave na teoria entre
consciência prática e consciência teórica. Como atores sociais, conhece-se o
sentido das ações (consciência prática), embora não seja capaz de expor
verbalmente as razões (consciência teórica). Essa teoria social inclui a noção
de condições inadvertidas da ação, confeito que se refere aos fatores
inconscientes com influencia na ação, que operam à margem da compreensão que os
atores sociais têm dos motivos que guiam seus atos. O segundo tipo de
generalizações faz referencia às consequências não-intencionais da ação no sentido
de reprodução social, ou seja, à continuidade das instituições sociais,
distanciando-se dos cientistas naturais que explicam a ordem social como alheio
às ações dos indivíduos. O autor analisa as condições de reprodução do sistema
social, considerando que os agentes sociais, no curso de suas interações,
também podem mudar as práticas sociais anteriores, desenvolvendo pautas de
comportamento diferentes das manifestadas no passado. Por isso, a noção de
reprodução social tem um sentido contingente e histórico e, portanto, sujeito
às ações dos atores sociais. As condições inadvertidas da ação e as consequências
não-intencionais estão envolvidas na reprodução das instituições sociais. Os atores
sociais extraem de suas atividades e das dos outros um conhecimento que lhes
serve para orientar em suas ações (registro reflexivo); do mesmo modo, são
capazes de compreender seu sentido (intenções, razões), embora nem sempre
saibam expressá-lo verbalmente (racionalização da ação) e, finalmente, existem
desejos que guiam suas ações e dos quais não necessariamente são conscientes
(motivação para ação). Os outros dois aspectos-chaves da teoria são os espaço e
tempo. A vida social acontece em um lugar e em um espaço temporal, referindo-se
à contextualização da vida social para indicar o caráter situacional da
interação. A escola, como organização social, é um lugar onde os encontros se
realizam em uma estrutura física (dividida em regiões como são as salas de aula
ou as salas de pessoal) e temporal (começo e final das aulas).
REFERÊNCIAS
GIDDENS, Anthony. Em defesa da
sociologia. São Paulo: UNESP, 2001.
ÁLVARO, José Luis; GARRIDO, Alicia.
Psicologia social: perspectivas psicológicas e sociológicas. São Paulo:
McGraw-Hill, 2006.