quarta-feira, 29 de abril de 2015

A PSICANÁLISE DE FREUD


A PSICANÁLISE DE FREUD – A psicanalise é um termo criado por Freud em 1896, para nomear um método particular de psicoterapia e tratamento pela fala, proveniente do processo catártico de Josef Breuer e pautado na exploração do inconsciente, com a ajuda da associação livre, por parte do paciente, e da interpretação, por parte do psicanalista.

INCONSCIENTE – Em psicanálise, o inconsciente é um lugar desconhecido pela consciência: uma outra cena.
Na primeira tópica elaborada por Freud, trata-se de uma instância ou um sistema constituído por conteúdos recalcados que escapam às outras instâncias, o pré-consciente e o consciente.
Na segunda tópica deixa de ser uma instância para servir para qualificar o “isso” e, em grande parte, o eu e o supereu (Id, ego e superego).
O inconsciente possui uma particularidade de ser ao mesmo tempo interno ao sujeito e a sua consciência, e externo a qualquer forma de dominação pelo pensamento consciente. O pensamento inconsciente foi então domesticado, quer para ser interpretado na razão, quer para ser rejeitado para a loucura.
Os conteúdos do inconsciente não são as pulsões como tais, pois estas nunca podem tornar-se conscientes, mas o que Freud denomina de representantes-representações, uma espécie de representações das pulsões, baseados em traços mnêmicos. Esses conteúdos, fantasias e roteiros em que as pulsões estão fixadas, buscam permanentemente descarregar-se de seus investimentos pulsionais, sob a forma de moções de desejo. Entre esses conteúdos inconscientes, as diferenças concernem apenas à natureza e a força do investimento pulsional.
Para Lacan, o insconsciente tinha a estrutura radical da linguagem, sendo, pois estruturado como uma linguagem, sendo a linguagem a condição do inconsciente. A ideia lacaniana de uma primazia da linguagem e do significante, repousa no dado primordial de que o individuo não aprende a falar, mas é instituído ou construído como sujeito pela linguagem.
O isso é um termo conceituado por Freud para designar uma das três instãncias da segunda tópica freudiana, ao lado do eu e do supereu. O isso é concebido como um conjunto de contepudos de natureza pulsional e de ordem inconsciente.
O eu é a sede da consciência e é o lugar de um sistema pulsional: as pulsões do eu ficam a serviço da autoconservação, incluindo as necessidades orgânicas primarias não sexuais. Com a teoria do narcisismo, o eu passa a ser mediador da realidade externa e objeto de amor e reservatório da libido. Para Lacan, o eu é o núcleo da instância imaginaria na fase chamada de estádio do espelho, entendendo que o eu não pode reagir no lugar do isso, mas que o sujeito deve estar ali onde se encontra o isso, determinado por ele, pelo significante.
O supereu é conceito criado por Freud o qual mergulha suas raízes no isso e, de uma maneira implacável exerce as funções de juiz e censor em relação ao eu.

PULSÃO – É o termo empregado por Freud dentro de um conceito da doutrina psicanalista, definido como a carga energética que se encontra na origem da atividade motora do organismo e do funcionamento psíquico inconsciente do homem.
Para Lacan, a pulsão é um dos quatro conceitos fundamentais da psicanálise, entretanto, ele isola a elaboração freudiana de suas bases biológicas e insiste no caráter constante do movimento da pulsão, um movimento arrítmico que a distingue de todas as concepções funcionais. A abordagem lacaniana da pulsão increve-se numa abordagem do inconsciente em termos de manifestação da falta e do não realizado. Nessas condições, a pulsão é considerada na categoria do real, sublinhando que o objeto da pulsão não pode ser assimilado a nenhum objeto concreto. Para apreender a essência do funcionamento pulsional, é preciso conceber o objeto como sendo da ordem de um oco, de um vazio, designado de maneira abstrata e não representável. Assim, a pulsão é uma montagem, caracterizada por uma descontinuidade e uma ausência de lógica racional, mediante a qual, a sexualidade participa da vida psíquica, conformando-se à hiância do inconsciente, ou seja, a pulsão é sempre parcial, adicionando dois outros objetos pulsionais além das fezes e do seio: a voz e o olhar. E deu0lhes um nome: objetos do desejo.
A pulsão sexual é um impulso no qual a libido constitui a energia (diferente do instinto sexual nem se reduzindo às atividades sexuais). Não existe da infância à puberdade, assumindo a forma de um conjunto de pulsões parciais, ou seja, processo de apoio em outras atividades somáticas. Ela pode encontrar sua unidade através da satisfação genital e da função de procriação. Sua energia é de ordem libidinal e estão dominadas pelo principio do prazer. A pulsão sexual possui quatro destinos: a inversão, a reversão para a própria pessoa; o recalque; e a sublimação.
As pulsões ou de autoconservação estão a serviço do desenvolvimento psíquico pelo princípio de realidade.
A pulsão de morte é a tendência à agressão, caráter demoníaco, tendência destrutiva e autodestrutyiva, com a finalidade de reconduzir o que está vivo ao estado inorgânico. Ela se confronta com Eros – as pulsões de vida.

PRINCÍPIO DO PRAZER – É um dos princípios que regem o funcionamento psíquico, com o objetivo de proporcionar prazer e evitar o desprazer, sem entraves nem limites.

PRINCÍPIO DE REALIDADE – É um dos princípios que regem o funcionamento psíquico, com o objetivo de modificar o prazer, impondo-lhe as restrições necessárias à adaptação à realidade externa.

RECALQUE – O recalque para psicanálise designa o processo que visa a manter no inconsciente todas as ideias e representações ligadas às pulsões e cuja realização, produtora de prazwer, afetaria o equilíbrio do funcionamento psicológico do individuo, transformando-se em fonte de desprazer. Freud, que modificou diversas vezes sua definição e seu campo de ação, considera que o recalque é constitutivo do núcleo original do inconsciente.
Na segunda tópica, o recalque é ligado à parte inconsciente do eu. O recalcado funde-se com o isso, só se separando pelas resistências do recalque.

CENSURA – É a instância psíquica que proíbe que emerja na consciência um desejo de natureza inconsciente e o faz aparecer sob forma travestida. É identificada com o supereu, a instância que funciona como censor do eu.

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