sábado, 14 de junho de 2014

FORMULAÇÃO DA HIPÓTESE



FORMULAÇÃO DA HIPÓTESE – Depois de escolher e delimitar o tema de pesquisa e formular o problema de pesquisa, é chegada a hora de formular a hipótese de estudo.

Para Vera (1983), a hipótese é um enunciado geral que precisa ser verificado e validado, ou melhor, confirmado ou refutado.  Por isso, as hipóteses confirmadas tornam-se leis que constituem um sistema teórico.

A hipótese, conforme Vergara (2007), é uma suposição ou antecipação da resposta ao problema, ou seja: uma afirmação. A investigação será feita para confirmá-la ou refutá-la. Essa hipótese é usada geralmente em estudos positivistas ou neopositivista, implicando testagem de relações via procedimentos estatísticos.

Segundo Triviños (1987), a hipótese surge após a formulação do problema, uma vez que ela envolve uma possível verdade ou resposta ou resultado provável, apoiada numa teoria. Essa hipótese pertence geralmente aos estudos experimentais, muito embora, seja aceita noutros tipos de estudo, funcionando como foco norteador. Para tanto, o autor assinala as condições essenciais para a correta formulação das hipóteses: devem ser expressa numa linguagem clara, ser específica, ter apoio de uma teoria, possuir dimensão geral, ser proposta favorável à interrogativa colocada pelo investigar e seus termos devem possuir a qualidade de ser verificada empiricamente,

Observa Creswell (2007) as condições para a formulação da hipótese nos estudos quantitativos, qualitativos e mistos.

Na pesquisa quantitativa, segundo Creswell (2007) as hipóteses funcionar para moldar e focar especificamente o objetivo do estudo, por serem as previsões que o pesquisador faz sobre a relação entre as variáveis, sendo, portanto, estimativas numéricas de valores da população baseados em dados coletados em amostras. O teste de hipóteses emprega procedimentos estatísticos nos quais o investigador faz inferências sobe a população a partir de uma amostra de estudo. Elas são usadas em experimentos nos quais os investigadores comparam grupos. Em vista disso, possui diretrizes que incluem o uso de variáveis dependentes e independentes, além de uma forma rigorosa. Elas podem ser nula ou alternativa. A hipótese nula representa o método tradicional de redigir hipóteses fazendo uma previsão de que na população total não existe relação ou diferença entre os grupos. Já a hipótese alternativa o investigador faz uma previsão sobre o resultado esperado para a população do estudo. Também pode ser direcional, quando a hipótese prever o resultado potencial e criada para examinar a relação entre as variáveis, como pode ser não-direcional, quando faz-se uma previsão, mas a forma exata de diferenças não é especificada pelo pesquisador não saber o que pode ser previsto.

Na pesquisa qualitativa, segundo Vergara (2007), as hipóteses confirmam ou não a suposição de estudo, usando mecanismos estatísticos que não precisam funcionar como testagem.

Na pesquisa mista, segundo Creswell (2007), as hipóteses possuem características como a de precisarem questionamento qualitativo e quantitativo para focar e restringir as declarações de objetivo, incorporarem elementos de boas questões técnicas, atenção à ordem das questões, entre outras.

Seguem abaixo algumas sugestões bibliográficas para leitura.

REFERÊNCIAS
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