terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

OFICINA DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM EJA


OFICINA DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM EJA – A Amigos da Biblioteca (ABI) promoverá no próximo semestre de 2020, na Biblioteca Pública Fenelon Barreto, em Palmares – PE, a oficina de Práticas Pedagógicas em EJA, destinado a professores e público em geral. Inscrições abertas e gratuitas na biblioteca.
A OFICINA: a presente oficina faz parte do resultado de atividades realizadas em escolas, nos cursos de Pedagogia e Psicologia, nos estudos efetuados em pós-graduações tanto latu como stricto sensu dessas áreas, bem como de palestras e grupos de pesquisas acerca da temática da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Os grupos de pesquisa referenciados envolvem tanto graduandos como especialistas, mestres e doutores que produziram investigações que redundaram na publicação de uma série de artigos, monografias, dissertações de mestrado e tese de doutoramentos sobre o tema em questão, os quais se encontram elencados nas referências bibliográficas desta proposta. As atividades tiveram início nos anos 2000, na Fundação Bradesco, de Maceió –AL, sendo, ao longo dos anos, posteriormente levadas para escolas da rede pública alagoana e de diversos estados brasileiros, produzindo-se com o desenvolvimento dessas atividades, pesquisas que levassem em consideração a temática, suas atribuições e competências, inclusive a evasão e o seu combate. Assim sendo, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) se propõe a democratizar o ensino público para todos, por meio da Declaração Mundial Educação para todos, outorgada a nível internacional na Conferência Mundial realizada em Jonthien, na Tailândia, em 1990, a qual contou com a participação de parceiros importantes, tais como Organização das Nações Unidas (ONU), Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e Banco Mundial. Reunidos estavam para a efetivação de uma educação democrática. Nesse contexto, diferentes termos foram utilizados para nomear essa modalidade de ensino, dentre eles, Alfabetização de Adultos, Educação Rural, Educação Cooperativa, entre outras. No Brasil a terminologia EJA – Educação de Jovens e Adultos – definiu-se na Lei de Diretrizes e Bases - LDB nº 9.394/1996 -, apresentando a oferta de educação regular noturna para jovens e adultos, a qual compartilha a concepção de que os processos formativos desenvolvem-se no cotidiano familiar e social, não apenas no ambiente escolar. O Parecer nº. 11, de 1 de maio de 2000, do CNE, a Educação de Jovens e Adultos possui três funções sociais, sendo elas, a função reparadora, a equalizadora e a qualificadora. A função reparadora garante aos jovens e adultos o usufruto dos direitos civis, assim como o acesso a um bem social, nesse caso, uma escola. O principal objetivo desta proposta é ajudar na elaboração de diagnóstico e, possível prognóstico, buscando encontrar as principais causas sobre a evasão escolar e, evidentemente, procurar uma solução para tal evidência.
JUSTIFICATIVA: Justifica-se a realização do presente projeto tendo em vista o confronto com o problema que mais se mostrou preocupante: a evasão escolar. Por conta disso, tem-se efetuado caloroso debate entre os integrantes da comunidade escolar. Após várias discussões objetivando descobrir os motivos que levavam da taxa de evasão escolar, percebeu-se que um dos fatores que mais se destacava era o trabalho realizado em sala de aula, em virtude da visão que os docentes possuíam do currículo. O levantamento de diagnóstico de forma sistemática, levou às observações diárias das aulas ministradas pelos docentes no que se refere às estratégias utilizadas. Além disso, passaram à realização de reuniões pedagógicas com o objetivo de analisar o currículo, discutir os dados estatísticos sobre a evasão na escola a partir da comparação de dados de semestres anteriores, de modo a diagnosticar fatores internos e externos que poderiam explicar a alta taxa de evasão escolar. A proposta procura viabilizar uma nova reflexão sobre a elevação do índice de evasão escolar na EJA e, com isso, procurar possíveis soluções. Assim, propõe incluir a formação continuada dos docentes para alicerce às novas bases do currículo, de modo orientasse as práticas pedagógicas capazes de contemplar as necessidades dos alunos, aproximando a prática de sala de aula à vida dos mesmos. Desta forma, justifica-se a realização deste projeto por procurar contribuir para encontrar soluções efetivas para combate à evasão escolar em EJA.
