quinta-feira, 21 de maio de 2015

A TEORIA DO CONSTRUCTO PESSOAL DE GEORGE KELLY


A VIDA DE GEORGE KELLY (1905-1967)– Nasceu numa fazenda no Kansas, Estados Unidos. Seus pais eram fundamentalistas religiosos, fornecendo uma educação irregular, razão pela qual o seu futuro era incerto: trabalhou como engenheiro e depois como professor lecionando oratória e cursos de cidadania para imigrantes. Pos-graduou-se em sociologia educacional e, anos depois, ganhou uma bolsa de estudos na Escócia e tornou-se bacharel em educação, passando a interessar-se pela psicologia, pela qual doutorou-se obtendo o seu Ph.D.

A TEORIA DO CONSTRUCTO PESSOAL – Trata da descrição de personalidade em termos de processos cognitivos, defendendo que todo ser humano é capaz de interpretar comportamentos e eventos utilizando-se dessa compreensão para orientar o comportamento e prever o comportamento de outras pessoas. Para ele, a interpretação dos eventos é mais importantes do que os eventos propriamente ditos: as pessoas são formas de movimento impulsionadas pelas próprias, nada nem ninguém faz o que efeito. As pessoas agem da mesma forma que os cientistas: elaboram teorias e hipóteses, testam diante da realidade por meio de experimentos e caso os resultados sustentem a teoria, ela é mantida; se os dados não a sustentarem, ela terá de ser descartada ou modificada e retestada.
Todo ser humano formula uma teoria denominada de constructo pessoal, por meio do qual tenta-se prever e controlar os eventos da vida e que para entender a personalidade de alguém é necessário analisar seus constructos pessoais.
Um constructo é a maneira singular de um individuo ver a vida, uma hipótese intelectual elaborada para explicar e interpretar eventos. Assim sendo, são hipóteses elaboradas e utilizadas para explicar os eventos da vida, sendo bipolares ou dicotômicos.
A capacidade de lidar com situações novas, ou seja, a adaptabilidade a situações novas é denominada de alternativismo construtivo, permitindo a visão de não há controle humano pelos constructos e que, na verdade, todo ser humano é livre para revê-los ou substituí-los por constructos alternativos. Assim sendo, o alternativismo construtivo é a ideia que todo ser humano é livre para rever ou substituir seus constructos por outros alternativos.
A base dessas ideias está no fato de os processos psicológicos são dirigidos pelas maneiras que o ser humano antecipa os eventos.
Os corolários da teoria do constructo pessoal: construção, individualidade, organização, dicotomia, escolha, extensão, experiência, modulação, fragmentação, similaridade e sociabilidade.
O corolário da construção se dá pelo fato de os eventos repetidos serem semelhantes, pode-se prever ou antecipar como será experimentado no futuro. Ou seja, semelhanças entre eventos repetidos.
O corolário da individualidade: as pessoas compreendem os eventos de formas diferentes. Diferenças individuais na interpretação dos eventos.
O corolário organização: a organização dos constructos se dá por meio de padrões, de acordo com a visão de suas semelhanças ou diferenças. As relações entre os constructos.
O corolário da dicotomia: os constructos são bipolares. São duas alternativas mutuamente exclusivas: todos os constructos são bipolares ou dicotômicos. É preciso que sejam assim para que se possa antecipar os eventos corretamente.
O corolário da escolha: a escolha de cada consctructo está na alternativa do que parecer melhor, aquela que permite prever os resultados de enventos antecipados. A liberdade de escolha.
O corolário da extensão: os constructos podem aplicar-se a muitas situações ou pessoas ou limitar-se a uma única pessoa ou situação. A dimensão da conveniência: um grau de conveniciência ou aplicabilidade limitada, ou seja, a dimensão ou grau de conveniência é o espectro de eventos aos quais um constructo pode ser aplicado. Alguns são relevantes para um numero limitado de pessoas ou situação, e outros são mais amplos.
O corolário da experiência: testa-se continuamente os constructos nas experiências da vida para certidão de que permanecem válidos. Exposição a novas experiências.
O corolário da moludação: pode-se modificar os constructos em função de novas experiências. Os constructos diferente quanto à sua permeabilidade que é a ideia de que os constructos podem ser revistos e ampliados à luz das novas experiências.
O corolário da fragmentação: pode-se às vezes ter constructos subordinados contraditórios ou incoerentes na base do sistema geral de constructos. A competição entre os constructos.
O corolário da similaridade: as pessoas em grupos ou culturas compatíveis podem apresentar constructos semelhantes. Semelhanças entre as pessoas na interpretação de eventos.
O corolário da sociabilidade: é a tentativa de entender como as pessoas pensam e predizer o que farão e, conforme for, modificar o comportamento. relações interpessoais: cada um assumo um papel diferente com relação aos outros.

AVALIAÇÃO E PESQUISA – A técnica fundamental de avaliação era a entrevista. Uma outra técnica utilizada para avaliar um sistema de constructos é o esboço de autocaracterização, ou seja, técnica para avaliar um sintoma de constructos de uma pessoa: como ela percebe a si mesma em relação a outras pessoas.
O teste de repertorio do constructo de papel (REP Teste) era utilizado para revelar os constructos empregados pelas pessoas importantes da vida de cada um.
A terapia do papel fixo é a técnica psicoterapêutica na qual o cliente representa constructos adequados a uma pessoa fictícia, mostrando-se ao cliente com os novos constructos pode se tornar mais eficazes que os antigos que ele utilizava.
A complexidade cognitiva é o estilo ou modo de interpretar o ambiente caracterizado pela capacidade de perceber diferenças entre as pessoas.
A simplicidade cognitiva é o estilo ou modo de interpretar o ambiente caracterizado por uma relativa incapacidade de enxergar diferenças entre as pessoas.

REFERÊNCIAS
ATKINSON, Richard; HILGARD, Ernest; ATKINSON, Rita; BEM, Daryl; HOEKSENA, Susan. Introdução à Psicologia. São Paulo: Cengage, 2011.
BOCK, A.M et al.  Psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia. São Paulo: Saraiva, 2001
DAVIDOFF, Linda. Introdução à Psicologia. São Paulo: Pearson Makron Books, 2001.
GAZZANIGA, Michael; HEATHERTON, Todd. Ciência psicológica: mente, cérebro e comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2005.
MORRIS, Charles; MAISTO, Alberto. Introdução à psicologia. São Paulo: Pretence Hall, 2004.
MYERS, David. Psicologia. Rio de Janeiro: LTC, 2006.
SCHULTZ, Duane; SCHULTZ, Sydney. Historia da psicologia moderna. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
______. Teorias da personalidade. São Paulo: Cengage Learning, 2014.


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