sábado, 6 de junho de 2015

A TEORIA DA ESTRUTURAÇÃO DE ANTHONY GIDDENS


[...] O conceito de estrutura inclui o da dualidade da estruturam, que se relaciona com o caráter recorrente da vida social e expressa a mútua dependência da estrutura e da ação. Por dualidade da estrutura quero dizer que as propriedades estruturais dos sistemas sociais são tanto o meio como o resultado das praticas que constituem tais sistemas. A teoria da estrutura assim formulada rejeita qualquer diferenciação entre o sincrônico e o diacrônico. A identificação da estrutura com aquilo que restringe também é rejeitada: a estrutura possibilita ao mesmo tempo que restringe [...] De acordo com esta concepção, as mesmas características estruturais participam no individuo (ator) e no objeto (sociedade). A estrutura forma a pessoa e a sociedade de maneira simultânea. [...]

ANTHONY GIDDENS - O sociólogo britânico Anthony Giddens é considerado um dos teóricos mais importantes e influentes da atualidade por conseguir consolidar uma visão da sociologia que explica o comportamento das pessoas e o desenvolvimento das sociedades a partir da relação entre as macroestruturas e as interações que acontecem nos microssistemas, bem como de que as forças sociais determinam a vida individual, resgata o papel dos atores na consolidação e mudança dessas macroescrutura. Tornou-se importante filosofo social por ter sido pioneiro da Terceira Via e um dos primeiros a tratar acerca da Globalização, centrando-se na reformulação da teoria social e reexame da compreensão do desenvolvimento e da modernidade, envolvendo temáticas diversas como a história do pensamento social, a estrutura de classes, elites e poder, nações e nacionalismos, identidade pessoal e social, a família, relações e sexualidade.

TEORIA DA ESTRUTURAÇÃO – Por essa teoria, em ciências sociais são possíveis dois tipos de generalizações. As primeiras se referem à previsibilidade da ação social pelo conhecimento que os atores sociais têm das convenções sociais que regulam suas atividades. A noção de ator é importante esquema e leva a uma diferença-chave na teoria entre consciência prática e consciência teórica. Como atores sociais, conhece-se o sentido das ações (consciência prática), embora não seja capaz de expor verbalmente as razões (consciência teórica). Essa teoria social inclui a noção de condições inadvertidas da ação, confeito que se refere aos fatores inconscientes com influencia na ação, que operam à margem da compreensão que os atores sociais têm dos motivos que guiam seus atos. O segundo tipo de generalizações faz referencia às consequências não-intencionais da ação no sentido de reprodução social, ou seja, à continuidade das instituições sociais, distanciando-se dos cientistas naturais que explicam a ordem social como alheio às ações dos indivíduos. O autor analisa as condições de reprodução do sistema social, considerando que os agentes sociais, no curso de suas interações, também podem mudar as práticas sociais anteriores, desenvolvendo pautas de comportamento diferentes das manifestadas no passado. Por isso, a noção de reprodução social tem um sentido contingente e histórico e, portanto, sujeito às ações dos atores sociais. As condições inadvertidas da ação e as consequências não-intencionais estão envolvidas na reprodução das instituições sociais. Os atores sociais extraem de suas atividades e das dos outros um conhecimento que lhes serve para orientar em suas ações (registro reflexivo); do mesmo modo, são capazes de compreender seu sentido (intenções, razões), embora nem sempre saibam expressá-lo verbalmente (racionalização da ação) e, finalmente, existem desejos que guiam suas ações e dos quais não necessariamente são conscientes (motivação para ação). Os outros dois aspectos-chaves da teoria são os espaço e tempo. A vida social acontece em um lugar e em um espaço temporal, referindo-se à contextualização da vida social para indicar o caráter situacional da interação. A escola, como organização social, é um lugar onde os encontros se realizam em uma estrutura física (dividida em regiões como são as salas de aula ou as salas de pessoal) e temporal (começo e final das aulas).

REFERÊNCIAS
GIDDENS, Anthony. Em defesa da sociologia. São Paulo: UNESP, 2001.
ÁLVARO, José Luis; GARRIDO, Alicia. Psicologia social: perspectivas psicológicas e sociológicas. São Paulo: McGraw-Hill, 2006.


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