HENRY DAVID THOREAU
(1817-1862)
[…] É
preciso mais do que a devoção de um dia para conhecer e tomar posse da riqueza
de um dia. [...] Na verdade, contemplar todo dia o nascer e o pôr do sol –
contemplar um fato universal – é tudo de que precisamos para nos manter
eternamente sãos.
OSCAR WILDE (1854-1900)
Só há uma
coisa pior que a injustiça: a justiça sem espada na mão. Quando o direito não é
a força, ele é um mal.
(Aforismos)
ALDOUS HUXLEY (1894-1963)
[...] Não
nos pertencemos mais do que nos pertence o que possuímos. Não fomos nós que nos
fizemos, não podemos ter domínio supremo sobre nós mesmo. Não somos nossos
senhores. Somos propriedade de Deus. Não é uma felicidade ver as coisas dessa
maneira? Há alguma felicidade ou algum conformo em considerar que nos
pertecemos? Os moços e os ricos podem pensar assim. Estes podem julgar ser uma
grande coisa fazer tudo á sua maneira, como supõem – não depender de ninguém,
não pensar em alguma coisa que não lhe este4ja ao alcance da vista, não se
preocupar com a gratidão contínua, a prece contínua, o dever de referir
continuamente à vontade de outro todos os seus atos. Mas à medida que o tempo,
eles, como todos os homens, verificarão que a independência não foi feita para
o homem, que ela é um estagio antinatural; pode satisfazer por um momento, mas
não nos leva com segurança até o fim...
(Admirável mundo novo)
ERIC FROMM (1900-1980)
[...] o
homem só pode realizar-se e ser feliz em ligação e solidariedade com seus
semelhantes.
(Análise do homem)
JEAN-PAUL SARTRE (1905-1980)
[...] Vale
a pena divertir-se um instante com os imbecis, dá-se corda, eles se erguem no
ar, enormes e leves como elefantes de borracha, puxa-se a corda e eles voltam,
flutuam a baixa altura, aturdidos, estupefatos, dançam a cada sacudidela do
barbante, com saltos desajeitados. Mas é preciso mudar constantemente de
imbecis, senão é a náusea. [...] quando a gente está bêbada dá-se ao luxo do
patético.
ÍTALO CALVINO (1923-1985)
[...] Com
um arrepio, afasto a ideia de que a prisão seja meu corpo mortal e a evasão que
me espera seja o distanciamento da alma, o inicio de uma vida ultraterrena.
[...] A conclusão a que levam todas essas histórias é que a vida de toda pessoa
é única, uniforme e compacta como um cobertor enfeltrado cujos fios não podem
ser separados.
(Se um viajante numa noite de inverno)
PAULO LEMINSKI (1944-1989)
Parece
mentira mas cheguei ao sétimo andar. A que ponto chegamos! Nessa velocidade, a
lembrança do décimo segundo andar parece apenas uma lembrança. A Física ensina
que os corpos têm sua queda acelerada à medida que se aproximam do destino. Não
vejo por que deveria ser diferente comigo. A lei da gravidade é a mais democrática
de todas. Rege, com idêntico rigor, gregos e troianos, joias e paralelepípedos,
impérios e pétalas de magnólia. Sete é conta de mentiroso. Ela me mentiu. Nada mais
fácil que mentir que se ama alguém. Basta dizer: eu te amo. Quem vai saber? Como
medir? Como provar? As palavras também estão sujeitas à lei da gravidade?
(Gozo fabuloso)
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Momento de Reflexão.