OBJETIVOS: Geral: Desenvolver estratégias de ensino que favoreça a permanência do aluno no âmbito escolar em EJA. Específicos: Provocar o levantamento para diagnóstico do perfil dos professores e alunos em todas as turmas, de modo a conhecer as especificidades dos sujeitos da EJA; Discutir e elaborar diferentes estratégias pedagógicas para EJA, que considerem a relação entre escola, alunos, educação inclusiva e o mundo do trabalho; Ampliar o conhecimento prévio como meio e estratégia para construir e novos saberes, proporcionando a integração e troca de experiência entre os professores do EJA, seus alunos e comunidade, promovendo um processo de reavaliação ao processo de avaliação.
REFERENCIAL TEÓRICO: EVASÃO EM EJA - Para embasamento teórico do presente projeto, foi utilizado a Lei 9394/96 - Lei de Diretrizes e Base da Educação Brasileira (LDB), Conselho Nacional de Educação: Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), para discutir a estruturação e funcionamento da EJA, além de uma base teórica em autoridades pedagógicas, educadores, pedagogos, psicólogos e pesquisas realizadas por grupos de pesquisa do país, todas utilizadas para amparar a definição de estratégia pedagógica, no que refere-se à discussão da evasão escolar, e para melhor compreender o papel do da escola e do professor em EJA. Faz-se, portanto, conveniente observar que o artigo 205 da Constituição Federal de 1988, prevê que: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. A LDB regulamenta a previsão constitucional e o Parecer CEB nº 11/ 2000 que apresenta as Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA (BRASIL, 2000), chama atenção para a necessidade de se observar o perfil do aluno de EJA bem como suas reais situações, como princípio da organização do projeto pedagógico das escolas que atendem jovens e adultos. Assim, a situação escolar, a idade dos alunos e suas especificidades quanto ao trabalho, sexo, situação socioeconômica devem se constituir em fonte de pesquisa para que o fazer pedagógico atenda os princípios da equidade (igualdade de direitos e de oportunidades à educação), da diferença (reconhecimento da alteridade, valorização e desenvolvimento de seus conhecimentos e valores) e da proporcionalidade (adequação do currículo respeitando as necessidades do aluno adulto). Há que se levar em consideração que maior parte dos alunos da EJA são trabalhadores, que com sacrifício, vontade de vencer, obstinação na expectativa de melhorar suas condições de vida, optam, por frequentar cursos noturnos, muitas vezes sendo necessário acumular responsabilidades profissionais e domésticas, ou reduzir seu pouco tempo de lazer. Essas pessoas dominam com grande dificuldade a leitura e a escrita, afora outros óbices para acessar informações essenciais a uma inserção eficiente e autônoma em muitas das dimensões que caracterizam as sociedades contemporâneas. A maioria tem esperança de continuar os estudos, concluir o ensino fundamental, ter acesso a outros graus de ensino e a habilitações profissionais. É conveniente mencionar que os jovens e adultos já chegam à escola com alguns conhecimentos sobre o mundo letrado, que adquiriram em breves passagens pela escola ou na realização de atividades cotidianas. Em sua bagagem trazem conhecimentos adquiridos ao longo de histórias de vida as mais diversas. São de uma diversidade tanto profissional como informalmente desempenham suas funções de sustento e labor, mais jovens ou mais velhos. Trazem crenças, conhecimentos e valores já formados. No entanto, estes alunos chegam à escola temerosos, sentem-se ameaçados, muitas vezes têm vergonha de falar de si mesmos, de sua moradia, de suas experiências frustradas da infância, principalmente em relação à escola. Foi neste sentido que os artigos 37 e 38 da Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, da LDB e, mais especificamente, da EJA, estão destinados àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria, estabelecendo os sistemas de ensino que assegurarão gratuitamente aos jovens e adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, considerando as características do alunado, seus interesses, condições de vida e trabalho, mediante cursos e exames. Esses sistemas de ensino, regulam os referidos artigos da lei, manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular (BRASIL, 2000). Com isso, tenta-se atender as exigências educativas da sociedade contemporânea que são crescentes e estão relacionadas a diferentes dimensões da vida das pessoas, tais como ao trabalho, à participação social e política, à vida familiar e comunitária, às oportunidades de lazer e desenvolvimento cultural (BRASIL, 2001). Assim sendo, observa Kuenzer (2000, p. 40), que a devida importância do papel da educação, se faz necessário voltar-se para uma formação na qual os educandos trabalhadores possam: "aprender, refletir criticamente; agir com responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e da vida coletiva; comportar-se de forma solidária; acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais; enfrentar problemas novos construindo soluções originais com agilidade e rapidez, a partir da utilização de métodos adequados aos conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-históricos".
