NORBERT ELIAS – As ideias do sociólogo alemão
Norbert Elias (1897-1990), foram responsáveis pelo desenvolvimento de uma
teoria social inovadora que alargou o campo dos estudos sociológicos e estão
voltadas à elucidação de processos sociais, da interação humana no âmbito da
sociedade, para a relação entre poder, comportamento, emoção e conhecimento na
História. A sua concepção de grandes redes sociais tem tido aplicação nas
sociedades ocidentais pós-modernas, por enfatizar a presença da ação individual
e a estrutura em vigor sobre o individuo.
SOCIOLOGIA FIGURATIVA – É teoria
sociológica que adota uma abordagem de caráter crítico, cujos conceitos
fundamentais foram construídos a partir da identificação das deficiências e
limitações de perspectivas teóricas consideradas clássicas pelas ciências
sociais, associadas, sobretudo, ao funcionalismo parsoniano e a certas versões
do estruturalismo. Preocupa-se com a relação entre o indivíduo e a sociedade,
analisando os processos sociais baseados nas necessidades do indivíduos na
construção de teias de interdependência que, por sua vez, originam
configurações como aldeia, família, cidade, estado, nações: "[...] a
complexidade de se investigar algumas configurações decorre do fato de que as
cadeias de interdependência são maiores e mais diferenciadas". Essas configurações
são denominadas de estruturas. A teoria da figuração articula o social e o
individual, as estruturas sociais e a subjetividade, o eu e o nós, a identidade
individual e a identidade coletiva. Parte do princípio de que a realidade
social não se contrapõe aos indivíduos, mas surge da interdependência de suas
ações. O autor concebe as ações individuais ou interpessoais no marco das
estruturas sociais que as possibilitam e ao mesmo tempo que limitam os cursos
de ações e interação possíveis. Assim, a ideia de figuração é semelhante à
ideia de totalidade dos psicólogos gestaltistas. A explicação do comportamento
só pode ser efetuada em relação às figurações que eles formam entre si e às interdependências
que os vinculam. Com isso, ele substitui o conceito de sistema da teoria
parsoniana pelo conceito dinâmico de figuração, em uma teoria social da ação
entendida como interdependência, semelhante ao conceito de ação recíproca de
George Simmel. Os problemas histórico-sociais, para Elias, não podem ser
explicados a partir das ações individuais nem das interações entre um ego e um
alter, entre um eu e um outro, mas como parte da complexa trama de interdependências
em que se desenvolvem as ações das pessoas. Por consequência, o autor torna inteligível
a ordem social que se vai constituindo em um período histórico como produto das
interações, vinculando as transformações sociais às mudanças na estrutura da
personalidade. Sua preocupação está voltada para o comportamento entendido em
relação a cada configuração de pessoas e em cada momento histórico. Assim, as
figurações são sempre formas de relação historicamente construídas.
REFERÊNCIAS
ÁLVARO, José Luis; GARRIDO, Alicia.
Psicologia social: perspectivas psicológicas e sociológicas. São Paulo:
McGraw-Hill, 2006.
BRANDÃO, Carlos da Fonseca. Norbert Elias: formação, educação e
emoções no processo de civilização. Petrópolis: Vozes, 2003.
LEÃO, Andréa Borges. Norbert Elias & e a educação. Belo
Horizonte: Autêntica, 2007.
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