[...] Quanto mais
estudamos os problemas sociais do nosso tempo, mais nos apercebemos de que a
visão mecanicista do mundo e o sistema de valores que lhe está associado
geraram tecnologia, instituições e estilos de vida profundamente patológicos.
Eu vi cascatas de energia descendo do espaço
exterior, nas quais as partículas eram criadas e desfeitas em pulsações rítmicas,
eu vi os átomos dos elementos e os átomos de meu corpo participando dessa dança
cósmica de energia; eu senti seu ritmo e ouvi seu som; e naquele momento, eu
sabia que era a Dança de Shiva.
Considero a ciência e o misticismo como
manifestações complementares da mente humana, de suas faculdades racionais e
intuitivas. O físico moderno experimenta o mundo através de uma extrema
especialização da mente racional; o místico, através de uma extrema
especialização da mente intuitiva. As duas abordagens são inteiramente
diferentes e envolvem muito mais que uma determinada visão do mundo físico. Entretanto,
são complementares, como aprendemos a dizer em Física. Nenhuma pode ser
compreendida sem a outra; nenhuma pode ser reduzida à outra. Ambas são
necessárias, suplementando-se mutuamente para uma compreensão mais abrangente do
mundo. Parafraseando um antigo provérbio chinês, os míticos compreendem as raízes
do Tao mas não os seus ramos; os cientistas compreendem seus ramos mas não suas
raízes. A ciência não necessita do misticismo e este não necessita daquela; o
homem, contudo, necessidade de ambos.
A estreita relação entre a psicanálise e a física
clássica torna-se flagrantemente obvia quando consideramos os quatro conjuntos
de conceitos que formam a base da mecânica newtoniana: 1 Os conceitos de espaço
e tempo absolutos, e os objetos materiais separados, movendo-se nesse espaço e
interagindo mecanicamente; 2 O conceito de forças fundamentais, essencialmente
diferentes da matéria; 3 O conceito de leis fundamentais que descrevem o
movimento e as interações mútuas dos objetos materiais em termos de relações
quantitativas. 4 o rigoroso conceito de determinismo e a noção de uma descrição
objetiva da natureza, baseada na divisão cartesiana entre matéria e mente.
O PONTO DE MUTAÇÃO – O livro O ponto de mutação: a ciência, a
sociologia e a cultura emergente, do físico, escritor e teórico de sistemas
austríaco Fritjof Capra, aborda temas como crise e transformação, a inversão da
situação, os dois paradigmas, a máquina do mundo newtoniana, a nova física, a
influência do pensamento carteriano-newtoniano, a concepção mecanicista da
vida, o modelo biomédico, a psicologia newtoniana, o impasse da economia, o
lado sombrio do crescimento, a nova visão da realidade, a concepção sistêmica da
vida, holismo e saúde, jornadas além do espaço e do tempo, a passagem para a
idade solar, entre outros temas.
O TAO DA FÍSICA – O livro O Tao da Física: uma exploração
dos paralelos entre a física moderna e o misticismo oriental, de Fritjof Capra
trata dos caminhos da física, o conhecimento e a observação, linguagem, a nova
física, o caminho do misticismo oriental, o hinduísmo, o budismo, o pensamento
chinês, o taoismo, o zen, os paralelos entre a física e o misticismo oriental,
a simetria dos quarcks, padrões de mudança, entre outros assuntos.
A TEIA DA VIDA – A obra A teia da vida: uma nova concepção
científica dos sistemas vivos, de Fritjof Capra, trata da ecologia profunda e
novo paradigma, ascensão do pensamento sistêmico, das partes para o todo,
teorias sistêmicas, a lógica da mente, os modelos de auto-organização, a
matemática da complexidade, a natureza da vida, estruturas dissipativas,
autocriação, o desdobramento da vida, criando um jundo, entre outros assuntos.
REFERÊNCIA
CAPRA,
Fritjof. O Tao da Física: uma exploração dos paralelos entre a física moderna e
o misticismo oriental. Lisboa: Presença, 1989.
______.
O ponto de mutação: a ciência, a sociologia e a cultura emergente. São Paulo:
Cultrix, 1993.
______.
A teia da vida: uma nova concepção científica dos sistemas vivos. São Paulo:
Cultrix,
1996.
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