A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – EJA: Em conformidade com a Unesco (2000), a EJA representa uma possibilidade de efetivar um caminho de desenvolvimento a todas as pessoas, de todas as idades, permitindo que jovens e adultos atualizem seus conhecimentos, mostrem habilidades, troquem experiências e tenham acesso a novas formas de trabalho e cultura. Neste sentido, Leite (2017) e Rodrigues e Dantas (2018), a EJA é uma modalidade de ensino com a finalidade específica em receber jovens e adultos que, por alguma razão, não tiveram a oportunidade de concluir os estudos nos anos da Educação Básica em idade apropriada. Além dessa finalidade, a EJA objetiva promover a inclusão social e a inserção no mercado de trabalho de jovens e adultos, resgatando a sua identidade escolar. Os estudantes da EJA têm a necessidade de cultivar a sua autoestima e a motivação do público da EJA vem da construção do conhecimento através da prática da educação popular, conscientizando-os através das práticas pedagógicas usadas para a libertação e caráter crítico, social e individual de cada sujeito. Observam Gagno e Portela (2013) que a garantia de acesso e permanência com sucesso para estudantes de EJA deve ser o objetivo de toda a sociedade, e isso só será possível na medida em que as diferenças forem respeitadas. Para avançar na perspectiva de um direito efetivado é preciso superar a longa história de paralelismo, dualidade e preconceito que permeou a sociedade brasileira e as políticas educacionais para a EJA. Neste sentido, consoante a colaboração recíproca e a gestão democrática, a avaliação necessária das políticas implica uma atualização permanente em clima de dialogo com diferentes interlocutores institucionais compromissados com a EJA, em conformidade com o Parecer CNE/CEB 11/2000. No dizer de Simões (2017) a EJA tem se constituído como lugar social e historicamente reservado aos setores populares. Assim, os alunos, na maioria das vezes, são trabalhadores, pobres, subempregados, oprimidos, excluídos, e reconhecidos como classe social dominada, cuja reprodução da hierarquia social é legitimada na hierarquia escolar. Assim sendo, na expressão de Kuenzer (2000, p. 40), considera-se que a EJA, enquanto modalidade educacional que atende a educandos-trabalhadores, tem como finalidade e objetivos o compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral, de modo a que os educandos venham a participar política e produtivamente das relações sociais, com comportamento ético e compromisso político, através do desenvolvimento da autonomia intelectual e moral. Tendo em vista este papel, a educação deve voltar-se para uma formação na qual os educandos-trabalhadores possam: aprender permanentemente, refletir criticamente; agir com responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e da vida coletiva; comportar-se de forma solidária; acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais; enfrentar problemas novos construindo soluções originais com agilidade e rapidez, a partir da utilização metodologicamente adequada de conhecimentos científicos, tecnológicos e sóciohistóricos.
EVASÃO EM EJA: A evasão escolar, no dizer de Laibida e Pryjma (2013) e Lacet et al (2017), é vista como uma séria problemática ocasionada por diversos fatores internos ou externos à escola. Contudo a evasão escolar não deve ser vista exclusivamente como fracasso para o aluno, mas também como fracasso da própria instituição de ensino, que reiteradas vezes não alcança seus objetivos, especialmente no que se refere à produtividade do estudante. Destaca Simões (2017) que o problema da evasão escolar possui raízes históricas, contexto no qual a EJA é marcada por diversas políticas impostas pelas elites, por meio de sucessivas intervenções do governo mudando o sistema escolar, sem resultar, necessariamente, em qualidade de ensino. Diversas razões de ordem social e principalmente econômica concorrem para a evasão escolar neste cenário. Contudo, o Estado parece não estar atento a essas questões e as medidas que adota são bastante distanciadas das reais necessidades dos alunos dessa modalidade. Em conformidade com Simões (2017), o fenômeno da evasão escolar na modalidade EJA, tem sido observado há vários anos e tem desafiado a compreensão dos educadores das escolas que ofertam essa modalidade de ensino. Os altos índices de abandono dos alunos chamam a atenção e impressionam com frequência, pois, em muitas salas de EJA, o número de alunos evadidos a cada semestre chega a ser superior ao número de alunos aprovados e tem servido como pretexto para o fechamento de muitas classes.
