sábado, 15 de fevereiro de 2014

MOMENTOS DE REFLEXÃO – BRUNO, GALILEI, ORTEGA E GASSET, STUART MILL, LUKÁCS.


“[...] existe um campo infinito e um espaço continente que compreende e penetra tudo. Nele se encontram infinitos corpos semelhantes, não estando nenhum deles mais no centro do universo que os outros, porque o universo é infinito e, portanto, sem centro e sem margens”
(Giordano Bruno, Sobre o infinito, o universo e os mundos).

“Homens sábios e judiciosos, quando veem as várias formas e cores dos objetos não se satisfazem, como a multidão ignara, no mero prazer que a visão proporciona, mas apenas investigando por detrás a mútua propriedade e proporção destes atributos incidentais e, da mesma forma, suas propriedades e natureza”
(Vincenzo Galileu, Diálogo da música antiga e moderna)

 “Afirmam os sábios que é um grande mal ficar enganado, eu, pelo contrário, afirmo que não ficar é o pior de todos os males. É uma extravagância sem limites desejar que a felicidade do homem resida na realidade das coisas, quando esta ventura depende tão-somente da opinião que se tem dela [...] Os homens, finalmente, desejam ser iludidos e estão sempre dispostos a abandonar o verdadeiro pelo falso”.
(Erasmo de Roterdam, Elogio da loucura)

“A natureza humana não é máquina que se possa construir conforme um modelo qualquer, regulando-se para executar exatamente a tarefa que se lhe prescrever, mas uma árvore, que precisa crescer e desenvolver-se de todos os lados, de acordo com a tendência de forças interiores que o fazem um ser vivo”.
(Stuart Mill, Da liberdade).

“Felizes os tempos que podem ler no céu estrelado o mapa das vias que lhe são abertas e que eles devem percorrer. Felizes os tempos cujas vias estão iluminadas pela luz das estrelas. Para eles tudo é novo e, no entanto, familiar; tudo significa aventura e entretanto tudo lhes pertence. O mundo é vasto e nele, contudo, encontram-se à vontade, pois o fogo que arde nas almas é da mesma natureza do das estrelas. O mundo e o eu, a luz e o fogo distinguem-se nitidamente e, apesar disso, nunca se tornam definitivamente estranhos um ao outro, pois o fogo é a alma de toda luz e todo o fogo se reveste de luz. Assim, não há nenhum ato que não adquira plena significação e que não se complete nesta dualidade: perfeito em seu sentido e perfeito para os sentidos” 
(George Lukács, Teoria do Romance).