CAUSAS DA EVASÃO EM EJA: São vários os fatores que ocasionam a evasão escolar na EJA, como o cansaço devido à maioria dos estudantes serem trabalhadores, a instabilidade familiar, baixa autoestima e desmotivação. As causas, segundo estudos realizados por Simões (2017), estão nas dificuldades enfrentadas pela escolarização tardia dos sujeitos da EJA, que envolvem desde condições organizacionais e estruturais da escola até a rotina de vida dos alunos, todos contribuem para a evasão. Muitos discentes apresentam experiências de vida e realidade social, como dificuldade de aprendizagem, cansaço físico, conflitos com os familiares e colegas, estrutura precária e dificuldade de conciliar tempo de estudo e trabalho, que não lhes permitem encontrar significado na rotina escolar. Compreende-se que, dentre as diversas razões consideradas como influentes no processo de evasão, as escolas devem estar atentas, em especial, à responsabilidade pelas questões intraescolares, pois se configuram como fatores sobre os quais as instituições de ensino são efetivamente capazes de agir. A escola tem expressiva influência no fenômeno, o que exige que essa instituição assuma uma tomada de posição mais ativa diante do desafio de reduzir a evasão na modalidade EJA. Silva e Carvalho (2015) assinalam que turmas com um número elevado de evasão, devido a diversos fatores com trabalho, família, desmotivação causa por várias situações, desde a prática pedagógica do professor que não compreende a dinâmica das turmas noturnas. Reitera Simões (2017) que também a escola pode estar inadequada para atender estes sujeitos em suas diversidades e a falta de atenção a tais especificidades gera fracassos que acabam por desestimular os sujeitos, levando-os a desistirem da escola. Assim, a escola, em sua variedade de aspectos, tais como o currículo, a gestão escolar, as avaliações e a organização do trabalho pedagógico, entre outros, precisa analisar, com profundidade, a relação de suas práticas com o fenômeno da evasão.
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS: DIAGNÓSTICO/PROGNÓSTICO & EVASÃO EM EJA: Há que se levar em consideração que, conforme Cardoso e Estrada (2013), a EJA exige uma inclusão que tome por base o reconhecimento do jovem adulto como sujeito. Dessa forma, é importante observar que a característica principal do educador da EJA é reconhecer no educando o sujeito histórico-cultural, com conhecimentos e experiências acumuladas em situações socialmente diferenciadas e a partir daí considerar o diálogo entre as diversas culturas e saberes, exigindo maior desempenho do professor. Perceber também que trabalhar com essa modalidade de ensino requer flexibilização, levando-se em conta suas especificidades. Expressa Simões (2017) que os problemas constatados na EJA podem estar relacionados com os perfis dos jovens, caracterizados por suas especificidades, o que exige uma reconfiguração da escola para atendimento desse público. Arroyo (2006) destaca que, para configurar a EJA, deve-se conhecer quem são os seus sujeitos, no sentido de adequar a escola frente às necessidades de uma educação diferenciada. Para o pesquisador, o ponto de partida é perguntar quem são esses jovens e adultos. É preciso compreender como eles vivenciam o processo educativo, buscando entender as razões e motivações que levam esses alunos a abandonarem ou retornarem à escola.
BUSCANDO SOLUÇÕES PARA EVASÃO: Observam Silva e Carvalho (2015) que a sala de aula pode reverter as dificuldades e promover em parceria entre educador e educando um espaço de inovação, acolhimento e libertação. Cabe ao educador a tarefa de orientar, mediar, conversar, conhecer o aluno e, com eles criar alternativas pedagógicas que permitam conhecer e até “viver a vida [pedagógica] do aluno junto com ele”, utilizando dessa relação como subsídio no momento da aprendizagem seja qual for a modalidade ou etapa de ensino: na educação infantil, EJA, no ensino fundamental, médio ou superior. O/a professor/a apresentar uma metodologia dinâmica, onde o diálogo com os alunos ampliem nas suas práticas experiências interdisciplinares, de modo que a aprendizagem permita uma riqueza de cultura e conhecimentos. Necessidade de um trabalho efetivo na promoção de formação de professores para a EJA, que se analisem as políticas públicas existentes para a modalidade, que se promovam movimentos como os Fóruns para que todos os envolvidos como professores e alunos tenham vez e voz sobre as reais necessidades de melhoria da modalidade, entendendo o estudante como o principal componente desse grupo e que é nele, ser singular, que estão as respostas para a melhoria da EJA. Enfatiza Oliveira (2009) que a reflexão e o debate são importantes elementos para que a escola possa repensar as suas práticas pedagógicas, considerando a diversidade e as demandas dos sujeitos, ofertando um ensino de qualidade e contribuindo para a permanência dos alunos na EJA. Para Moço et al (2015), as ações adequadas para combate a evasão na EJA devem ser definidas a partir do uso de variadas linguagens (relacionadas com a arte e a cultura, como música, teatro, cordel, etc.), reorganização do tempo (cronograma ajustado à disponibilidade dos alunos), currículo contextualizado (com maior significado à aprendizagem, ao associar temas do cotidiano às disciplinas), articulações para parcerias com empresas (públicas e privadas para facilitar o acesso dos alunos à escola, evitando atrasos), atendimento aos filhos (infraestrutura para recepção, evitando a falta), atendimento individual (plano de estudos personalizados respeitando o ritmo de cada um), acolhimento e merenda. Mediante isso, Cardoso e Estrada (2013) expressam que a EJA deve constituir-se de uma estrutura flexível, pois há um tempo diferenciado de aprendizagem e não um tempo único para todos os educandos, bem como os mesmos possuem diferentes possibilidades e condições de reinserção nos processos educativos formais; o tempo que o educando jovem, adulto e idoso permanecerá no processo educativo tem valor próprio e significativo, assim sendo à escola cabe superar um ensino de caráter enciclopédico, centrado mais na quantidade de informações do que na relação qualitativa com o conhecimento; os conteúdos específicos de cada disciplina deverão estar articulados à realidade, considerando sua dimensão sócio-histórica, vinculada ao mundo do trabalho, à ciência, às novas tecnologias, dentre outros; a escola é um dos espaços em que os educandos desenvolvem a capacidade de pensar, ler, interpretar e reinventar o seu mundo, por meio da atividade reflexiva. Nessa perspectiva, Dourado et al (2015) dá total relevância para integração, todos: gestão, professores e alunos se sentem como parte integrante do processo, o que tem refletido diretamente na vida de cada um, assim os educandos, educadores, gestores e comunidade tenderam a ser cada vez mais responsáveis e autores de seu próprio conhecimento. Nesse sentido, sugere a organização do fazer pedagógico a partir da observação e interesse dos alunos e das necessidades de aprendizagem tanto individual como de grupos, modificando o modo de ensinar. Nas reuniões pedagógicas, deve-se procura contar com a participação da equipe gestora e dos docentes, bem como a participação da Semed, se possível. Assim, todas as ações devem estar voltadas para a construção do diagnóstico do índice de evasão, observação da reestruturação e planejamento curricular, ações estratégicas, avaliações bimestrais, formação continuada dos professores, encontros motivacionais, momentos da família dos alunos, avaliações e reavaliações, procurando um prognóstico e, evidentemente, solução para o problema de evasão nas turmas de EJA. Tudo isso, partindo do princípio de que a TV, o vídeo, as revistas em quadrinhos, o jornal, o teatro, a música, o cordel e outras tantas ferramentas disponíveis, que já são conhecidas pelos alunos e que, muitas vezes eles não têm acesso e pelo fato destes recursos proporcionarem uma forma diferente, dinâmica, e prazerosa de estudar, estimulando a aquisição de conhecimentos, e possam ser utilizados na prática educativa. É primordial que o professor saiba utilizá-los de forma a construir um conhecimento rico e esclarecedor. Os recursos sejam tecnológicos ou artísticos, poderão ser aplicados durante as aulas na produção de texto orais e escritos, a partir de imagens, de filmes, de comerciais de TV, de histórias narradas, de manchetes de jornal, dentre outras tantas e possíveis instrumentações que poderão ser aproveitadas na sala de aula para melhor desenvolver o processo de aprendizagem em jovens e adultos.
REFERÊNCIAS
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